ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Ensino de Química
Autores
Silva, S. (IFAM) ; Araújo, F. (IFAM) ; Valle, C. (IFAM) ; Perrone, L. (IFAM)
Resumo
Dentro do âmbito universitário, embora os professores continuem a ter um papel fundamental em ajudar os alunos a obter o conhecimento, foram criadas atividades de monitoria, com o intuito de auxiliar professores e alunos no processo de ensino-aprendizagem. Sendo assim, objetiva-se analisar como o serviço de monitoria tem auxiliado no processo de ensino-aprendizagem dos alunos do curso Técnico em química do Instituto Federal do Amazonas – Manaus centro. A partir da pesquisa realizada com os alunos e monitores conclui-se que a monitoria tem auxiliado no processo de ensino-aprendizagem dos seus usuários e contribuído para a formação dos monitores, agregando-lhes novos conhecimentos.
Palavras chaves
monitoria; química; educação
Introdução
Na vida acadêmica o estudante possui a oportunidade de envolver-se num projeto de pesquisa (SCHWARTZMAN, 1987), e dentre esses projetos a monitoria surge possibilitando uma maior aproximação do aluno com o universo acadêmico. O monitor é o estudante de graduação, escolhido para exercer atividades de produção técnico-didática junto à disciplina (NANNI, 2004), possibilitando ao aluno a experiência da vida docente acadêmica promovendo a integração de estudantes de períodos mais avançados com os demais. Além de permitir ao estudante a participação em diversas funções da organização e desenvolvimento das disciplinas do curso, capacitando-o em atividades didáticas. A pesquisa está na base do ensino e da extensão (SCHWARTZMAN, 1987), e no fundo é a atividade essencial da universidade. O professor é antes de tudo um pesquisador, porque ele é um especialista em construir conhecimento com suas próprias mãos. No conhecimento químico, assim como em todos os demais, não é algo pronto, acabado e inquestionável, mas em constante transformação. O ensino da química como ferramenta auxiliar no processo ensino/aprendizagem, utiliza-se de experimentos que ilustrem a teoria, servindo para verificar os conhecimentos e motivar os alunos. Na perspectiva da abordagem conceitual do conteúdo químico, deve-se receber um aval importante que é o papel do monitor no sentido de colaborar com o professor nas atividades de experimentação favorecendo a apropriação efetiva do conceito e oportunizando a reflexão advinda das situações nas quais o professor integra o trabalho prático na sua argumentação teórica (AXT, 1991). Segundo Maldaner, (2003) se faz necessário uma abordagem de ensino de Química voltada à construção e reconstrução de significados de conceitos científicos nas atividades em sala de aula.
Material e métodos
As atividades foram desenvolvidas no Laboratório de Química Analítica durante a realização das atividades práticas no horário normal das aulas. As atividades teóricas foram desenvolvidas em sala de aula em horário previamente agendado com os interessados. Também foi oportunizada a orientação da confecção dos relatórios das atividades práticas e a resolução de exercícios.O presente trabalho é classificado como descritivo, visto que seu objetivo principal é descrever as características de determinada população e estabelecer relações entre variáveis. Uma das características mais significativas das pesquisas descritivas é a utilização de técnicas padronizadas para coletar dados, como por exemplo, o questionário (GIL, 2002).Através da aplicação de questionários, este trabalho busca descrever como a monitoria tem exercido um papel importante na vida acadêmica dos alunos que a utilizam. Para a coleta de dados, foram aplicados questionários aos alunos do curso técnico em Química subsequente dos 2° e 4° períodos noturno no 1 semestre de 2015. A partir dos dados coletados através da aplicação de questionários, a presente pesquisa busca analisar qual a contribuição da monitoria para agregar conhecimento àqueles que fazem uso dela, bem como verificar a importância da mesma para a vida acadêmica e profissional dos monitores. Para tanto utilizando-se de métodos estatísticos e descritivos.
Resultado e discussão
Ao longo do período proposto pelo projeto foram realizadas algumas
atividades que permitissem a saída da monotonia no que tange o ensino da
Química, aguçando os alunos a buscarem as suas próprias conclusões por meio
da investigação. Além, das atividades propostas pela disciplina foram
implementadas aulas práticas que tentaram levar o alunado a compreender
melhor os tipos de analises e as práticas ementadas nas disciplinas.
A elaboração, em conjunto com o professor, de aulas experimentais na
disciplina facilitou o processo de aprendizagem dos alunos, pois, a partir
das dificuldades que o monitor encontrou quando cursava a mesma disciplina e
as dificuldades observadas nos alunos atuais, proporcionando ao professor
abordar de forma diferente, os assuntos que os alunos encontravam mais
resistência a aprendizagem. Facilitando assim o relacionamento e a
convivência com as diferenças observadas.
Aos alunos, o questionário aplicado compunha-se de 10 questões, sendo que
destas, 8 são de múltipla escolha, e 2 são abertas. A resposta do aluno a
primeira questão determinava quais questões deviam ser respondidas em
seguida. Para os alunos que responderam “Sim” a primeira questão, as
questões a serem respondidas eram as de 3 a 10. Para os alunos que
responderam “Não”, deveriam em seguida responder apenas as questões 2, 8, 9,
e 10.Os questionários foram aplicados aos alunos que cursam, no primeiro
semestre de 2015. Estão matriculados ao total 44 (quarenta e quatro) alunos.
A aplicação deu-se de forma presencial e aleatória.
Conclusões
A monitoria, além de propiciar aos alunos regularmente matriculados na Disciplina uma oportunidade de melhorar seu desempenho, possibilitou ao monitor desenvolver habilidades didático-pedagógicas, exacerbando sua visão crítica sobre a metodologia do ensino até então utilizada, possibilitando o envolvimento do aluno monitor em atividade de pesquisa associado ao ensino, despertando o seu interesse pela docência e a pesquisa. Aumentou também, o aproveitamento do monitorado por meio de atividades teóricas e práticas permitindo aos mesmos dar continuidade as suas atividades acadêmicas e científicas. Além de aumentar a motivação do monitor e dos demais alunos em relação às disciplinas abordadas.
Agradecimentos
Ao Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia do Amazonas
Referências
AXT, R. O papel da experimentação no ensino de ciências. In: MOREIRA, M. A; AXT, R. Tópicos em ensino de ciências. Porto Alegre: Sagra, 1991.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MALDANER, Otavio A. Formação Inicial e Continuada de Professores de Química: Professores Pesquisadores. 2 ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2003.
NANNI, R. A natureza do conhecimento científico e a experimentação no ensino de ciências. Revista Eletrônica de Ciências: v. 26, 2004.
SCHWARTZMAN, Simon. Universidade e ciência observados por Bem-David. Ciência Hoje, v. 7, número 37, 1987.