DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS E DAS CONCENTRAÇÕES DE CLORETO, CLORO RESIDUAL LIVRE, FERRO TOTAL E FLUORETO EM ÁGUA DE ABASTECIMENTO DO BAIRRO DO GUAMÁ, BELÉM, PARÁ.

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ambiental

Autores

da Silva, E.R.M. (UFRA) ; Pontes, A.K.S. (UFRA) ; da Silva, J.C. (UFRA) ; Marques, P.C.M.N. (UFRA) ; de Souza, E.C. (UFRA) ; Silva, A.S. (UFPA) ; Barbosa, I.C.C. (UFRA)

Resumo

O presente trabalho objetivou avaliar a qualidade química e físico-química da água de abastecimento do bairro do Guamá, quanto as variáveis pH, Cl, turbidez, dureza total, CRL, Fe total e F. De acordo com os resultados obtidos, verificou-se que a dureza total, pH e turbidez apresentaram concentrações abaixo dos valores máximos permitidos pela Portaria 2914/2011. Quanto a variável ferro total, no ponto P6 sua concentração ultrapassou o valor máximo permitido. Os valores das concentrações de fluoreto não foram detectados nas amostras. Os pontos P3, P11 e P12 apresentam valores pouco abaixo do mínimo exigido pela legislação. Com base nos resultados deste trabalho, considera-se que, quanto à potabilidade das águas, essas não apresentam evidencias de transtornos ou restrições sanitárias.

Palavras chaves

abastecimento; recursos hídricos; potabilidade da água

Introdução

A água é imprescindível para o bem-estar e sobrevivência do ser humano. Assim como para a manutenção da vida, além de ser essencial para a manutenção do clima na Terra (SIQUEIRA, 2012). Segundo a Agencia Nacional de Águas (2007), cerca de 77% das residências brasileiras utilizam água proveniente de redes de abastecimento. Assim, sendo a sua qualidade vulnerável a condições ambientais a qual são expostas, é necessário que na maioria das vezes a água passe por um tratamento visando torna-la potável (FREITAS et al., 2002). Sendo o tratamento convencional geralmente constituído pelas seguintes etapas: coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção, fluoretação, reservação e distribuição. Freitas et al.(2002), aborda que esse tratamento por utilizar produtos químicos, pode promover a formação de resíduos no produto final que proporcionem prejuízos a saúde do consumidor. Dessa forma faz-se necessário a vigilância e monitoramento das etapas, a fim de garantir que o produto final atenda as exigências propostas pela Portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade (BRASIL, 2011). O presente trabalho objetivou avaliar a qualidade química e físico-química da água de abastecimento do bairro do Guamá, na cidade de Belém-PA, quanto aos parâmetros de potabilidade, tais como pH, cloreto (Cl-), turbidez, dureza total, cloro residual livre (CRL), ferro total (Fe Total) e fluoreto (F-), para determinar se os mesmos atendem os valores propostos pela Portaria 2914, de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde.

Material e métodos

O trabalho foi realizado no bairro do Guamá, localizado na região metropolitana da capital paraense, Belém. Foram selecionadas 12 casas, tendo como requisito obrigatório escolher casas que recebam água do sistema de abastecimento público da Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA). Foram coletadas amostras diretamente na saída da torneira mais próxima. As amostras foram armazenadas, identificadas em garrafas de polietileno de 1 L e acondicionadas em isopor com gelo até as análises no laboratório de Físico-Química no Centro de Tecnologia Agropecuária (CTA) da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). O método utilizado para determinação da dureza total (expressada em mg/L de CaCO3) foi a titulação complexométrica. A qual destina-se fundamentalmente a determinações dos teores dos íons metálicos Ca2+ e Mg2+ através da titulação com EDTA. A determinação do pH (adimensional) foi realizada através do uso de um peagâmetro (Instrutherm, modelo 1900); a turbidez (em unidade de turdidez, uT) foi determinada através do Turbidímetro (Instrutherm, modelo TD-300). O teor de cloreto (mg/L de Cl-) foi determinado pelo método de Mohr. Para as determinações de cloro residual livre, fluoreto e ferro total foram empregados o método colorimétrico e todos os resultados expressos em mg/L. Para os quais utilizou-se um colorímetro (QUIMIS, modelo Q406CFF). Para o CRL foi empregado o método colorimétrico DPD. Para a determinação de flúor presente nas amostras foi empregado o método colorimétrico SPADNS. A presença de ferro total foi determinada pelo método da ortofenantrolina. Todas as análises foram feitas em triplicata. E para os dados obtidos foram calculadas as médias e desvios-padrão.

Resultado e discussão

A Tabela 01 nos fornece os valores referentes às médias e desvios padrão, obtidos após as analises de cloro residual livre (CRL), fluoreto, ferro total, cloreto, dureza total, pH e turbidez da água de abastecimento das residências no bairro do Guamá em Belém-PA. Assim como os valores máximos permitidos pela Legislação Brasileira do Ministério da Saúde. De acordo com os resultados obtidos, verificou-se que para os pontos amostrais selecionados (Figura 01), a dureza total, pH e turbidez apresentaram concentrações abaixo dos valores máximos permitidos pela Portaria 2914/2011. Quanto a variável ferro total, entretanto, verifica-se que no ponto P6 sua concentração ultrapassa o valor máximo permitido. Situações relacionadas como vazamentos em meios às manutenções das tubulações, assim como ligações clandestinas, entre outros fatores contribuem para a contaminação que promove a redução ou aumento das concentrações das variáveis analisadas (SILVA et al., 2011). Quanto ao fluoreto, não foi detectado concentrações nas amostras analisadas. Queiroz et al. (2010) aborda que os métodos normalmente utilizados para sua determinação sofrem interferências de outros íons presentes na água (cloreto, ferro, alumínio, etc.), culminando para erros em sua determinação. Fato esse que pode ter contribuído para a não detecção de tal variável. A portaria 2914/2011 estabelece como obrigatória a manutenção de no mínimo 0,2 mg/L de CRL em toda a extensão do sistema de distribuição, não excedendo 2 mg/L. Dessa forma os pontos P3, P11 e P12 apresentam valores pouco abaixo do mínimo estabelecido pela legislação. Scuracchio (2010) aborda que esse agente é adicionado na água durante o tratamento para promover a desinfecção ou eliminação de bactérias e microrganismos patogênicos.


Figura 01: Mapa de localização da área amostral do bairro do Guamá-PA. Fonte: Autores.

Tabela 01: Resultado dos parâmetros físico-químicos analisados.

a CRL = cloro residual livre; bND = Não detectado; * VMP= Valor máximo permitido.

Conclusões

Com base nos resultados dos parâmetros físico-químicos analisados neste trabalho, considera-se que, quanto à potabilidade das águas analisadas, para fins de consumo humano, essas não apresentam evidencias de transtornos ou restrições sanitárias, demonstrando a eficácia do sistema de tratamento da Companhia de Saneamento do Pará (COSAMPA). Dessa forma, de posse dos resultados, uma forma de sugestão seria promover um estudo mais aprofundado combinado de um plano de amostragem com coletas regulares.

Agradecimentos

Agradecimentos ao laboratório de Físico-Química do Centro de Tecnologia Agropecuária (CTA) da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

Referências

AGENCIA NACIONAL DAS ÁGUAS. Panorama do enquadramento dos corpos d’água do Brasil e Panorama da qualidade das águas subterrâneas no Brasil. ANA, 2007.

BRASIL. PORTARIA 2914/2011 Ministério da Saúde. Padrões de Potabilidade de água de 12 de dezembro de 2011.

FREITAS, V.P.S.; BRIGIDO, B.M.; BADOLATO, M.I.C.; ALABURDA, J. Padrão físico-químico da Água de Abastecimento Público da Região de Campinas. Revista Institucional Adolfo Lutz, nº61, 51-58, 2002.

QUEIROZ, J.P.L.; LIMA, F.R.G.S.; SILVA, M.A.M. da; CARDOSO, C.E. Analise do Teor de Fluoretos na Água de Abastecimento Público do Município de Vassouras, Rio de Janeiro. Revista Eletrônica TECCEN, nº3, 17-28, 2010.

SCURACCHIO, P.A. Qualidade da Água Utilizada para Consumo em Escolas no Município de São Carlos - SP. 2010. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição – Faculdade de Ciências Farmaceuticas, Universidade Estadual Paulista, SP.

SILVA, H.E.B.; COSTA, S.C.; MOREIRA, V.P. Determinação do Teor de Cloro Residual Livre na Água Consumida no Campus do Paricarana pela Comunidade da UFRR. Revista da UFRR, nº1, 15-23, 2011.

SIQUEIRA, G. W.; APRILE, F.; MIGUÉIS, A. M. Diagnóstico da qualidade da água do rio Parauapebas (Pará – Brasil). Acta Amazônia, nº42, 413–422, 2012.

Patrocinadores

CAPES CNPQ Allcrom Perkin Elmer Proex Wiley

Apoio

CRQ GOIÁS UFG PUC GOIÁS Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - Goiás UEG Centro Universitário de Goiás - Uni-ANHANGUERA SINDICATO DOS TRABALHADORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS EM EDUCAÇÃO BIOCAP - Laboratório Instituto Federal Goiano

Realização

ABQ ABQ Goiás