QUÍMICA DO SOLO: UMA TEMÁTICA PARA O ENSINO DE QUÍMICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ensino de Química

Autores

Gomes, L.C. (PUC-GO) ; Potenciano, H.C.G. (PUC-GO) ; Rodrigues, L.B.C. (PUC-GO) ; Andrade, S.S. (CENTRO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS- CEJA)

Resumo

Este trabalho apresenta as experiências formativas do subprojeto PIBID/Química da PUC Goiás envolvendo a temática “Química do solo’’ aplicada no ensino para EJA. As intervenções envolveram os conteúdos de tabela periódica e funções inorgânicas relacionando-os com os elementos químicos presentes nos solos e agroquímicos, a fim de despertar nos alunos o interesse pela química e relacionar com seu cotidiano. Os resultados do processo ensino-aprendizagem foram significativos, obtidos por meio de aulas dialogadas, experimentação com amostras de solos e construção de mini-hortas com garrafas PET e adubos orgânicos, que motivaram a participação dos alunos sobre o tema.

Palavras chaves

solo; ensino de química; modalidade EJA

Introdução

A temática “Química do Solo” para o ensino de química na modalidade EJA, abrange conteúdos relacionados com alimentos, sais minerais, defensivos agrícolas, fertilizantes e meio ambiente. Abrange conhecimentos prévios, alguns presentes no discurso da mídia, que associam toda forma de tecnologia química aos impactos ambientais, como contaminação de lençóis freáticos, alimentos, poluição entre outros (Santos e Maldamer, 2010, p. 25). Esta temática envolve conhecimentos químicos relacionados aos macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S) e micronutrientes (Fe, Mn, Mo, Cu, B, Cl, Zn) presentes no solo. A necessidade de aumentar a fertilidade dos solos levou os cientistas a desenvolverem fertilizantes contendo basicamente nitrogênio, fósforo e potássio. Da mesma forma, o conhecimento químico levou os cientistas a desenvolverem produtos para o controle de pragas, ou seja, inseticidas, herbicidas, fungicidas, etc. O uso intensivo pode gerar desequilíbrios biológicos e ecológicos, degradação dos recursos naturais, contaminação terrestre e aquática (Santos e Mól, 2005, p. 10). Desta forma, esta temática foi selecionada pelo Programa Institucional de Iniciação a Docência (PIBID) da Licenciatura em Química da PUC Goiás, para ser trabalhada no ensino de química voltada para EJA, a fim de despertar nos alunos a importância dos nutrientes minerais, correção do pH, benefícios e malefícios da tecnologia química nos solos e produção de alimentos orgânicos.

Material e métodos

A temática foi aplicada no Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA), Setor Universitário Goiânia/GO, de fevereiro a junho de 2015, na turma 1ºJ com a participação de 20 alunos. O desenvolvimento ocorreu em três intervenções, sendo elas: i) Apresentação do tema, com o texto ‘’O chão que nos alimenta’’ (Santos e Mól, 2005, p.190), com discussão sobre a função dos elementos químicos presentes no solo e como chegam ao nosso organismo, assim como a aplicação de atividades para avaliar o conteúdo exposto; ii) Experimentação no ensino de química para determinação do pH no solo e funções inorgânicas. Neste caso foi utilizado o indicador ácido-base fenolftaleína e amostras de solo. As explicações ocorreram durante as intervenções. Os experimentos foram realizados em sala com a participação dos alunos; iii) Explicação sobre defensivos agrícolas e fertilizantes sobre composição química, benefícios e malefícios, definições e exemplos. Nesta intervenção, foi enfatizado os alimentos orgânicos, correção do pH do solo utilizando a casca do ovo que contém carbonato de cálcio e desenvolvido uma mini-horta em garrafas PET para plantar hortaliças orgânicas.

Resultado e discussão

As ideias iniciais dos alunos sobre a temática foram conceitualmente próprias do senso comum. As suas vivências ajudaram a contextualizar os conteúdos químicos sobre o solo. As intervenções tiveram bons resultados, pois os alunos compreenderam que o uso indevido, não criterioso e excessivo de agroquímicos como fertilizantes, pesticidas, desfolhantes e outros pode resultar na contaminação dos solos e, consequentemente, dos cursos d’água e de toda a comunidade biológica. O manejo adequado do solo, a adoção de boas práticas na agricultura, do uso racional dos insumos agrícolas e dos agroquímicos é a melhor forma de impedir a contaminação do solo. Com relação a atividade escrita percebeu-se que houve um desinteresse por parte de alguns alunos que alegaram já ter notas o suficiente para passar de semestre e por isso não responderam todo o trabalho. Os experimentos foram exitosos e a participação dos alunos foi notável, com perguntas e curiosidades sobre o conteúdo químico que envolvia o solo. Os relatos em sala exemplificados a seguir demonstram o desfecho da temática: ‘’Eu vou fazer no meu quintal uma horta com adubo orgânico e agora sei também sobre o pH do solo. Gostei muito do tema’’ (aluno A); ‘’ É interessante saber que a química está presente no solo, nos alimentos e em tudo’’ (aluno B); “A química pode prejudicar o solo, mas pode também recuperar. Conhecer a química faz a diferença para todos” (aluno C). Foi observado que as alunas mais adultas quiseram saber sobre como plantar hortaliças orgânicas em garrafas PET. De modo geral, todos os alunos gostaram e compreenderam o conteúdo e relataram a importância do ensino de química.

Conclusões

A temática ‘’Química do Solo’’ teve boa aceitação e participação dos alunos. A compreensão e a assimilação dos conteúdos foram consideradas significativas. As discussões permitiram orientar os alunos na tomada de decisões em relação aos benefícios e malefícios dos agroquímicos no solo. As metodologias usadas pelo PIBID beneficiaram o processo de ensino-aprendizagem sobre o tema.

Agradecimentos

Os autores agradecem a Capes pelas bolsas concedidas ao subprojeto PIBID/Química, à Pontifícia Universidade Católica de Goiás e ao Centro de Educação de Jovens e Adul

Referências

MÓL, G. S. e SANTOS, W. L. P. (Coords). Química na Sociedade: Projeto de ensino de Química em um contexto social. Brasília, DF: Universidade de Brasília, 1988.
SANTOS, W. L. P. e MÓL, G. S. (Coords). Química e Sociedade. São Pulo, SP: Nova Geração, 2005.
SANTOS, W. L. P. e MALDANER, O. A. (Orgs), Ensino de Química em Foco. Ijuí, RS: Unijuí, 2010.

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