O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNO SURDO NO ENSINO DA QUÍMICA.

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ensino de Química

Autores

dos Santos Junior, J.B. (IFPA) ; de Souza, E.S. (IFPA) ; Tavares, H. (IFPA)

Resumo

Neste trabalho analisamos os dilemas encontrados na comunicação pelos professores de ciências/química, pelos interpretes de LIBRAS e pelos alunos- surdos dentro do contexto da educação inclusiva. É necessário inovar na construção de propostas e ferramentas, capazes de contribuir com o processo de aprendizagem da educação, praticando novas técnicas de cognição e formas de aquisição de novos conhecimentos, pois o desenvolvimento dessas habilidades é imprescindível para o sucesso. A análise desse trabalho mostra que merece direcionamento para uma melhor educação inclusiva. A criação de sinais para termos químicos e o estreitamento da relação dos intérpretes com os professores de química tornam-se fundamentais.

Palavras chaves

Aluno-surdo; Intérprete; Química

Introdução

A Educação Inclusiva é a certeza de que todos têm direito de pertencer à mesma sociedade e frequentar as mesmas escolas. O movimento atual da sociedade é de inclusão ou uma tentativa. Tem-se apresentado alguns projetos de inclusão social por parte das políticas públicas e outras privadas, mas ainda muito precárias. A educação de surdos é uma questão muito discutida, pois se trata de pessoas que necessitam de uma comunicação especial. É necessário inovar na construção de propostas e ferramentas, capazes de contribuir com o processo de aprendizagem da educação, praticando novas técnicas de cognição e formas de aquisição de novos conhecimentos, pois o desenvolvimento dessas habilidades é imprescindível para o sucesso. Na escola, o contato dos alunos surdos com a LIBRAS, dependerá de pessoas fluentes nesta língua, e na maioria dos casos dependerá da presença de um intérprete para intermediar estas relações dialógicas entre professor e aluno mas, a grande questão é que nem sempre um interprete tem o domínio do assunto lecionado pelo professor de química. O objetivo geral é a análise de como a comunicação entre professor e aluno-surdo, no âmbito do processo de ensino-aprendizagem e como objetivos específicos, a facilitação da comunicação entre aluno-surdo e professor, a contribuição para o desenvolvimento de políticas públicas educacionais para este grupo cultural, através da mediação no processo de ensino-aprendizagem, utilizando de apoio às aulas teóricas, analisando formas metodológicas que poderão ser aplicadas, visando assim atingir as competências e habilidades exigidas pela disciplina de Química.

Material e métodos

A Legislação Educacional, por meio da Lei nº 10.098 de 2000, prevê que o Poder Público deve tomar providências no sentido de eliminar as barreiras de comunicação, para garantir aos surdos o acesso à informação, à educação, incluindo a formação de intérpretes de língua de sinais. (BRASIL, 2000). A partir dessa premissa, faz-se necessário a preparação e adaptação da escola e professores, tendo em vista que a escola deve adequar-se ao aluno e não o oposto, a singularidade do aluno deve ser respeitada. A presença do professor seja na forma de itinerante ou intérprete, é de extrema importância, pois são mediadores que dominam a língua brasileira de sinais - LIBRAS e ajudam os alunos surdos a entenderem o que está sendo passado pelo professor no ensino regular, vindo facilitar esse entendimento, além de ampliar a interação social entre os alunos do ensino regular e alunos com necessidades especiais, no caso, os surdos. Para um melhor entendimento, dividimos em três etapas de estudo: 1ª Etapa: Levantamento Bibliográfico e Reconhecimento Preliminar no âmbito questionado; Nesta etapa foi realizada um estudo baseado na relação de comunicação entre alunos surdos, professores e interpretes. 2ª Etapa: Diagnóstico dos Principais Problemas Encontrados nessa relação de comunicação; Identificação de possíveis problemas encontrados para fins didáticos, bem como “barreiras” no processo de comunicação. 3ª Etapa: Análise e Ações Propostas de Melhorias dos Problemas Identificados; Os problemas identificados foram analisados para proposição de sugestões de melhorias. A partir do conhecimento dos problemas identificados, as ações propostas são de contribuição para a construção de uma escola efetivamente inclusiva.

Resultado e discussão

A partir da análise de textos que mostram demandas que merecem direcionamentos para uma melhor educação inclusiva, entende-se que o conhecimento químico para os alunos surdos deve contemplar o previsto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que é despertar o interesse de interpretar o mundo e intervir com a realidade, além de promover o desenvolvimento cientifico-tecnológico, de forma a permitir que os alunos, incluindo os com necessidades especiais, tenham uma visão crítica do mundo para sua integração social, política e econômica (BRASIL, 2002). As dificuldades de ensinar e aprender química em libras decorre de fatores como: a inexistência de sinais especí¬ficos em LIBRAS para os termos químicos; o conhecimento limitado de LIBRAS por muitos professores de química; a carência de intérpretes com formação ou conhecimentos de química; e a frágil interação entre professores e intérpretes no planejamento pedagógico da disciplina. A melhoria do ensino e do desempenho dos alunos surdos perpassando principalmente pela superação de barreiras presentes na interação comunicativa entre professor-conhecimento-aluno, as ações propostas de forma a contribuir para a construção de uma escola efetivamente inclusiva, destacando a necessidade da instrumentalização dos ambientes de ensino (salas de aula, sala de recursos e outros espaços pedagógicos) com livros, dicionários de LIBRAS e outros materiais que atendam às especificidades dos alunos surdos, contratação de intérpretes e a capacitação de professores para dialogar com os alunos surdos independentemente da presença do intérprete.

Conclusões

O ensino regular não está preparado para trabalhar com as especificidades dos alunos surdos. Sua grande maioria, os exclui das atividades vivenciadas no processo educativo, negligenciando o uso da sua 1ª língua (LIBRAS), métodos e recursos visuais de ensino, trazendo muitos prejuízos na aprendizagem destes alunos, obrigando-os a sobreviver numa escola onde reina a cultura oralista. Questionamentos levam-nos a meditar sobre como a ética aproxima-se da Educação e o mesmo tempo torna-se obscura em alguns momentos como quando há uma imposição externa ao desempenho e a transmissão do conhecimento.

Agradecimentos

Ao IFPA - Campus Belém por oportunizar o curso de Licenciatura em química e ao Professor Hermínio Tavares pelas devidas orientações

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