AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS EM POÇOS ARTESIANOS NO MUNICÍPIO DE COXIM-MS

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ambiental

Autores

Rodrigues de Oliveira, H. (IFMS) ; Freitas Henrique, A. (IFMS) ; de Oliveira Ferreira, J. (IFMS) ; Rodrigues de Andrade, G. (IFMS)

Resumo

A água subterrânea vem sendo muito utilizada como fonte de consumo ao ser humano, pois sofre menos influência climáticas do que as águas de superfície. Entretanto, a água vem sendo submetidas a vários tipos de poluição, por meio de substâncias químicas e microrganismo patogênico, com isso, este trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade das águas dos poços artesianos utilizadas para o consumo por meio de analises físico- químicas e microbiológicas Os parâmetros analisados foram: OD, pH, Turbidez, Cor Aparente, C.E, DBO5, Sólidos Totais, Cloretos, Dureza, Acidez, Ferro, CT e CTo. Também foi realizado o cálculo do IQA, parâmetro utilizado para avaliar a qualidade da água bruta visando seu uso para o abastecimento público. Até o momento a água dos poços apresentaram qualidade ruim.

Palavras chaves

água; poços artesianos; qualidade

Introdução

A água é um dos mais importantes recursos naturais, imprescindível à vida e atividades humanas por suas funções no abastecimento público, industrial, agropecuário e na preservação da vida aquática. A água pode servir de veículo para vários agentes biológicos e químicos (GOMES, 2005). O crescimento do uso de água de poços artesianos como fonte alternativa para consumo, tem atraído as atenções para qualidade desta fonte de abastecimento alternativo. No estado de Mato Grosso do Sul, a água subterrânea é muito utilizada como fonte de consumo ao ser humano, pois comparado com a água superficial, ela apresenta algumas vantagens, por sofrer menor influência na variações climáticas, não requerem tratamentos sofisticados para serem utilizadas no consumo humano pois são filtradas e purificadas naturalmente através da percolação, apresentando custos menores como fonte de água, além disso, apresentam grande proteção contra agentes poluidores e não estão sujeitos aos processos de assoreamento (SANTOS, 2009). Entretanto, as águas subterrâneas tem sido submetidas a vários tipos de poluição, devido ao aumento de concentração de postos de gasolina, oficinas mecânica e também com a presença de cemitérios e hospitais. A portaria n° 2914 de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde, dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para o consumo humano e seu padrão de potabilidade. Para que a água seja considerada potável para o consumo ela deve atender os padrões estabelecidos pela portaria, caso contrário será considerada impropria para o consumo humano (BRASIL, 2011). Nesse sentido, o trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade das águas de poços artesianos utilizadas para consumo humano por meio dos parâmetros físico-químicos e microbiológicos.

Material e métodos

Foram realizadas coletas em 10 poços artesianos localizados em diferentes pontos da cidade. As coordenadas dos pontos de coletas foram registrados com auxílio do GPS/garmim. Os parâmetros físico-químico analisados foram, pH, oxigênio dissolvido (OD), turbidez, cor aparente, condutividade elétrica (C.E), demanda bioquímica de oxigênio (DBO5), sólidos totais, quantidade de cloretos, acidez, dureza total e ferro total. E os parâmetros microbiológicos foram, coliformes totais e coliformes termotolerantes, ambos foram analisados pelo método descrito pela FUNASA, 2009. As coletas foram realizadas no mês de junho de 2015. Para a realização das análises de dureza total, quantidade de cloretos e acidez foram feitas uma titulação potenciométrica, utilizando um aparelho titulador potenciométrico Titrino Plus 848, Metrohn. Para o pH utilizou-se um pHmetro mPA210, MS Tecnopon , para analisar o OD utilizou-se um medidor de oxigênio dissolvido MO-900 da Instrutherm, para a cor aparente utilizou-se um aparelho medidor de cor microprocessado DM-COR, Digimed, para analisar a turbidez utilizou-se um turbidímetro AP 2000 da Policontrol, para análise de C.E utilizou-se um condutivímetro Module 856, Metrohm e para o ferro total foi quantificado pelo método NBR 13934; 1997 - Água - Determinação de ferro - Método colorimétrico da ortofenantrolina, utilizando o espectrofotômetro uv/vis.

Resultado e discussão

Comparou-se os resultados encontrados das análises físico-química e microbiológica com padrões estabelecidos pela portaria n° 2914/11, porém, a portaria não estabelece valores permitidos para os parâmetros OD, C.E, DBO5 e acidez. Como mostra na tabela 1, somente o poço 3, ficou dentro do VMP, em relação a cor somente o poço 9 ficou acima do que é permitido, em relação a C.E, a portaria não estabelece valores permissíveis, mas de acordo com a CETESB 2009, em geral, níveis superiores a 100 µS/cm indicam ambientes impactados. Os resultados encontrados para sólidos dissolvidos, dureza total, ferro e cloretos, atenderam o padrão vigente pela portaria como mostra na tabela 1. Os resultados para coliformes totais, os poços 1,2 e 7, não atenderam o padrão permissível, já os coliformes termotolerantes, todos os poços deram negativos, atendendo o padrão vigente. Também foram calculados o índice de qualidade da água (IQA), ele foi desenvolvido para avaliar a qualidade da água bruta visando seu uso para o abastecimento público. O IQA é composto por nove parâmetros sendo eles, OD, CTo, pH, DBO5, variação da Água, Nitrogênio Total, Fosforo Total, Turbidez e resíduo Total (ALMEIDA, 2007). O IQA é avaliado de acordo com seu nível de qualidade, podendo ser de excelente a muito ruim. A tabela 2 representa os valores do IQA calculado de alguns parâmetros como, OD, pH, ∆t da água, DBO5, sólidos totais e turbidez. Os cálculos foram realizados de acordo com a CETESB, 2008.O resultado dos níveis de qualidade da água dos poços 1, 2 e 3, apresentaram qualidade média, já para os poços de 4 a 10 apresentaram ruim.







Conclusões

Os poços analisados em relação aos parâmetros físico-químicos, somente os parâmetros dureza total, cloretos, ferro e sólidos dissolvidos ficaram dentro do padrão estabelecido pela portaria n° 2914/11, já para o pH, somente o poço 3 está dentro do padrão, para turbidez e a cor aparente somente o poço 9 ficaram acima do permitido. Para os coliformes totais, os poços 1, 2 e 7 deram positivo, não atendendo o padrão permissível, e para coliformes termotolerantes todos os poços estão dentro do padrão, em relação ao nível de qualidade da água, as amostras de modo geral, apresentaram qualidade ruim.

Agradecimentos

Ao IFMS e CNPQ pela bolsa de iniciação científica.

Referências

ALMEIDA, R.A.S.; Índice de qualidade de águas subterrâneas destinadas ao uso na produção de água potável (IQUAS). 2007, 221f. Mestrado em Engenharia Ambiental Urbana, Universidade Federal da Bahia, Salvador.
BRASIL, Portaria n° 2914 de 12 de Dezembro de 2011. Brasília: Ministério da Saúde – 2011.
CETESB. Relatório de Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente, 2008.
CETESB. Qualidade das Águas Interiores no Estado se São Paulo. Significado Ambiental e Sanitário das Variáveis de Qualidade das Águas e dos Sedimentos e Metodologias Analíticas e de Amostragem. São Paulo, 2009.
FUNASA; Manual prático de análise de água, MISTÉRIO DA SAÚDE, Brasília, 2009.
GOMES, P, M; MELO, C; VALE, V, S. Avaliação dos impactos ambientais em nascentes na cidade de Uberlândia-MG: análise macroscópica. Sociedade & Natureza, Uberlândia, 17 (32): 103-120, jun. 2005.
SANTOS, J, M, M. Índice de qualidade de água subterrânea aplicado em área de aquíferos cristalinos como uso agrícola: Bacia do Rio São Domingos-RJ. 2009, 189f. Doutorado em Geologia. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

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