ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Ambiental
Autores
Dantas, V.C.F. (UFERSA) ; Vitoriano, J.O. (UFERSA) ; Barbosa, J.C.P. (UFERSA) ; Alves Júnior, C. (UFERSA)
Resumo
A elevada poluição dos cursos hídricos tem motivado o desenvolvimento de novas tecnologias para o tratamento de águas, em virtude de sua escassez na forma potável. Diversos métodos têm sido utilizados na degradação de contaminantes orgânicos para remediar essa situação. O plasma em barreira dielétrica (DBD) tem surgido como uma técnica alternativa para degradar corantes em soluções aquosa. O presente trabalho tem por objetivo estudar o do plasma DBD em soluções de alaranjado de metila, visando a sua degradação.
Palavras chaves
poluição; plasma DBD; degradação
Introdução
Com a participação de 80% da indústria têxtil na economia brasileira (UEDA, 2006) e a crescente necessidade de se ter água boa para consumo; pesquisas tem se voltado para a degradação de soluções em cursos hídricos. A indústria têxtil gera em seu processo uma quantidade alta de efluentes, na qual são descartados sem um tratamento adequado, provocando, assim, poluição (RODRIGUES FILHO, 2012). Os corantes mais consumidos pelas indústrias têxteis são os da classe azo pela sua facilidade de síntese. É nesse contexto que a tecnologia do plasma DBD tem surgido para degradar soluções eficientemente, porque ele permite a completa remoção do corante da solução, diferentemente das outras técnicas como adsorção, por exemplo, (HUANG et al 2012). O plasma DBD é gerado a partir de uma diferença de potencial, sendo o ar a barreira dielétrica a ser rompida; após o rompimento há a descarga de plasma. A interação do plasma com o ar é responsável pela formação das espécies ácidas e oxidativas que permitirão a diminuição do Ph e a degradação da solução (NIJDAM, 2012; BURLICA, 2006). Nesse contexto o presente trabalho tem por objetivo aplicar o plasma DBD em uma solução de alaranjado de metila, corante pertencente ao grupo azo, a fim de degradá-lo.
Material e métodos
Para a preparação da solução foi usado 0,1g de alaranjado de metila diluído em 1L de água destilada e submetido 4ml dessa solução à ação do plasma nos tempos de 5, 15 e 30 minutos. O plasma é gerado a partir de um reator que possui dois eletrodos. Um dos eletrodos circunda o tubo de ensaio externamente (potencial terra), o outro fica suspenso a 7mm da solução. Após o tratamento foram feitas análises de ph (tecnal) e absorbância (Spectrumlab 722).
Resultado e discussão
Após a submissão da solução nos tempos de 5, 15 e 30 minutos foram feita as
análises de PH, onde se percebeu uma redução com o tempo. A acidez da
solução se dá devido a interação do plasma com o ar atmosférico. Os elétrons
de alta energia colidem com o N2 e O2 do ambiente formando NO, NO2 (NIJDAM,
2012; BURLICA, 2006), que por sua vez é levada a solução através da ação do
campo elétrico do plasma, reagindo, assim, com o OH, formando HNO, HNO2
(BURLICA, 2006). O alaranjado de metila por ser um indicador de Ph permite
que com a acidez da solução sua estrutura mude, favorecendo, assim, a quebra
do grupo cromóforo azo, por ter a menor energia de ligação (HUANG et al
2012). À medida que o corante vai sendo degradado a solução vai descolorindo
(Figura 1). Com as análises de absorbância percebeu-se uma redução na banda
de absorção em 500nm (Figura 2), caracterizando, assim, a formação de um
subproduto.
Evolução da degradação do corante alaranjado de metila com o tempo.
Espectros de absorção UV-Vis do corante alaranjado de metila
Conclusões
Foi provado que a ação do plasma DBD em solução favorece a degradação do corante alaranjado de metila em meio aquoso, formando um subproduto.
Agradecimentos
CAPES, CNPq, UFERSA
Referências
NIJDAM, Sander et al. An introduction to nonequilibrium plasmas at atmospheric pressure. Plasma Chemistry and Catalysis in Gases and Liquids, p. 1-44, 2012.
BURLICA, Radu; KIRKPATRICK, Michael J.; LOCKE, Bruce R. Formation of reactive species in gliding arc discharges with liquid water. Journal of Electrostatics, v. 64, n. 1, p. 35-43, 2006.
UEDA, Ana Cláudia et al. Aplicação de micelas reversas na remoção de corantes têxteis catiônicos. 2006.
RODRIGUES FILHO, Geraldo Martins. Adsorção do corante amarelo reativo BF-4G 200% por argila esmectita. 2012.
LEAL, Cláudia Sofia Mendes et al. Solubilidade de corantes azo. 2011.
CADORIN, Bruno Mena et al. Degradação de corantes azo por plasma frio de descarga corona. 2012.