ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Ensino de Química
Autores
Cardoso, R.B.V. (UFPA) ; Santos, N.L. (UFPA) ; Araújo, S.L. (UFPA) ; Borges, F.C. (UFPA)
Resumo
O ensino de Ciências tradicional utilizado na E.M.E.F General Osório se apresenta como um fator desmotivador para o aprendizado por não contextualizar o conhecimento apresentado aos alunos. O presente trabalho surgiu a partir da proposta pedagógica da importância da expererimentação no ensino e tem como objetivo promover a integração de conteúdos de Ciências no ensino fundamental e buscar o interesse dos alunos por meio de aulas mais contextualizadas, relacionando-o com o cotidiano dos alunos, seguidos de algumas atividades práticas que possibilitou vivenciar novas situações de ensino-aprendizagem. Com o desenvolvimento dessa pesquisa foi possível observar que a utilização das aulas práticas proporcionou maior entendimento de conceitos, além de motivar os alunos para o aprendizado.
Palavras chaves
experimentação; ensino fundamental; aprendizagem
Introdução
Considera-se que a experimentação, as aulas em campo e o envolvimento do cotidiano do aluno, sejam algumas ferramentas essenciais para uma metodologia eficaz ao Ensino de Química. A relação teoria e prática devem ser valorizadas durante o processo educacional para que a Química seja assimilada de maneira eficaz e prazerosa. Entende-se, de acordo com Bergamo (2010), que a metodologia é um conjunto de métodos e técnicas ou estratégias de ensino-aprendizagem, que contém em si mesma uma junção política que corresponde aos objetivos que se pretende alcançar. No entanto Masetto (citado em BERGAMO, 2010) nos diz que estratégia e técnica não são a mesma coisa. Este autor nos coloca que a estratégia é um termo mais amplo do que técnica. Assim, “estratégia é uma maneira de se decidir sobre um conjunto de disposições, ou seja, são os meios que o docente utiliza para facilitar a aprendizagem dos estudantes. Técnica são recursos e meios materiais que estão relacionados aos instrumentos utilizados para atingir determinados objetivos”. Aulas diferenciadas e também relacionadas ao cotidiano do aluno fazem com que o mesmo se interesse pelas aulas e que também participe delas, pois, segundo Bergamo (2010), as aulas expositivas tradicionais são muito cansativas, e na maioria das vezes não são acompanhadas com a parte prática, que é o que realmente faz a diferença. Sabe-se que na realidade, isto não acontece, é preciso que todo o conteúdo trabalhado em sala de aula o seja de maneira agradável e venha acompanhado de atividades interessantes e criativas, que desenvolvam as habilidades necessárias para a aprendizagem do aluno. Segundo Gadotti (in FERREIRA et al., 2007) com os avanços tecnológicos e com a crescente modernização de vários outros segmentos, a educação deve também se modernizar
Material e métodos
A avaliação da utilização de aulas experimentais no processo de ensino aprendizagem foi realizada em um colégio da rede pública na cidade de Cametá. Inicialmente foi ministrada uma aula expositiva sobre o conteúdo estados físicos da matéria, aos alunos de 8° e 9° ano do Ensino Fundamental. Nessa aula foi utilizado como recurso didático apenas o quadro e como apoio o livro didático. Foram utilizados alguns exercícios como método avaliativo para verificar o grau de entendimento dos alunos após a aula expositiva. Posteriormente, os alunos foram encaminhados ao laboratório, onde foram realizados experimentos sobre transições de estado físico. Após a aula prática foi utilizado como método avaliativo à confecção de um relatório onde os alunos descreveram os experimentos realizados, os resultados obtidos e tentaram correlacionar os resultados com os conceitos teóricos. Após a prática foi feita a comparação das respostas dos exercícios teóricos e dos relatórios de aula a fim de avaliar o desempenho dos alunos e se houve melhora no processo ensino aprendizagem.
Resultado e discussão
O atual ensino de Ciências, na maioria das vezes, prioriza a transmissão de
informações sem qualquer relação com a vida cotidiana do aluno,
impossibilitando o entendimento de uma situação-problema. A aula prática,
com atividade pedagógica é uma sugestão de estratégia que pode contribuir
para a motivação na aprendizagem. Esse trabalho tem a finalidade de estimula
a percepção dos alunos acerca de metodologias de ensino capazes de ampliar o
interesse e a motivação destes nas aulas de Ciências. Com isso foi realizada
uma pesquisa, através de um questionário 63 alunos das turmas do 8° e 9° ano
da E.M.E.F General Osório. Durante a análise do questionário verificou-se as
respostas fornecidas pelos alunos em relação a sua visão de como a
aprendizagem dos conteúdos de Ciências em sala de aula ( Fig. 1). Na análise
da questão sobre o ensino de Ciências na escola, 11% consideram que o ensino
é excelente, 47% que é bom, 38% que é regular e 4% afirmam ser
insatisfatório. A turma que não foi abrangida no projeto exprimiu níveis
extremamente baixos de conhecimentos químicos se comparados com os alunos
beneficiados pela técnica experimental. A experimentação, além de comprovar
um fato científico, serve para o “despertar” intelectual do individuo para a
sociedade e para si mesmo, levando-o, através do impressionismo dos eventos
observados e pela curiosidade. Ao serem questionados sobre a importância das
aulas práticas ( Fig. 2).97% dos alunos foram favoráveis as aulas teóricas
concomitantes com as aulas práticas. Uma das justificativas que a turma
apresentou pelo interesse na matéria é a ocorrência das aulas práticas que o
professor realizava na escola, fator esse que despertava curiosidade e
fascínio para os alunos.
Gráfico 01: Analise do ensino pelos alunos
Gráfico 02: Analise de aprovação de ensino proposto pelo projeto
Conclusões
Pode-se concluir, após a análise das unidades de significado retiradas dos dados coletados, que para a maioria dos alunos envolvidos na pesquisa, a falta de interesse por parte dos próprios alunos, pode está sim relacionada à metodologia utilizada. Assim, a partir das análises dos questionários pode-se afirmar que uma metodologia diferenciada e voltada para o cotidiano do aluno faz com que os mesmos se interessem mais nas aulas se tornam mais interessantes e motivadoras. Pode-se observar que houve uma motivação maior quando correlacionar a parte teórica e a prática. cotidiana do aluno.
Agradecimentos
Referências
AMARAL, L. Trabalhos práticos de química. São Paulo, 1996.
AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982.
MALDANER, O. A. Alfabetização Científica: questões e desafios para a educação. Ijuí: Unijuí, 3° edição, 2003.
NUNES, A. S.; Adorni, D. S . O ensino de química nas escolas da rede pública de ensino fundamental e médio do município de Itapetinga-BA: O olhar dos alunos. In: Encontro Dialógico Transdisciplinar - Enditrans, 2010, Vitória da Conquista, BA. - Educação e conhecimento científico, 2010.