ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Ensino de Química
Autores
Freitas, A.G.M. (IF SERTÃO PERNAMBUCANO CAMPUS OURICURI) ; Magalhães, B.E.A. (IF SERTÃO PERNAMBUCANO CAMPUS OURICURI) ; Marinho, C.M. (IF SERTÃO PERNAMBUCANO CAMPUS OURICURI)
Resumo
Devido à abordagem não atrativa e a apresentação tardia da disciplina (geralmente no 9º ano Ensino Fundamental), muitos estudantes têm dificuldades em aprender Química. Por tanto, este trabalho surge da necessidade de tornar o ensino da Química mais atrativo e propiciar o contato com a disciplina desde as séries iniciais do Ensino Fundamental, o que foi realizado através de experimentação e contextualização com o cotidiano. O presente trabalho foi realizado em escolas particulares de Ouricuri-PE e Bodocó-PE, com alunos do Ensino Médio e do Ensino Fundamental (2º ao 5º ano e 9º ano). Através deste trabalho diminuímos bloqueios apresentados pelos estudantes em relação ao estudo da Química e oportunizamos as crianças se familiarizarem com o conhecimento químico.
Palavras chaves
contextualização; experimentação; Química
Introdução
A maioria das pesquisas recentes sobre ensino de Química estão relacionadas ao Ensino Médio e ao 9º ano do Ensino Fundamental, no entanto, também é importante investigar o processo de ensino-aprendizagem dos conhecimentos químicos nas séries iniciais do Ensino Fundamental na disciplina de Ciências (SILVA et al., 2007). A ineficiência do ensino de Química durante o Ensino Fundamental já é uma preocupação há algum tempo. Um dos fatores relacionados a essa ineficiência decorre da formação deficiente em Química de muitos professores de Ciências. Nas séries iniciais devem ser trabalhados conhecimentos básicos de Química, formando a base para o aprendizado de conceitos abordados futuramente. Por tanto, faz-se necessário que a abordagem de Química seja iniciada muito antes da última série do Ensino Fundamental (ZANON e PALHARINI, 1995). Muitos métodos de aprendizagem cooperativa têm sido desenvolvidos, mas essencialmente esses métodos não diferem, pois envolvem o trabalho dos estudantes organizados em grupos pequenos, de forma que todos possam participar da atividade. As ações cooperativas em atividades em grupo proporcionam a construção de uma aprendizagem significativa (BARBOSA e JÓFILI, 2004). Este trabalho foi realizado em duas escolas particulares, Colégio e Curso Alternativo de Ouricuri-PE, e Intelectual Colégio e Curso em Bodocó-PE. Buscamos diminuir os bloqueios que alguns estudantes têm em relação ao estudo da Química e oportunizar as crianças se familiarizarem com o conhecimento químico. Para tanto, visamos a aprendizagem cooperativa por meio da experimentação e contextualização com o cotidiano.
Material e métodos
A experimentação é uma das formas de facilitar o processo de ensino- aprendizagem de Química. Pensando nisso, buscamos dinamizar e facilitar o estudo da Química através da experimentação. Os estudantes de cada turma do Ensino Médio e do 9º ano do Ensino Fundamental foram organizados em grupos e orientados a pesquisar experimentos químicos entusiasmantes, de fácil compreensão, com materiais do cotidiano e seguros, para apresentá-los e explica-los às crianças do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Os experimentos selecionados na pesquisa foram previamente apresentados ao professor e aos colegas em sala de aula, a fim de determinar quais são adequados, em que série (2º ao 5º ano) do Ensino Fundamental devem ser apresentados e discutir como explicar de maneira simples e corretamente. Para cada grupo foram definidos dois experimentos para a apresentação, dentre os quais estão: “fazendo o isopor desaparecer”, “enchendo o balão sem assopro”, “faça sua própria geleca” , “lâmpada de lava”, “observando sua voz”, “creme dental de elefante”, “leite que se mexe”, “a bola que não fura”, “vulcão em erupção”, ”vela na garrafa”, “ovo engarrafado”, “naftalina flutuante”, dentre outros. O momento para a execução dos experimentos foi definido em conjunto com os professores responsáveis pelas turmas do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Após a aplicação do projeto, analisamos o impacto gerado nas escolas em que foi realizado o trabalho, através de metodologia de natureza qualitativa.
Resultado e discussão
Constatamos que nenhum dos professores do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental
das escolas em que foi realizado este trabalho tem formação na área de
Química, portanto não dominam os conhecimentos específicos da disciplina. Da
deficiência em sua formação, decorre o pensamento desses professores de que
o ensino da Química só deve se iniciar no último ano do Ensino Fundamental.
Nas séries iniciais do Ensino Fundamental, na área de Ciência, são abordados
temas que envolvem conhecimentos da Química. Neste trabalho tal abordagem
foi feita através de experimentos. Percebemos nos estudantes do Ensino Médio
e do 9º ano do Ensino Fundamental atitudes de cooperação para a execução do
projeto. Verificamos, durante a execução e explicação dos experimentos, que
esses estudantes conseguiram construir uma aprendizagem significativa a
cerca dos temas abordados, pois foram capazes de explicar corretamente, com
autonomia e clareza, os experimentos e conseguindo responder aos
questionamentos das crianças. Nosso principal objetivo foi despertar nas
crianças o interesse e a curiosidade pela Química. Constatamos que este
objetivo foi alcançado, como por exemplo, a partir das observações da
participação e envolvimento dos alunos, notório através das expressões das
crianças de vislumbre e surpresa; da manifestação da curiosidade por meio
dos questionamentos durante a explicação; do interesse em reproduzir o
experimento e do pedido de execução de mais práticas experimentais.
Analisamos que o impacto gerado nas escolas em que foi realizado o trabalho
foi positivo, principalmente porque nos foi proposto, tanto pela gestão
escolar quanto pelos estudantes, realizarmos mais intervenções em que seja
abordado o conhecimento químico.
Conclusões
Neste trabalho defendemos que a abordagem da Química deve começar nas séries iniciais do Ensino Fundamental, haja vista que ao oportunizar as crianças se familiarizarem com o conhecimento químico, a longo prazo, podemos diminuir os bloqueios, por vezes aversão, que alguns estudantes desenvolvem em relação ao estudo da Química. A abordagem de conhecimentos químicos inseridos em temas propostos para o ensino de Ciências torna-se bastante atrativo e é facilitado através da experimentação, principalmente quando contextualizado, utilizando materiais conhecidos do cotidiano dos estudantes.
Agradecimentos
A todos os professores e estudantes que participaram deste trabalho e a gestão escolar do Colégio e Curso Alternativo e do Intelectual Colégio e Curso por permitirem
Referências
BARBOSA, R. M. N.; JÓFILI, Z. M. S. Aprendizagem cooperativa e ensino de química – parceria que dá certo. Ciência & Educação, v. 10, n. 1, p. 55-61, 2004.
SILVA, C. S.; ZULIANI, R. D.; FRAGOSO, S.B.; OLIVEIRA, L. A. A. A química nas séries iniciais do ensino fundamental. VI Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências. Florianópolis, 2007.
ZANON, L. B.; PALHARINI, E. M. A química no ensino fundamental de ciências. Química Nova na Escola, n. 2, p. 15-18, 1995.