ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Ensino de Química
Autores
Matias da Silva Junior, M. (IF SERTÃO) ; Silva Martins, D.J. (IF SERTÃO) ; Pinheiro Cavalcanti, A.C. (UNINTER)
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo apresentar o resultado de uma atividade de intervenção desenvolvida na disciplina de estágio supervisionado com alunos do ensino fundamental nono ano de uma escola pública municipal da cidade de Petrolina-PE, tendo por base o assunto de separação de mistura. Tal intervenção ajudou a discutir acerca da importância da experimentação nas aulas de química, principalmente quando o aluno não tem essa vivência na sua escola e a importância da realização da parceria com outras instituições para possibilitar este espaço. Ressalta-se que a experimentação integra o conhecimento de forma mais contextualizada, eficaz e interessante, aproximando a teoria com a prática. A atividade evidencia que aulas práticas possibilitam o questionamento e reflexão do aluno.
Palavras chaves
Intervenção; Aulas práticas ; Ensino de química
Introdução
Historicamente a disciplina de química é uma das quais os alunos tem mais dificuldade. Os estudos revelam que esse cenário preocupante pode estar relacionado tanto com a formação do docente quanto à capacidade cognitiva do aluno. Segundo(TORRICELI, 2007, p. 16), “A aprendizagem da Química passa necessariamente pela utilização de fórmulas, equações, símbolos, enfim, de uma série de representações que muitas vezes pode parecer muito difícil de ser absorvida. Por isso, desde o início do curso, o professor precisa tentar desmistificar as fórmulas e equações, mostrando a teoria, a prática e sua contextualização”. Na tentativa de aproximar, contextualizar as aulas de química e garantir o interesse dos alunos, as aulas práticas em laboratório são de fundamental importância como estratégia de ensino que venha a propiciar a aprendizagem dos alunos. Conforme Ferreira et al.,(2010)A experimentação no ensino de Química constitui um recurso pedagógico importante que pode auxiliar na construção de conceitos. Vale ressaltar que a química nasceu como a ciência experimental, na qual os conceitos hoje existentes são oriundos de observação e prática, dessa forma as aulas experimentais de química em laboratório proporcionam uma melhor compreensão desta ciência, por isso ao ensinar sem experimentar o professor em vez de facilitar, mediar, aproximar o conteúdo a vivência do aluno estará dificultando a aprendizagem. Entretanto, é importante frisar que a instituição escolar deve fornecer espaço adequado para a realização destes experimentos, desta prática laboratorial.
Material e métodos
O trabalho foi desenvolvido na disciplina de estágio supervisionado com intervenção na aula de química de uma escola pública municipal de Petrolina-PE, onde se deu o estágio,a atividade foi voltada para a relação do ensino de química e a prática experimental, na qual foi realizada no contra turno dos discentes, perfazendo um total de 50 alunos envolvidos na atividade, cujo enfoque foi sanar as dificuldades sobre o conteúdo de separação de mistura, tema ministrado pelo professor regente da turma e proporcionar a experimentação e um espaço adequado com parceria da universidade. O estudo sobre a temática se deu em quatro momentos: pré-teste, texto gerador, experimentação e pós-teste. Na primeira etapa, pré-teste, com cinco questões de múltipla escola que versaram sobre o conteúdo de separação de mistura, no segundo momento, por meio do texto gerador Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa, por meio deste, desenvolveu-se debates em grupo acerca da experimentação no ensino de química. No terceiro momento, realizou-se a experimentação, na qual por meio desta, eles vieram a conhecer outra realidade de ensino. A aula foi realizada no laboratório de uma instituição de ensino superior devido à falta de espaço e condições para experimentação na referida escola e dividida em duas partes: Na primeira parte trabalhou-se os tipos de misturas e as possíveis técnicas de separação, bem como os cuidados e normas em laboratório químico, na segunda parte, as substâncias foram alocadas sobre as bancadas, permitindo a realização da experimentação entre teoria e prática,propostas pelos alunos. No quarto e último momento realizou-se o pós-teste versando as mesmas questões do pré-teste, porém na forma discursiva
Resultado e discussão
Durante a intervenção pode-se observar o real interesse dos alunos e a participação ativa no processo da construção do conhecimento, comprovando que a utilização do experimento aguça o saber do aluno, seu processo reflexivo sobre a teoria e sua aplicabilidade. Os dados obtidos da das atividades investigativas mostraram a fragilidade que os alunos tinham em relação ao conteúdo de separação de misturas, o gráfico 1 mostra os dados do pré-teste que por sua vez não foram satisfatórios, já que para muitos o ensino de química é uma incógnita por não conseguirem fazer uma alusão ao seu uso na prática e o cotidiano, tornando difícil os processos de ensino e aprendizagem. Diante dos dados obtidos tentou-se abordar a química da forma experimental e contextualizada para que assim atingisse ao máximo de alunos e desmistificasse tal ensino. Em resultado, o gráfico 2 mostra o pós-teste, atividade realizada depois de todo o processo de investigação, no qual tem-se resultados mais significativos e reveladores de uma metodologia positiva no ensino de química, mostrando uma evolução que os alunos puderam construir acerca da temática, ou seja, a atividade proporcionou o elo já esperado entre o ensino e a experimentação. Os discentes mostram-se curiosos com a nova metodologia empregada e os resultados foram positivos diante da problemática exposta.
Resultado da avaliação dos pré-teste feito com 50 alunos do nono ano do ensino fundamental
Resultado da avaliação dos pós-teste feito com 50 alunos do nono ano do ensino fundamental
Conclusões
Ao longo desta intervenção foi possível comprovar a importância da experimentação no ensino de química com atividades no laboratório, os resultados obtidos foram satisfatórios em vista do que tínhamos inicialmente., ou seja,percebeu-se também que os alunos não imaginavam o quanto é essencial o conhecimento empírico para construção do conceitos químicos. A parceria entre escola e instituições de ensino superior pode a melhorar a qualidade do ensino, logo se a escola não possui um laboratório, a parceria, a cooperação com outra instituição irá promover este espaço.
Agradecimentos
Ao Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia do Sertão Pernambucano
Referências
FEREIRA, L.H.; HARTWIG, D.R. & OLIVEIRA, R.C. Ensino Experimental de Química: Uma abordagem Investigativa Contextualizada. Química Nova na Escola, v.32, n.2, p.101-106, 2010.
TORRICELLI, Enéas.:Dificuldades de aprendizagem no Ensino de Química. (Tese de livre docência), Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Educação, 2007.