ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Ensino de Química
Autores
Martins Cutrim, F. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Machado da Silva, M.C. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Silva Sousa Ramos, E.C. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Carvalho Costa, A. (CENTRO DE ENSINO GONÇALVES DIAS) ; Brandão Cavalcante, K.S. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; de Magalhães Sena de Jesus, A. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO)
Resumo
Este trabalho relata a experiência didática de bolsistas do subprojeto de Química do PIBID-IFMA em uma das suas escolas conveniadas, ocorrida durante uma proposta estratégica para a avaliação diagnóstica da aprendizagem de alunos do 1º ano através de um jogo lúdico, o tabuleiro “Batalha de Químicos”. Durante a intervenção foi possível fazer a avaliação das dificuldades dos alunos de modo que o professor e os bolsistas pudessem traçar alternativas para tentar saná-las.
Palavras chaves
Jogo ; Avaliação diagnóstica; Química
Introdução
Mediante a observação da dificuldade de avaliar o conhecimento propriamente dito adquirido pelos alunos do primeiro ano do ensino médio durante a disciplina de química através dos exames de avaliação somativa– modalidade avaliativa mais utilizada no sistema educacional– foi desenvolvido o jogo lúdico ‘‘Batalha de Químicos’’. A avaliação somativa se configura como um instrumento classificatório que irá gerar pontuações necessárias para aprovação ou reprovação dos alunos (MELO, 2012). Avaliar unicamente através da perspectiva somativa utilizando exames de caráter classificatórios pode ser ineficiente, uma vez que é algo interessante apenas em um dado momento, desconsiderando o processo de desenvolvimento dos alunos durante as aulas (LUCKESI, 2000). Dessa maneira foi visto a necessidade de aplicar um método de avaliação diagnóstica que visa verificar se os objetivos estipulados para o ensino foram alcançados assim como identificar eventuais problemas na aprendizagem e possíveis causas para tentar saná-los (HAYDT, 1997) Segundo Soares (2013), a aplicação de jogos educativos visa unir o caráter lúdico dos jogos, que possibilita liberdade criativa e diversão, com a possibilidade de promover o desenvolvimento cognitivo. A ideia de diagnosticar a aprendizagem através de jogos torna-se uma alternativa interessante, pois possibilita que os alunos não deem atenção ao caráter formal e classificatório da avaliação somativa e permitam que o conhecimento seja exercitado de maneira divertida e espontânea.
Material e métodos
O jogo didático de tabuleiro ‘‘Batalha de Químicos’’ (Figura 1), formado por uma trilha de 22 casas, um dado, 2 peões e 20 cartas-perguntas, foi confeccionado com cartolina e pincel atômico e empregado como instrumento avaliativo dos conteúdos de Química sobre “Separação de misturas” e “Modelos atômicos”, previamente estudados por alunos do 1º ano. A estratégia de intervenção pedagógica ocorreu no Centro de Ensino Gonçalves Dias, escola da rede pública conveniada ao PIBID-IFMA, campus São Luís/Monte Castelo. O objetivo lúdico do jogo é chegar até a casa final. Para isso os alunos participantes do jogo tiveram que andar o número de casas indicadas pelo dado, porém só fizeram isso ao responderem corretamente uma questão de química proposta pelo mediador do jogo. Ele foi aplicado como instrumento avaliativo da aprendizagem, dividindo-se a sala em dois grupos. A cada rodada um aluno de cada grupo era escolhido para jogar o dado e responder a pergunta, representando assim o seu grupo.
Resultado e discussão
O método de avaliação proposto, o jogo “Batalha de Químicos”, foi capaz de
despertar o interesse dos alunos, desmistificando o caráter punitivo das
avaliações, comumente realizada através da aplicação de provas. Uma vez que, o
objetivo educativo do jogo foi levar os alunos a responderem as questões de
química de forma mais descontraída e efetiva, proporcionando assim uma situação
em que eles se sintam à vontade para mostrar o que aprenderam. A Figura 2
demonstra os alunos da 1º ano do ensino médio jogando o jogo Batalha de Químicos.
Durante a atividade os alunos ficaram bastante empolgados. A situação de
competição entre os grupos favoreceu maior empenho dos mesmos em querer responder
as questões propostas de forma que puderam ser avaliados. Além de ter favorecido
um espaço de discussão entre os integrantes de cada grupo, que contribui para a
aquisição e/ou construção do conhecimento químico.
Através do jogo foi possível ainda verificar se os alunos possuíam competências
necessárias para responder as questões selecionadas, possibilitando assim que o
professor da disciplina e os bolsistas conseguissem conhecer as dificuldades dos
alunos e intervir de forma construtiva em relação às respostas erradas.
A vantagem dessa metodologia implica em investigar o quanto os alunos aprenderam
do conteúdo abordado. Entretanto, percebeu-se dificuldade em fazer uma avaliação
individual aprofundada devido à quantidade de alunos na turma. Além disso, esta
experiência proporcionou aos bolsistas de Iniciação a Docência a oportunidade de
conhecer o processo avaliativo no ensino básico e analisar melhor o
desenvolvimento dos alunos sem focar unicamente no caráter somativo da avaliação.
Tabuleiro do jogo ‘‘Batalha de Químicos’’
Alunos jogando o jogo Batalha de Químicos
Conclusões
O jogo lúdico possibilitou, ao docente e aos bolsistas do PIBID, diagnosticar o nível de aprendizagem da turma em um ambiente escolar mais descontraído e motivador, contribuindo ainda para que o aluno supere suas dificuldades e não se sinta preocupados com a parte somativa do processo avaliativo. Essa intervenção contribuiu também para o processo formativo dos licenciandos em Química, fundamentado na reflexão de situações reais da sala de aula relacionados às avaliações da aprendizagem.
Agradecimentos
Referências
HAYDT, REGINA CAZAUX. Avaliação Do Processo Ensino-Aprendizagem. São Paulo-SP: Editora Ática,1997
LUCKESI, Cipriano. Entrevista sobre Avaliação da aprendizagem, concedida ao Jornal do Brasil e publicada no dia 21/07/00. Jornal do Brasil. Julho de 2000.
MELO, ANA CLARO DE OLIVEIRA at all. A função diagnóstica da avaliação: uma atividade em construção. In: CONGRESSO NORTE NORDESTE DE PESQUISA E INOVAÇÃO 7., 2012, Palmas-TO,2012.
SOARES, MARLON HERBERT FLORA BARBOSA. Jogos Educativos e Atividades Lúdicas para o Ensino de Química. Goiânia-GO: Editora KELPS, 2013.