ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Ensino de Química
Autores
Ribeiro, R. (IFMA) ; Soares, T. (IFMA) ; Martins, Y. (IFMA) ; Barros, J. (UFMA) ; Pinheiro, E. (DEVRY) ; Moizinho, M. (IFMA)
Resumo
Este trabalho teve por objetivo verificar a concepção dos alunos em relação a teoria e prática em sala de aula, utilizando recurso tecnológico e uma prática experimental na disciplina de Físico-Química Experimental I. Inicialmente foi ministrada a aula teórica, utilizando um software educacional para demonstrar o funcionamento de uma pilha e em seguida os alunos puderam construir suas próprias pilhas com moedas e após foi aplicado um questionário onde os alunos avaliaram a metodologia aplicada. Desta maneira, pode-se confirmar que os métodos de ensino utilizados em sala colaboraram para a aprendizagem dos discentes do curso de Licenciatura em Química do IFMA campus São Luís/Monte Castelo.
Palavras chaves
Teoria e Prática; Físico-Química; Métodos de ensino
Introdução
A química é uma ciência que está presente no dia a dia, porém o seu ensino nas escolas tem sido muitas vezes de maneira não interdisciplinar e descontextualizada, dificultando a aprendizagem dos alunos e fazendo com que eles se tornem desinteressados pela matéria (NUNES; ADORNI, 2010). Assim é necessário que os professores busquem formas para proporcionar a aprendizagem e promover interações com os conhecimentos prévios e os adquiridos, tornando assim a química mais interativa para os alunos (MAIA, 2005; GUIMARÃES 2009). Sendo assim, o estudo da química deve possibilitar o desenvolvimento de uma visão crítica a cerca do mundo em que se vive, podendo analisar, compreender e utilizar este conhecimento no cotidiano (CARDOSO; COLINVAUX, 2000). Logo a relação teoria e prática no processo de ensino e aprendizagem possibilitam aos alunos a compreensão e a construção do conhecimento, e segundo FREIRE (1997) a teoria não dita a prática, mas a prática permite uma compreensão de forma crítica do assunto abordado. Isto porque é necessário que os alunos relacionem esta ciência a fim de não mais considerá-la como algo abstrato e fora do seu cotidiano (CARVALHO, 2007). Assim os alunos do curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão campus São Luís/Monte Castelo, ministraram o assunto de Eletroquímica na disciplina de Físico-Química Experimental I relacionando a teoria e prática por meio de ferramentas educacionais.
Material e métodos
Os discentes apresentaram na disciplina curricular de Físico-Química Experimental I a aula de Eletroquímica, utilizando como ferramenta teórica o software Pilha de Daniel, elaborado pela Internacional Virtual de Educação (RIVED) e como ferramenta prática um experimento com pilhas de moedas. Foi aplicado questionário a fim de verificar a contribuição da metodologia em relação ao uso das ferramentas na aprendizagem e da relação teoria (software) e prática (construção da pilha). Durante a aula, os alunos apresentaram o funcionamento da pilha utilizando do software, que apresenta o sistema com dois béqueres onde ficam as barras metálicas e entre eles há um voltímetro, a fim de exibir a voltagem obtida na pilha. Os fios do voltímetro que estão em cada béquer é o responsável por transmitir a passagem dos elétrons entre as barras metálicas. Há também um fio conectado a lâmpada, que mostra a intensidade de luz de acordo com as soluções selecionadas, ilustrando também a passagem dos elétrons. Em seguida foi apresentado o roteiro experimental das pilhas, e os materiais e reagentes utilizados na prática estavam dispostos nas bancadas. Foram utilizados moedas de cobre, soluções de Sulfato de Cobre com diferentes concentrações, para serem os eletrodos com potenciais eletroquímicos diferentes, Cloreto de Potássio, para repor os íons nas soluções eletrolíticas e Hidróxido de Sódio, para aumentar a diferença de potencial, e um multímetro, para verificação da voltagem produzida pela pilha.
Resultado e discussão
Os resultados obtidos pelo questionário confirmaram a importância da utilização de
ferramentas que possibilitou a relação teoria e prática, conforme Figura 1.
A maioria dos alunos afirmaram que a utilização do software facilitou a
aprendizagem, OLIVEIRA et al. (2011) relata que os softwares educacionais tem como
objetivo favorecer os processos de ensino e aprendizagem, além de ser um material
adicional em relação ao normalmente utilizado em sala de aula, que visa fornecer aos
usuários uma ferramenta interativa, prática e amigável que sirva de complementação e
enriquecimento aos conteúdos apresentados.
O contato direto que os alunos tiveram com a prática experimental, permitiu o
desenvolvimento do caráter investigativo sobre o assunto abordado além da reflexão,
discussão, explicação e relato, caracterizando assim a investigação científica
(AZEVEDO, 2004; FELTRE, 1995). O desenvolvimento conceitual possibilitou aos
discentes explorarem, elaborarem e supervisionarem suas ideias e compararem com a
ideia científica (FONSECA, 2001).
Um problema comum nas aulas experimentais é a dissociação entre a teoria e a
prática, porém RUSSEL (1994) destaca que essa relação é o que torna a aprendizagem
mais sólida, possibilitando a interação com o mundo que o cerca. Os alunos
confirmaram que o uso do software educativo (teoria) e a construção da pilha
(prática experimental) contribuíram para a aprendizagem dos mesmos de forma
atrativa, além de despertar a motivação e habilidades como trabalho em equipe,
concentração, criticidade, observação e formação de ideias.
Levantamento das opiniões dos alunos sobre as ferramentas educacionais utilizadas.
Conclusões
O estudo realizado constatou a importância da relação entre a teoria e prática, a partir da utilização do software Pilha de Daniel e da prática experimental Pilhas de moedas. Esta relação permitiu que os alunos pudessem construir seus conhecimentos sobre o assunto abordado, eletroquímica, onde os mesmos confirmaram a partir do questionário aplicado que os métodos de ensino aplicados contribuíram para aprendizagem.
Agradecimentos
Referências
AZEVEDO, M. C. P. S. Ensino por Investigação: Problematizando as Atividades em Sala de Aula. Ensino de Ciências: Unindo a Pesquisa e a Prática. São Paulo: Thomson, Cap. 2, p. 19-34, 2004
BIASOTO, J. D.; CARVALHO, A. M. P. Análise de uma atividade experimental que desenvolva a argumentação dos alunos. Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, Florianópolis, 2007.
CARDOSO, S. P; COLINVAUX, D. Explorando a Motivação para Estudar Química, Química Nova. Ijuí: Unijuí, v.23, n.3, p. 401-404, 2000.
CARVALHO, H. W. P.; BATISTA, A. P. L.; RIBEIRO, C. M. Ensino e aprendizado de química na perspectiva dinâmico-interativa. Experiências em Ensino de Ciências. v.2, p.34-47, 2007.
FELTRE, R. Química Geral. São Paulo, 1995 FONSECA, M.R.M. Completamente química: química geral, São Paulo, 2001. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e terra, 1997.
GUIMARÃES, C.C. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo a aprendizagem Significativa. Química Nova na escola, v. 31, n.3, p. 198-202, 2009.
MAIA, D. Um experimento para introduzir conceitos de equilíbrio químico e acidez no Ensino Médio. Química Nova na escola, nº 26, 2005.
NUNES, A. S.; ADORNI, D. S. O ensino de química nas escolas da rede pública de ensino fundamental e médio do município de Itapetinga-BA: O olhar dos alunos. Encontro Dialógico Transdisciplinar - Enditrans, 2010, Vitória da Conquista, BA. - Educação e conhecimento científico, 2010.
OLIVEIRA, C.C.; MENEZES, E. I.; MOREIRA, M. Ambientes Informativos de Aprendizagem: produção e avaliação de software educativo. Campinas: Editora Papirus, 2001.
RUSSELL, J.B. Química Geral. 2. ed. São Paulo, 1994.