CONCEPÇOES DOS LICENCIANDOS DO CURSO DE QUIMICA DA UFAM ACERCA DA EXPERIMENTAÇÃO, COMO FERRAMENTA DE ENSINO EM QUIMICA.

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ensino de Química

Autores

Souza, K.S. (UFAM) ; Araujo, M.S. (UFAM)

Resumo

A experimentação no Ensino de Química é uma ferramenta que possibilita a articulação entre teorias e fenômenos, proporcionando importantes contribuições na aprendizagem e até mesmo na motivação dos alunos de acordo com alguns autores. Assim o objetivo deste trabalho foi verificar qual a importância e concepção da experimentação, como ferramenta de ensino na visão dos alunos de Licenciatura em Química da Universidade Federal do Amazonas. A coleta de dados ocorreu por meio de questionário aplicado aos licenciandos, cuja análise se deu de forma quantitativa e qualitativa, por análise de conteúdo e as principais concepções elencadas foram de que esta serve apenas para comprovar a teoria, como fixação da teoria, facilitadora da aprendizagem, apenas para motivar, entre outras.

Palavras chaves

Experimentação; Ferramenta de Ensino; Aprendizagem

Introdução

O ensino de química vem se dinamizando com a utilização de ferramentas de ensino que visam facilitar o aprendizado, em busca de uma aprendizagem significativa. “As atividades experimentais tem sido objeto de estudo na área de ensino da química, por articular o processo ensino-apredizagem, e despertar o interesse dos alunos nas aulas” (GIORDAN, 1999; FRANCISCO JR, 2008). A experimentação pode ser trabalhada sob duas perspectivas: Ilustrativa que visa apenas demonstrar conceitos previamente abordados ou problematizadora e Investigativa empregada antes da abordagem conceitual, estimulando a discussão e a reflexão, facilitando a construção de conceitos (FRANCISCO JR et al, 2008). No ensino de química atual o aluno deve atuar na construção do seu aprendizado. Assim, ferramentas como a experimentação tem papel importante na motivação e evolução conceitual dos alunos (FRANCISCO JR et al, 2008), porém devem atuar como mediadoras na aquisição de conhecimento, tratando os conteúdos de forma contextualizada, levando em conta aspectos econômicos e sócio-culturais do aluno, despertando o interesse pela ciência” (SILVA et al, 2009). Todavia há de se indagar como os futuros professores compreendem o papel da experimentação, pois muitos em sua formação acadêmica tem como parâmetro de experimentação o modelo com receitas prontas. Assim, como o ensino de química é dinâmico e multifuncional, o uso e a compreensão de ferramentas e estratégias que facilitem a aprendizagem é uma importante contribuição, para a formação de professores, e é nesse intuito que o trabalho contribuiu verificando quais as concepções desses futuros professores para posteriormente sanar os possíveis equívocos e complementar sua formação acadêmica.

Material e métodos

Objetivado investigar quais as ideias e concepções que os licenciandos do curso de licenciatura em química da UFAM possuíam sobre a experimentação como ferramenta de ensino de química, elaborou-se um questionário para coletar esses dados, que foi aplicado aos alunos do curso, nos turnos diurno e noturno. O questionário continha 14 questões que versavam sobre os conceitos, finalidades e objetivos da experimentação e a aplicação da mesma como ferramenta de ensino. Antes da coleta de dados o questionário foi validado com alunos de licenciatura de outra Instituição de Nível Superior, para verificação da clareza das questões. Após a coleta, os dados foram analisados, de forma quantitativa e qualitativa, nesta última usando análise de conteúdo, dando enfoque nas concepções, ideias, dificuldades e dúvidas que os licenciandos possuem quanto ao uso da experimentação como ferramenta de ensino na química.

Resultado e discussão

O questionário de coleta de dados, para identificar quais as principais ideias e concepções que os licenciandos possuíam acerca da experimentação como ferramenta de ensino em química, foi aplicado para 83 alunos dos cursos de Licenciatura em Química diurno e noturno da UFAM. A análise dos questionários mostrou que 75% dos licenciandos dos períodos iniciais têm pouco conhecimento em relação à experimentação como ferramenta de ensino de química ou não conseguem fazer as devidas associações com a prática docente, entretanto os mais adiantados no curso, que já tiveram disciplinas ou conteúdos que abordassem o tema, são mais coerentes nas suas concepções e ideias, com alguns pequenos equívocos de alguns, cerca de 38%. Uma informação interessante é que a maioria participa ou já participou de projetos que trabalham com experimentação, e boa parte das informações acerca dessa temática iniciou-se nos projetos. Na Tabela 01 contam as principais concepções e dúvidas que os licenciandos apresentaram acerca da experimentação como ferramenta de ensino e na Figura 01 tem-se os percentuais de algumas questões chave do questionário aplicado, mostrando que apesar de ser consenso entre todos que a experimentação é facilitadora da aprendizagem, parte dos licenciandos não tem muito interesse em trabalhar a experimentação na docência, afirmando que a mesma pouco contribui para a aprendizagem pelo fato de ser trabalhada com uma reprodução de fenômenos, focada em um só objetivo e outra parte dos licenciandos associa a experimentação o caráter motivacional e este pode estimular aos alunos a se interessarem pelo conteúdo da disciplina, desse modo oferecendo grandes contribuições para a aprendizagem como articuladora de teorias e fenômenos, se trabalhada adequadamente.

Tabela 01

Concepções e Dúvidas dos licenciandos de Química da UFAM sobre a Experimentação como ferramenta de Ensino de Química

Figura 01

Algumas concepções dos licenciandos de maneira geral, em percentual.

Conclusões

No geral, concluiu-se que as concepções em ralação a experimentação continham alguns equívocos, principalmente dos alunos em períodos iniciais do curso, e as dificuldades apresentadas pelos licenciandos em compreender o papel da experimentação com ferramenta de ensino estavam centradas principalmente em qual o objetivo da mesma e na maneira de trabalhá-la. Esses problemas podem ser oriundos da formação acadêmica ou do interesse dos alunos em estudar a temática, o fato é que a partir desse trabalho pode haver uma melhoria nas disciplinas que abordam essa temática na formação dos licenciandos.

Agradecimentos

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp-UFAM) Programa de Iniciação Científica (PIBIC) Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM)

Referências

FRANCISCO JR, W. E. Uma Abordagem Problematizadora para Interações Moleculares e Conceitos Afins. Química Nova na Escola, n. 29, p. 20-23, 2008.
FRANCISCO JR, W. E.; FERREIRA, L. H.; HARTWIG, D. R. Experimentação Problematizadora: Fundamentos Teóricos e Práticos para Aplicação em Salas de Aula de Ciências. Química Nova na Escola, n. 30, p. 34-41, 2008.
GIORDAN, M. O papel da experimentação no ensino de ciências. Química Nova na Escola, n. 10, p. 43-49, 1999.
SILVA, R. T.; CURSINO, A. C. T.; AIRES, J. A.; GUIMARÃES, O. M. Contextualização e Experimentação uma Análise dos Artigos Publicados na Seção "Experimentação no Ensino de Química" da Revista Química Nova na Escola 2000-2008. Ensaio Pesquisaem Educação em Ciências, v. 11, n. 2, 2009, 23p.

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