ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Iniciação Científica
Autores
Batista, L.M. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAZONAS) ; Mendonça, R.B.S. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAZONAS) ; Valle, C.M. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAZONAS) ; Passos, K.B. (FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE) ; Sousa, C.J.L. (FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE) ; Carvalho, G.F.M. (FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE) ; Valente, E.E. (FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE)
Resumo
A água é um recurso indispensável para todos os seres vivos, além de estar relacionada ao crescimento e desenvolvimento dos povos. Porém, a água para consumo humano deve obedecer a certos requisitos de qualidade que incluem aspectos organolépticos, químicos, físicos e biológicos. Neste contexto o objetivo deste trabalho foi avaliar alguns parâmetros físico-químicos da água consumida pela comunidade dos campi do Instituto Federal do Amazonas (Campus Manaus Centro, Distrito Industrial e Zona Leste). Os resultados encontrados para os parâmetros físico-químicos: pH, cloreto, turbidez, condutividade, dureza, cor, nitrato, nitrito, amônia, sulfato e ferro, estão em conformidade com valores máximos permitidos estabelecidos pela Portaria nº 2.914 de 12/12/2011 do Ministério da Saúde.
Palavras chaves
água; consumo humano; parâmetros físico-químico
Introdução
A água destinada ao consumo humano deve obedecer a certos requisitos de qualidade de ordem: organoléptica, não ter odor e sabor objetáveis; física, ter aspecto agradável, não apresentar teores de cor e turbidez acima do padrão de potabilidade; biológica, deve estar livre de organismos patogênicos; e química, não possuir substâncias nocivas ou tóxicas com concentrações superiores aos limites estabelecidos pelo padrão. Um conjunto de parâmetros compõe o padrão de potabilidade, assim o atendimento a estes padrões tornam a água própria para o consumo humano (BRASIL, 2006; GUEDES & CARVALHO, 1997). As análises físico-químicas da água ajudam a identificar o seu grau de qualidade. Os resultados são úteis, uma vez que, através das características físico-químicas da água, é possível propor com maior exatidão o tratamento correto e corrigir com eficácia parâmetros alterados, permitindo a sua utilização, ou então condená-la para determinado uso evitando o consumo indevido (FUNASA, 2006; LABORATÓRIO. A3Q, 2014). Assim, constata-se a importância das análises da água para consumo humano, não só com o objetivo de comparar os parâmetros de qualidade com a legislação específica, mas também prevenir danos à saúde humana e ao meio ambiente. Com isto, são evitados problemas econômicos e ambientais e promove-se o uso adequado e seguro da água pelo Homem (CORNATIONI, 2010). Este trabalho teve como objetivo avaliar alguns parâmetros físico-químicos das águas subterrâneas consumidas pelos campi do Instituto Federal do Amazonas em Manaus. Dentre os parâmetros físico-químicos investigados destacam-se: pH, cloreto, condutividade, turbidez, dureza, cor, nitrato, nitrito, amônia, sulfato e ferro.
Material e métodos
Para a execução deste trabalho foram escolhidos os Campi do Instituto Federal do Amazonas da cidade de Manaus, a saber: Campus Manaus Centro (CMC), localizado na Av. 7 de Setembro, Campus Manaus Distrito Industrial (CMDI), localizado na Av. Danilo Areosa e Campus Manaus Zona Leste (CMZL), localizado na Av. Cosme Ferreira. Para a seleção dos pontos de coleta foram escolhidos locais com maior acesso ao público e cujos usos são importantes em determinadas atividades. As amostras de água foram coletadas em frascos de polietileno devidamente limpos com capacidade de 1000 mL. As metodologias analíticas para determinação dos parâmetros físicos-químicos investigados neste trabalho atenderam às especificações Standard Methods for the Examination of Waterand Waste water. Os valores de pH e condutividade, foram medidos com o equipamento HQ40d, da marca HACH, com sondas paramétrica, nitrato, nitrito, sulfato, cor, cloreto, amônia e ferro foram medidos com espectrofotômetro DR 3900, da marca HACH, turbidez com o turbidímetro microprocessado digital DL 350, da marca DEL LAB e dureza foi determinada por titulometria.
Resultado e discussão
Os resultados obtidos para os parâmetros pH, cloreto, turbidez,
condutividade, dureza, cor, nitrato, nitrito, amônia, sulfato e ferro são
apresentados na Tabela 1.
De um modo geral, os resultados obtidos para os parâmetros físico-químicos
avaliados dos três campi do IFAM em Manaus, estão de acordo com os
recomendados pela Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde.
Porém, o pH das amostras dos poços tubulares do CMDI e CMZL apresentaram pH
mínimo abaixo de 6,0. Valores aproximados foram analisados por AZEVEDO
(2006), nos poços tubulares de Tabatinga-AM, no qual encontrou pH entre 5,0
a 6,2. Água ligeiramente ácida é uma característica peculiar de águas
subterrâneas e águas pretas da região Amazônica.
O teor de ferro mostrou-se elevado apenas na amostra de água da torneira da
cozinha do refeitório do CMC, cujo valor foi de 0,4 mg L-1, pouco acima do
que é estabelecido pela portaria n° 2.914/2011 do Ministério da Saúde, cujo
valor máximo permitido é de 0,3 mg L-1.
Quanto à cor, não foi detectado presença de cor, o que corrobora as
vantagens práticas e econômicas das águas subterrâneas dispensarem certos
tratamentos por serem normalmente de excelente qualidade.
Os valores de condutividade elétrica situaram-se entre 18,13 µS cm-1 no CMDI
a 90,07 µS cm-1 no CMC. Estes valores corroboram com os encontrados por
SILVA & BONOTTO (2006) cuja faixa foi de 15,1 µS cm-1 a 82,9 µS cm-1.
Os demais parâmetros avaliados não ultrapassaram o valor máximo permitido
para água potável conforme a Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde.
Conclusões
A realização deste trabalho foi importante, porque satisfez a necessidade das três unidades do IFAM em Manaus, em ter informações sobre a qualidade da água consumida nestas instituições. A partir dos resultados obtidos, pode-se indicar que as águas subterrâneas avaliadas estão em conformidade com os padrões estabelecidos pela Portaria n° 2.914/2011 do Ministério da Saúde. Além disso, é possível inferir que as condições físico-químicas das águas consumidas nos três campi do IFAM em Manaus, não colocam em risco a saúde dessas comunidades.
Agradecimentos
À FAPEAM, FUNASA e ao IFAM pelo auxílio financeiro, contribuição e execução deste trabalho de pesquisa.
Referências
AZEVEDO, R. P. Aspectos sobre o uso da água subterrânea na fronteira Brasil-Colômbia: O caso da cidade de Tabatinga no estado do Amazonas. In.: Congresso Interamericano de Ingeniería Sanitaria y Ambiental, 30, Punta Del Este, 26-30 Nov. 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância e controle da qualidade da água para consumo humano. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
CORNATIONI, M. B. Análises físico-químicas da água de abastecimento do município de colina-Sp. 2010. Dissertação (Graduação) – Faculdade Integrada Fafibe, Colina, São Paulo, 2010. Disponível em: <http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/ arquivos/revistabiologia/sumario/15/02032011082250.pdf>.Acesso em: 9 de Mar. 2014
FUNASA. Fundação Nacional de Saúde. Manual prático de análise de água. 2ª ed. rev. - Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2006.
GUEDES, A. B.; CARVALHO, J. M. T. Operação e manutenção de ETA’s. 1997. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAboYAF/apostila-tratamento-agua>. Acesso em: 01 de Jan. 2014
LABORATÓRIO A3Q. Análises de qualidade. Disponível em: <http://www.a3q.com.br/laboratorios/laboratorio-fisico-quimico.html> Acesso em: 10 de Mar. 2014
Portaria n° 2.914, de dezembro de 2011. Padrão de Potabilidade. ANVISA- Ministério da Saúde.
SILVA, M. L.; BONOTTO, D. M. Hidroquímica elementar e dos isótopos de urânio em águas subterrâneas da formação Alter do Chão, Manaus (AM). In.: Revista Brasileira de Geociências. Set. 2006.