CHUVA ÁCIDA E A PEDAGOGIA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS: UMA ESTRATÉGIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE QUÍMICA

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ensino de Química

Autores

Miranda, A.L.N. (IFG) ; Costa, M.A. (IFG) ; Gomes, T.C.F. (IFG) ; Bernardes, G.C. (IFG)

Resumo

O ensino de química deve estar pautado na relação dos conteúdos com o cotidiano dos alunos, permitindo aos alunos refletir o contexto social em que estão inseridos contribuindo para sua formação enquanto cidadão. No entanto é muito importante que os professores que trabalham na formação inicial de professores de química desenvolvam metodologias que contribuam para que esses futuros docentes abordem suas aulas nessa perspectiva. O presente trabalho relata uma prática de ensino realizada na disciplina de teorias da educação no curso de licenciatura em química com a temática chuva ácida como estratégia de trabalhar a pedagogia crítico-social no ensino de química. A atividade contribuiu significativamente para a formação docente dos alunos que desenvolveram a aula e para os alunos ouvintes.

Palavras chaves

Ensino em química; Pedagogia crítico-social ; Chuva ácida

Introdução

O estudo da ciência envolve tanto a compreensão do conteúdo científico quanto a função social da ciência. Nessa perspectiva, o presente trabalho objetiva relatar uma prática de ensino-aprendizagem realizada na disciplina teorias da educação do curso Licenciatura em Química do Instituto Federal de Goiás, campus Itumbiara, articulando o uso da pedagogia crítico-social dos conteúdos no ensino de química, de forma a contribuir para formação social e humana do aluno. A pedagogia crítico-social dos conteúdos defende que a escola deve favorecer a formação sociocultural do aluno, assim como a propagação do conhecimento científico. Portanto, o processo ensino- aprendizagem possibilita condições para desenvolver o conteúdo científico e a capacidade do aluno de se colocar diante do seu contexto social a fim de refletir e atuar sobre o mesmo, transformando-o. Nesse contexto, tanto o papel do professor quanto do aluno são fundamentais. O professor atua na mobilização dos alunos para desenvolver suas ações, assegurando a formação de capacidades intelectuais no processo de aprender (LIBÂNEO, 1992). Libâneo (1985, p.39), afirma que a “atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhes um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização da sociedade”.

Material e métodos

A atividade prática de ensino e aprendizagem aqui descrita foi realizada na disciplina Teorias da Educação, no 7º período do curso Licenciatura em Química do Instituto Federal de Goiás, Câmpus Itumbiara e orientada pela professora regente. No entanto, foi elaborada uma sequência didática contendo os seguintes passos: dinâmica em grupo para refletir sobre a chuva ácida; explanação dialogada sobre a pedagogia crítico- social dos conteúdos; questionamentos aos alunos a partir do tema e desenho na folha de papel sobre o que representava para eles a chuva ácida. Utilizou-se ainda como recurso didático o projetor, quadro, pincel, vídeo referente à temática e folhas de papel em branco. A atividade durou 1 hora e 30 minutos.

Resultado e discussão

Inicialmente foi solicitado que os alunos respondessem oralmente três questões com relação à chuva ácida: o que você entende por chuva ácida? Quais são as causa da chuva ácida para o meio ambiente? Como reduzir essas consequências? Todas as respostas fornecidas pelos alunos foram transcritas no quadro e em seguida realizou-se as discussões. Partindo-se do pressuposto que pedagogia crítico-social dos conteúdos considera as concepções que os alunos já possuem sobre determinado assunto, essa primeira atividade foi relevante para que o grupo pudesse contextualizar o tema chuva ácida no seu cotidiano. Posteriormente, os alunos fora orientados a desenhar na folha de papel em branco o ciclo da chuva ácida mediante suas concepções. Após as discussões com reformulações das ideias e a apresentação da figura com o ciclo completo a respeito da chuva ácida, os alunos puderam compreender outro fator importante dessa proposta pedagógica, a qual possibilita que o aluno reformule suas concepções de maneira que este entendesse o processo de evolução da sua aprendizagem. Após a realização dessas atividades foi iniciada a apresentação teórica da pedagogia crítico-social dos conteúdos, destacando aos alunos as principais características da mesma como: relação professor e aluno, pressuposto da aprendizagem, métodos e conteúdos de ensino e o papel da escola. Ao final foi apresentado um vídeo, intitulado como: “Tendências pedagógicas” para melhor elucidar o que foi trabalhado na aula.

Conclusões

A experiência contribuiu significativamente para os sujeitos envolvidos, tanto para os alunos que desenvolveram e apresentaram a sequência didática quanto para os alunos que participaram na condição de ouvintes, uma vez que é possível aprender fazendo. Foi possível prover, a ampliação de conhecimentos científicos e elementos de reflexão para formação do aluno enquanto cidadão. A elaboração de uma sequência didática envolve operações metodológicas de grande relevância para a formação docente, visto que, envolve a escolha das atividades a serem trabalhadas e os recursos didáticos mais adequados.

Agradecimentos

Referências

JESUS, M. R. Tendências pedagógicas. Centro Universitário de Várzea Grande – UNIVAG, 2013. Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=xNDIHIZHQV4>. Acesso em: 24 Jun. 2015. LIBÂNEO, J. C. Democratização da Escola Pública – A Pedagogia crítico-social dos conteúdos. Edições Loyola, São Paulo, 1985. LIBÂNEO, J. C. Tendências Pedagógicas do Brasil e da Didática. Didática. São Paulo, Cortez, 1992. p. 64-70.

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