VITAMINAS COMO TEMA GERADOR NO ENSINO DE QUÍMICA PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ensino de Química

Autores

Toledo, K.L. (PUC GOIÁS) ; Silva, B.S. (PUC GOIÁS) ; Tosta, A.F. (CEJA) ; Silva, A.M.L. (PUC GOIÁS)

Resumo

Este trabalho tem por objetivo apresentar as atividades do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação `a Docência (PIBID) com a temática “Vitaminas”. As atividades envolveram aulas contextualizadas e experimentais de modo a favorecer o processo ensino-aprendizagem. Neste sentido foi utilizado o tema gerador para explorar conceitos básicos de química orgânica. As ações consistiram no levantamento do conhecimento prévio dos alunos, análises de rótulos de alimentos e realização de experimentos. A avaliação foi por meio de questionários, participação e construção de cartazes. Os resultados mostraram que os alunos desenvolveram uma melhor compreensão de funções orgânicas e estrutura molecular. Assim, foi possível concluir que a temática agregou conhecimentos para o ensino de química na EJA.

Palavras chaves

Ensino de Química; Vitaminas; Modalidade EJA

Introdução

O ensino de química pode ser concebido e planejado por meio de temas ou assuntos do cotidiano, que permitam realizar uma abordagem problematizada, interdisciplinar e contextualizada. Os conteúdos da área da Química, quando relacionados ao cotidiano, são facilmente compreendidos e assimilados pelos alunos. Estas práticas pedagógicas são baseadas na utilização de fatos do dia-a-dia para ensinar conteúdos científicos, ou seja, servem como exemplificação ou ilustração do conteúdo (Wartha et. al, 2013). Geralmente, tais situações são introdutórias aos conteúdos teóricos e têm o objetivo de chamar a atenção do aluno e aguçar sua curiosidade, porém são exclusivamente motivacionais (Lutfi, 1992). Neste contexto, a temática “Vitaminas” permite ilustrar fundamentos básicos de química orgânica. Ao abordar este tema na modalidade EJA, por meio de aulas expositivas interativas, é possível intervir na formação dos alunos relacionando a química com o cotidiano. Desta forma o objetivo deste trabalho será apresentar as experiências formativas do PIBID/Química da PUC Goiás, aplicadas no Centro de Educação para Jovens e Adultos (CEJA), a fim de tratar os benefícios, carências e excesso das vitaminas, assim como abordar conceitos básicos de química orgânica. Especificamente, os objetivos das atividades consistiram na identificação do teor de vitaminas presentes em alimentos, análises qualitativas e identificação de funções orgânicas e construção de estruturas moleculares.

Material e métodos

O planejamento das atividades foi realizado por meio de reuniões periódicas envolvendo as bolsistas, a coordenadora e a supervisora para definir as metodologias. Foi estabelecido um cronograma de atividades que envolveu: i) delimitação da temática por meio de revisão de literatura; ii) acompanhamento das práticas pedagógicas desenvolvidas pela supervisora; iii) identificação das dificuldades dos alunos acerca dos conteúdos químicos; iv) acompanhamento e aplicação de atividades, resoluções de exercícios e plantões de dúvidas; v) realização de intervenções didáticas. A temática foi aplicada no CEJA, no período de março a junho de 2015, nas turmas 4I e 4H, turno matutino, com a participação de 32 alunos. A sua aplicação foi dividida em quatro intervenções. A primeira intervenção consistiu na introdução da temática “Vitaminas” e aplicação de um questionário avaliativo do conhecimento prévio dos alunos. A segunda intervenção foi uma aula interativa sobre o tema, na qual foi explicado os tipos e classificação das vitaminas. Na terceira intervenção foi aplicado um check list para identificação do teor de vitaminas presentes nas embalagens de alimentos industrializados e apresentação das estruturas moleculares de vitaminas. Na quarta intervenção foi realizado um experimento qualitativo para verificar a presença de vitamina C em amostras de alimentos No final das intervenções foi solicitado aos alunos um relato sobre as intervenções e a construção de um cartaz. Estas produções foram utilizadas como ferramentas avaliativas da temática.

Resultado e discussão

As concepções prévias dos alunos da EJA são representações construídas ao longo da vida e os resultados a serem apresentados são baseados nas respostas do questionário discursivo. Ao analisá-las, verificou-se que os alunos fazem associação do tema com a alimentação. Quando questionados sobre os tipos de vitaminas, a maioria deles escreveu respostas superficiais e/ou erradas, apontando que não há conhecimento da classificação, somente mostrando conhecimento da importância para a saúde. A deficiência demonstrada nos fez refletir algumas estratégias didáticas, visando proporcionar aos alunos uma apropriação mais significativa dos conhecimentos. Após análise critica, as bolsistas apresentaram os objetivos do PIBID e explicaram a importância da temática para a formação dos alunos. Foi enfatizado que a temática traz consigo um olhar diferente da química e relaciona os alimentos do cotidiano. Os conteúdos foram explicados na forma de aulas contextualizadas sobre vitaminas, classificação, tipos e fontes nos alimentos. Os alunos receberam diversos rótulos de alimentos, foram orientados a observar a existência e o teor de vitaminas na composição. Esta ação possibilitou a interação positiva dos alunos com os trabalhos desenvolvidos. Em seguida, eles observaram a estrutura molecular de substâncias presentes nas vitaminas, por meio de figuras e modelos construídos pelas bolsistas. Para finalizar foi realizado um experimento sobre análise da vitamina C. A avaliação da compreensão dos conteúdos foi satisfatória, pois 90% dos alunos relataram o seu aprendizado com coerência. Por meio da qualidade, compromisso e profundidade dos cartazes confeccionados pelos alunos, foi possível verificar que estes assimilaram bem os conceitos e os objetivos de cada intervenção foram atingidos.

Conclusões

Considerando o conhecimento superficial dos alunos, sendo este modificado `a medida que as intervenções aconteciam, pode-se concluir que a turma apresentou aproveitamento satisfatório dos conteúdos abordados sobre vitaminas. A análise dos questionários e cartazes possibilitou refletir criticamente o ensino de química na modalidade EJA. O desenvolvimento da temática iniciou as bolsistas na docência, permitindo que as mesmas pudessem pensar em suas metodologias, a importância do aperfeiçoamento e como obter respostas positivas no processo ensino-aprendizagem.

Agradecimentos

Os autores agradecem a Capes pelas bolsas concedidas ao subprojeto PIBID/Química, à Pontifícia Universidade Católica de Goiás e ao Centro de Educação de Jovens e Adulto

Referências

WARTHA, E. J. ; SILVA, E. L. E BEJARANO, N. R. R. Cotidiano e Contextualização no Ensino de Química. Química Nova na Escola. v.35, n.2, p.84-91, 2013.
LUTFI, M. Ferrados e cromados: produção social e apropriação privada do conhecimento químico. Ijuí: Unijuí, 1992.

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