ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Iniciação Científica
Autores
Chaves Sousa, J. (IFMA CAMPUS CAXIAS) ; Novaes Rocha, K. (IFMA CAMPUS CAXIAS) ; Severo do Monte, N. (IFMA CAMPUS CAXIAS) ; Lennon da Silva Castro, L. (IFMA CAMPUS CAXIAS) ; Paixão Soares, J. (IFMA CAMPUS CAXIAS) ; Costa Bastos, V. (IFMA CAMPUS CAXIAS) ; Galdino Soares, C.R. (IFMA CAMPUS CAXIAS) ; Mendes Chaves, L.C. (IFMA CAMPUS CAXIAS)
Resumo
O presente trabalho trata da elaboração de um material didático para alunos cegos e surdos, buscando facilitar o processo de ensino e aprendizagem da tabela periódica. Inicialmente realizou-se uma pesquisa de campo em uma escola que têm alunos cegos e surdos, objetivando analisar os materiais e recursos utilizados pelos professores, no qual foi constatada uma grande carência de recursos. A partir daí, produziu-se a bancada com materiais reaproveitados, como MDF, led, base de pilhas, fios condutores elétricos, placa de fendi-te cobreada, motor vibrador de celular, imã, resistor, chave liga-desliga e conectores. Os resultados foram satisfatórios, uma vez que o recurso didático chama a atenção do aluno, tornando a disciplina de Química mais interessante e atrativa.
Palavras chaves
Ensino de Química; Inclusão; Tabela Periódica
Introdução
Proporcionar uma educação voltada para as reais necessidades do educando, que precisa de um olhar especializado na diferença é um dos desafios da educação inclusiva. (Silva et al, 2012 ) O processo de ensino para alunos com necessidades especiais em diversas áreas, em especial, na disciplina de Química, é um grande desafio, tendo em vista que os professores não foram preparados durante a sua formação inicial para esta realidade. (Anastácio & Rizzatti, 2012). Nesse sentido, surgiu à ideia de construir a bancada eletrônica, a partir de uma pesquisa de campo realizada no mês de outubro de 2014 pelos alunos do curso de licenciatura em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – Campus Caxias, em escolas inclusivas do município, onde entrevistaram alunos cegos e surdos no que diz respeito ás dificuldades enfrentadas no processo de ensino e aprendizagem da disciplina. O material didático traz em sua essência uma forma diferenciada do fazer pedagógico, quando adapta um elemento indispensável da disciplina de Química - a tabela periódica – para o mundo das pessoas especiais cegas e surdas, objetivando facilitar a aprendizagem de nomes e símbolos correspondentes de elementos químicos. O recurso didático ora é inovador porque une tecnologia de baixo custo á adaptação metodológica viável para pessoas especiais, que também pode ser utilizada em sala de aula para alunos ouvintes e videntes, proporcionando uma aprendizagem de forma coletiva e inclusiva num mesmo ambiente de sala de aula, com a utilização do mesmo material didático.
Material e métodos
Foram utilizados para a adaptação da bancada eletrônica materiais reaproveitados, como MDF, led, base de pilhas, fios condutores elétricos, placa de fendi-te cobreada, motor vibrador de celular, imã, resistor, chave liga-desliga e conectores. No desenvolvimento do projeto, congregou-se conhecimentos básicos de Química, Eletrônica, e Educação inclusiva. A Bancada eletrônica consiste em uma placa contendo espaços para alocação de blocos de MDF, sendo um espaço maior para blocos com o nome dos elementos químicos e outros dois espaços menores para letras que formarão os símbolos dos elementos químicos. Todos os blocos foram identificados com escrita no alfabeto latino, braile e em libras. A utilização do equipamento ocorre da seguinte forma: Após fixar um bloco de pergunta com um nome do elemento que se deseja saber o símbolo, um conjunto de microchaves é acionado, formando um código binário para cada letra que compõe o símbolo. Após essa etapa, deve-se colocar as letras na parte inferior da placa, havendo concordância entre o código binário do primeiro bloco-reposta com o bloco-pergunta um LED acenderá indicando visualmente o acerto. Caso o LED não acenda significa, então, que a letra está errada (é importante ressaltar que não existe ordem de colocação para os blocos respostas, sendo possível colocar os dois ao mesmo tempo, pois os LED´s e os comandos são individualizados). O brilho do LED pode ser alternado entre baixo e alto de acordo com o grau da deficiência visual através de um interruptor localizado na parte superior central da placa. Para alunos com cegueira, um sistema de vibração é acionado em conjunto com o LED e, dessa forma o aluno, além de sentir a vibração dos blocos, também ouve um som igual ao produzido em um aparelho de telefonia móvel (telefone celular).
Resultado e discussão
Na pesquisa de campo realizada, foi constatada que há uma grande carência de recursos didáticos para os alunos cegos e surdos, principalmente nas disciplinas de exatas, bem como em Química, no qual os alunos relataram diversas dificuldades na assimilação de conteúdos, principalmente, na tabela periódica, em especial, na associação de nomes e símbolos correspondentes de elementos químicos.
Quando foi pensada a confecção desse material, o foco foi proporcionar ao professor um recurso que pudesse auxiliá-lo em sala de aula. De forma acessível e baixo custo, através da reutilização de objetos que geralmente iriam ser descartados no meio ambiente, como mouses velhos, interruptores, fones de ouvidos, etc.
Como forma de avaliação, a bancada eletrônica foi testada com dois alunos cegos do primeiro e segundo anos do ensino médio do IFMA Campus Caxias, e um grupo de alunos surdos convidados a avaliarem o trabalho. Primeiramente eles foram orientados sobre o trabalho e os objetivos correlacionados. As questões que foram avaliadas foram sobre o tipo de material usado para confecção da bancada, a percepção de leitura dos nomes e símbolos dos elementos em braile, e o tamanho dos blocos de madeira. Além disso, oportunizou-se espaços para sugestões.
Segundo os alunos, a bancada eletrônica é um trabalho que oportuniza o nível de aprendizagem equiparada com os outros alunos. Pois é um material didático que traz sentido de autonomia, pois é possível que aluno utilize o material sem auxílio do professor. Outra questão levantada foi o sentido prazeroso em aprender Química. Todos os nomes e símbolos tanto em braile como em LIBRAS foram lidos e perceptíveis com facilidade.
Conclusões
Os resultados obtidos no projeto foram satisfatórios e enriquecedores, não somente para os alunos cegos e surdos, mas também na formação docente dos estudantes de Licenciatura em Química, que puderam perceber a essencialidade da inclusão no âmbito escolar, especificamente em adotar e adaptar recursos didáticos que facilitem o processo de ensino e aprendizagem, de forma acessível e baixo custo. De um modo geral, esse recurso didático chama a atenção do aluno, tornando a disciplina de Química mais interessante e atrativa, facilitando assim a aprendizagem dos mesmos.
Agradecimentos
À Deus, aos professores Luís Cláudio Mendes Chaves, Cecília Regina Galdino Soares, João da Paixão Soares, Vanessa da Costa Bastos, aos alunos e ao IFMA Campus Caxias.
Referências
ANASTÁCIO, G; RIZZATTI, I. Educação Inclusiva e o Ensino de Química na Escola Estadual Professor Camilo Dias, Boa Vista, Roraima. 10º Simpósio Brasileiro de Educação Química, Teresina – PI, 2012. Disponível em: http://www.abq.org.br/simpequi/2012/trabalhos/255-13519.html. Acesso em 10 Jul. 2015
SILVA, M. Q. S; VILELA, M. C. S; OLIVEIRA, B.S. O PROFESSOR E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: Desafios e Perspectivas. Revista Científica Eletrônica de Ciências Sociais Aplicadas da EDUVALE - ISSN 1806-6283 2012.