ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Ensino de Química
Autores
Pacheco Rodrigues, R. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS - CAMPUS ITUMBIARA) ; Caira Fernandes Gomes, T. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS - CAMPUS ITUMBIARA) ; Oliveira Silva, A.C. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS - CAMPUS ITUMBIARA) ; Amâncio Pinto Field's, K. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS - CAMPUS ITUMBIARA)
Resumo
O trabalho em questão trata-se de um minicurso, cujo assunto é “Sal na Alimentação”, desenvolvido com os alunos do ensino médio do curso Técnico em Química, e ministrado por alunos do curso de Licenciatura em Química, como requisito da disciplina de Estágio Curricular Supervisionado-Etapa IV, ambos os cursos são ofertados no IFG-Campus Itumbiara. A metodologia constitui-se de aulas expositivas e experimentais, leitura e discussão de artigos e exposição de vídeos. O uso do minicurso mostrou-se como um importante recurso didático para ser utilizado como facilitador no processo de ensino-aprendizagem, assim como para a inserção dos conteúdos na disciplina de química no ensino médio.
Palavras chaves
Cloreto de sódio; Minicurso; Ensino
Introdução
O delimitado trabalho tem como finalidade discorrer o minicurso apresentado aos alunos do Ensino Médio Integrado do curso técnico em Química, ministrado por discentes do curso de Licenciatura em Química, atendendo aos pré- requisitos da disciplina de Estágio Supervisionado Etapa IV, ambos os cursos são ofertados no Instituto Federal de Goiás–Campus Itumbiara. O minicurso executado tem-se como tema: “Sal na Alimentação: Possibilidade de uma Abordagem Temática por meio da Experimentação e do Ensino Teórico acerca de um dos Alimentos mais Consumidos do Mundo”. Sendo um assunto do cotidiano dos alunos, foi explorado o contexto histórico do Sal, os diferentes tipos de sais e estabeleceram-se relações da qualidade de vida e os cuidados que devem ser tomados em relação à quantidade de consumo. O popular sal de cozinha, ou simplesmente sal, é o cloreto de sódio, e a principal fonte dessa substância é a água do mar, porém ele também pode ser encontrado em jazidas subterrâneas, fontes e lagos salgados (PAIVA; PENNA. 2012). Quimicamente, a definição de sal é uma substância produzida pela reação de um ácido com uma base. Dessa forma o cloreto de sódio pode ser formado a partir da reação do ácido clorídrico com a soda cáustica (SARNO, 2010). Segundo Fonseca (2001), o trabalho experimental deve estimular o desenvolvimento conceitual, fazendo com que os estudantes explorem, elaborem e supervisionem suas ideias, comparando-as com a ideia científica, pois só assim elas terão papel importante no desenvolvimento cognitivo. O minicurso surgiu como um facilitador natural das relações necessárias ao processo de ensino e aprendizagem, como também para proporcionar mudanças individuais e coletivas na forma de trabalhar as atividades em sala de aula (VIERO; ROCHA, 2011).
Material e métodos
O minicurso foi aplicado durante os dias 18 e 19 de Junho de 2015, no Instituto Federal de Goiás – Campus Itumbiara, e contou com a participação de 12 (doze) alunos do curso Técnico em Química do Ensino Médio Integrado com a duração de 8 horas. O minicurso foi executado em dois momentos. No primeiro momento foi trabalhado o contexto histórico do sal, e os quatro tipos de sais (cozinha, marinho, kosher e rocha), utilizando slides como suporte didático. Para enfatizar as propriedades do cloro e do sódio, utilizaram-se dois artigos da Revista Química Nova, com os títulos “Cloro” e “Sódio”. Posteriormente, realizou-se o experimento “teste de chama”, utilizando-se as substâncias, cloreto de cálcio, cloreto de potássio e cloreto de sódio. As substâncias não foram identificadas com o propósito dos alunos fazerem a identificação qual seria o cloreto de sódio e após os graduandos interviam com a explicação científica. Ao correlacionar o conteúdo dos dois artigos com o experimento executado, discutiram-se algumas perguntas como: O que tinham em comum as substâncias que apresentaram a mesma cor de chama? O que há de diferente nas substâncias cloreto de sódio, cloreto de potássio e cloreto de cálcio? Qual a coloração característica do sódio? No segundo e último momento iniciou-se com a explanação das características do sal light e na sequência explicou-se a relação do sal com a saúde, informando as doenças decorrentes do consumo de sal, como pressão arterial, obesidade e síndrome metabólica, enfatizando com o vídeo intitulado “Conheça os benefícios e malefícios do sal!”. No final do segundo momento, foi aplicado a cada aluno um questionário, no qual anonimamente deveriam descrever se o minicurso contribuiu ou não para seu efetivo aprendizado.
Resultado e discussão
A apresentação do minicurso possibilitou que durante a explanação dos
conteúdos os alunos fossem interagindo com o assunto, mostrando-se
interessados e curiosos.
Discutiu-se com os alunos que os átomos ao serem aquecidos eles emitem uma
radiação que pode ser observado através da sua cor e que cada átomo metálico
tem uma cor específica que quando um elétron esta no estado excitado ele
volta para a sua orbita estacionaria liberando energia na forma de ondas
eletromagnéticas (luz) de frequência característica do elemento desse átomo.
A partir das discussões da relação dos artigos e o experimento “teste de
chama” os alunos concluíram que a terceira substância seria o cloreto de
sódio, pois emitiu uma luz amarelo/alaranjada, a primeira seria algo com
Cálcio, pois emitiu uma luz vermelho e a segunda com Potássio, pois a chama
se tornou violeta. No entanto, os alunos identificaram que a coloração da
chama se dava devido ao cátion presente na solução, devido à excitação de
seus elétrons que ao sair do estado excitado voltava emitindo luz, assim às
substâncias que tinham o mesmo cátion iria apresentar a mesma cor e como o
sódio o potássio e o cálcio eram cátions distintos apresentariam suas
típicas e diferentes colorações.
Durante a apresentação sobre o Sal light, foi um assunto que despertou o
interesse e participação dos alunos, surgindo comentários que pessoas da
família consomem este tipo de sal e as dietas existentes com baixo teor de
sódio.
Ao perguntar no questionário se o minicurso realizado contribuiu para o
aprendizado, todos responderam que contribuiu e sete alunos justificaram
suas respostas, enfatizando a importância de atividades deste tipo para
alunos do ensino médio, e três alunos responderam que trabalhos como este
deveria haver sempre.
Conclusões
Embora o tema do minicurso seja visto com certa complexidade, os alunos se interessaram pelo assunto e participaram veementemente em todo momento. A apresentação do minicurso foi contextualizada, trazendo exemplos e situações do cotidiano que facilitaram o despertar pelo o interesse dos alunos, proporcionando a construção de seu próprio conhecimento. Segundo Lima (1996), a participação e interesse dos alunos são primordiais para a satisfação do docente com o trabalho que realiza.
Agradecimentos
Ao Instituto Federal de Goiás – Campus Itumbiara e ao Núcleo de Pesquisa e Extensão em Processos Educacionais (NuPEPE).
Referências
FONSECA, Martha Reis Marques da. Completamente química: química geral. Editora FDT. v.1 São Paulo, 2001.
LIMA, M. E. C. C. Formação continuada de professores de química. Química Nova na Escola. N.4, Vol. 17, 1996.
PAIVA, Uilson; PENNA, Marcio. Império do sal. Revista Super Interessante. Setembro, 2012.
SARNO, Flávio. Estimativas do consumo de sódio no Brasil, revisão dos benefícios relacionados à limitação do consumo deste nutriente na Síndrome Metabólica e avaliação de impacto de intervenção no local de trabalho. Tese de Doutorado. São Paulo, 2010.
VIERO, Janisse. ROCHA, João Batista Teixeira. Reflexões em torno do processo de ensino e aprendizagem de ciências a partir do minicurso gibi “pulmão e sua turma”. V, 31. N° 2. P, 123-138. Santa Maria. 2011.