ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Ensino de Química
Autores
Tizzo, D.F. (IFG - ITUMBIARA) ; Oliveira, J.P. (IFG - ITUMBIARA) ; Rezende, G.A.A. (IFG - ITUMBIARA) ; Teixeira, D.P.D. (CEPI - COLÉGIO ESTADUAL DOM VELOSO) ; Rossi, V.B.F. (CEPI - COLÉGIO ESTADUAL DOM VELOSO)
Resumo
Dizemos aos alunos que a química está presente em todos os lugares, sendo possível a partir do engajamento e comprometimento dos professores envolvidos no processo ensino-aprendizagem ensinar a mesma juntamente com outras disciplinas, sendo colocada em prática a tão estimada interdisciplinaridade. O objetivo deste artigo é apresentar a proposta de ensinar química aliada a arte, atividades estas desenvolvidas por meio da integração PIBID-escola campo durante a disciplina eletiva de fotografia. Conclui-se, que a experimentação não pode substituir a aula teórica, mas que deve ser utilizada como complementação da mesma e assim favorecer a apropriação efetiva de conceitos levando o aluno a refletir sobre os mesmos e auxiliá-lo na aprendizagem e até mesmo para exercitar o senso crítico.
Palavras chaves
PIBID; Interdisciplinaridade; Fotografia
Introdução
Dizemos aos alunos que a química está presente em todos os lugares, sendo possível a partir do engajamento e comprometimento dos professores envolvidos no processo ensino-aprendizagem ensinar a mesma juntamente com outras disciplinas, sendo colocada em prática a tão estimada interdisciplinaridade. Segundo Chassot (1993): “[...] ao se restringir o ensino a uma abordagem estritamente formal, acaba-se por não contemplar as várias possibilidades para tornar a Química mais ‘palpável’ e perde-se a oportunidade de associá-la com avanços tecnológicos que afetam diretamente a sociedade [...]” (CHASSOT, 1993). E visto que o aprendizado não se dá apenas por meio da memorização nossa proposta inicial é instigar nos alunos o desejo de aprender, de conhecer coisas novas, de incitar e esclarecer dúvidas, tornando-os mais críticos através de aulas mais descontraídas onde o ensino da química se torna totalmente ligado ao dia-a-dia dos alunos. Segundo Vera Novais (1999), para progredir no estudo da Química são importantes três aspectos: o trabalho do professor, seu interesse e empenho e a utilização de recursos pedagógicos adequados. Ao professor cabe planejar o curso, estimular o aluno a pensar, ajudá-lo a superar dificuldades. E ao aluno cabe manter-se interessado e desenvolver a disciplina necessária para isso. O objetivo deste artigo é apresentar a proposta de ensinar química aliada a arte, atividades estas desenvolvidas por meio da integração PIBID-escola campo durante a disciplina eletiva de fotografia.
Material e métodos
A proposta era trabalhar a química envolvida no processo fotográfico, para tanto foi elaborada uma aula teórico-prática onde inicialmente abordou-se a contribuição da química para a evolução da revelação fotográfica que se vê hoje em relação aos processos mais antiquados, explorar os processos químicos envolvidos na revelação fotográfica e apresentar uma prática que garantisse fixação do conteúdo. No primeiro momento foi ministrada aula expositiva, abordando a historicidade dos processos de descoberta e aperfeiçoamento da fotografia. Explicou-se o mecanismo de funcionamento das câmeras fotográficas envolvendo neste momento principalmente conteúdos de física, em seguida apresentou-se as reações de oxido-redução presentes no processo de formação da imagem e na revelação de fotos. Após a teoria, passou-se para a segunda etapa, onde foi realizada uma aula prática. Para instruir os alunos, foi mostrado um vídeo com as instruções para a construção da câmera Pinhole, para que os mesmos pudessem realizar a aula experimental sugerida. Montou-se uma sala de revelação na escola campo para onde os alunos foram levados num segundo momento. Foi explicado o funcionamento da câmera Pinhole (câmera de lata), nas quais foi inserido o papel fotográfico, em um ambiente escuro, para a preservação do papel. Depois, as latas foram vedadas e entregues aos alunos, que foram deixados a vontade para escolher um lugar para tirarem suas fotos. Terminada a etapa, partiu-se para a revelação. Com cuidado, o papel fotográfico foi retirado de todas as latas e colocado nos produtos utilizados na revelação de fotos. A revelação das fotos foi feita pelas pibidianas, pelo fato de que os produtos químicos exigiam cuidado no seu manuseio.
Resultado e discussão
Após a revelação das fotografias foi promovido um momento de diálogo onde os
alunos puderam expor o que acharam e principalmente o que entenderam da aula.
Perguntamos informalmente sobre os processos químicos envolvidos nas etapas de
formação e revelação das fotografias e com as respostas obtidas notou-se uma
compreensão ampliada sobre as reações de óxido-redução e notou-se que houve
uma consolidação do conhecimento que só pode ser eficaz através da aula
teórica aliada a prática. Ao discutir vimos que os alunos se sentiam muito
mais capazes de arguir quando tinham conhecimento do que estavam falando e que
não se sentiam intimidados ao levantarem questões. Foi possível perceber
mudanças nas atitudes dos alunos, quando comparadas com as de antes da
experimentação, e em relação à aula teórica, sem mencionar a surpresa e o
contentamento ao verem o resultado de seu próprio trabalho, e a realização
deste projeto tornou a química mais visível e prazerosa. Analisando o
desenvolver deste projeto, constatou-se que este pensamento é
válido. Foi possível perceber mudanças nas atitudes dos alunos, quando
comparadas com as de antes da experimentação, durante a aula teórica. Vale
ressaltar que os resultados superaram o esperado ao percebermos que todos
os alunos participaram, houve o surgimento de dúvidas e que perceberam que o
conhecimento pode ser adquirido através de coisas simples.
Conclusões
A química é uma disciplina que está inserida no cotidiano de cada um, e ao vê-la envolvida com uma disciplina como arte no primeiro momento deixou os alunos intrigados, mas no final eles compreenderam que a ciência não está alheia a mais comum das atividades atuais que é tirar fotos. Conclui-se, portanto, que a experimentação não pode substituir a aula teórica, mas que deve ser utilizada como complementação da mesma e assim favorecer a apropriação efetiva de conceitos levando o aluno a refletir sobre os mesmos e auxiliá-lo na aprendizagem e até mesmo para exercitar o senso crítico.
Agradecimentos
PIBID, CAPES, NUPEQUI, NUPEPI, CEPI-Colégio Estadual Dom Veloso.
Referências
CHASSOT, A.I. Catalisando transformações na educação. Ed. Unijuí: Ijuí, 1993.
NOVAIS, Vera Lúcia Duarte de. Química.vol.1. São Paulo: Atual, 1999.