ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Iniciação Científica
Autores
Silva, G.O. (INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Souza Neto, E.G. (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO) ; Santos Júnior, O.P. (INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Cunha Filho, M. (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO) ; Teixeira Filha, A.A. (INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Falcão, A.P.S.T. (INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO)
Resumo
As pilhas são largamente utilizadas pela população, que muitas vezes possuem conhecimentos errôneos sobre seu funcionamento e descarte. Nessa perspectiva, este estudo tem o objetivo de investigar a concepção dos estudantes do Ensino Fundamental acerca de alguns mitos e verdades sobre o funcionamento de pilhas e baterias. Sendo a pesquisa de caráter Qualitativa, do tipo descritiva, apresenta- se como sujeitos 12 alunos do Ensino Fundamental que integram o Programa Mais Educação.Quando questionados sobre a duração da pilha alcalina ser maior do que a comum, 66,66% dos alunos afirmaram ser verdade, 58,33% alegaram ser verdade que as pilhas podem ser recarregadas na geladeira. É percebível que os alunos possuíam conhecimentos errôneos sobre as pilhas.
Palavras chaves
ensino de química; ensino fundamental; pilhas
Introdução
As pilhas são frequentemente utilizadas pela população, onde muitas pessoas não têm conhecimento sobre a maneira correta de seu uso e descarte. Segundo Wolff e Conceição (2001), "a pilha é uma mini-usina portátil que transforma energia química em elétrica" e um conjunto de pilhas ligadas em série forma uma bateria. Elas podem ser classificadas pelo tamanho, formato, sistema químico. Existem duas categorias de pilhas e baterias: as úmidas e as secas. A primeira representa aquelas que o eletrólito utilizado é um líquido, e a segunda pode ser representada por eletrólitos que se encontram na forma de pasta ou gel. As pilhas e baterias apresentam em sua composição metais considerados perigosos à saúde humana e ao meio ambiente como o mercúrio, chumbo, cobre, zinco, cádmio, manganês, níquel e lítio. Dentre esses metais os que apresentam maior risco à saúde são o chumbo, o mercúrio e o cádmio (TENÓRIO; ESPINOSA, 2008). Os conteúdos envolvendo eletroquímica têm sido frequentemente apontado por professores e estudantes do ensino médio como um dos assuntos que representa grandes dificuldades no processo ensino- aprendizagem (NIAZ; CHACÓN, 2003). No entanto, essas dificuldades podem amenizadas se trabalhadas desde o Ensino Fundamental, introduzindo o conceito de pilha e esclarecendo possíveis dúvidas. O estudo tem como objetivo investigar a concepção dos alunos do ensino fundamental a respeito de alguns mitos e verdades sobre o funcionamento de pilhas e baterias.
Material e métodos
A presente pesquisa de caráter Qualitativa, sendo do tipo de campo descritiva, apresenta como sujeitos 12 alunos do Ensino Fundamental da Escola Municipal Dr. Ivo Queiroz Costa, que fica localizada no município de Vitória de Santo Antão - PE, e que fazem partem do Programa Mais Educação. O Programa Mais Educação foi instituído pela Portaria Interministerial n.º 17/2007 e integra as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), como uma estratégia do Governo Federal para induzir a ampliação da jornada escolar e a organização curricular, na perspectiva da Educação Integral (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2013). Assim, este trabalho foi desenvolvido durante a realização da oficina de Ciências, onde os alunos responderam a uma atividade que apresentava algumas curiosidades sobre o funcionamento das pilhas. Nesta atividade foi solicitado que eles marcassem com um X a resposta correta, a partir do conhecimento do senso comum que eles já possuíam e posteriormente cada item foi respondido e justificado. Após os alunos responderem os questionários foi realizada uma explanação sobre cada item interrogado, ressalvando a importância do descarte correto de pilhas e baterias, afim de não prejudicar o meio ambiente e a saúde humana.
Resultado e discussão
A partir da aplicação do questionário foi possível identificar que a maior
parte dos alunos tinha conhecimento de que as pilhas alcalinas duram mais do
que a comum. Um teste realizado pelo Inmetro (2012) identificou que os
resultados encontrados na análise demonstram que a tendência do mercado de
pilhas alcalinas e zinco-manganês originais é a de Conformidade em relação à
regulamentação vigente, já que apenas 1 (uma) das 15 (quinze) marcas
analisadas apresentou Não Conformidade. Isso significa que, de uma maneira
geral, o consumidor pode utilizar esse produto em seus eletroeletrônicos com
tranquilidade e que os mesmos duram bem mais do que o mínimo em horas
estabelecido pela norma e não liberam metais pesados no meio ambiente.
Quando questionados sobre o recarregamento na geladeira a maior parte
afirmou ser verdade, no entanto, ela volta a funcionar durante algum tempo,
porque a baixa temperatura faz com que o gás amônia seja removido, o que não
significa que ela foi recarregada. O mesmo acontece na água quente, o
aumento de temperatura favorece a perda de elétrons, fazendo com que ela
funcione por mais algum tempo, mas não recarregue. Mesmo com os aparelhos
eletrônicos desligados, as pilhas consomem uma carga pequena de energia
devido à diferença elétrica dos metais do contato da pilha. Todos afirmaram
que a pilhas poderiam explodir, no entanto não souberam definir em que
ocasiões. Alguns compostos mercuriais podem ser apresentados na forma gasosa
e serem relativamente estáveis em água da chuva, neve ou rios. A
solubilidade em água é bastante variada. Quando aquecido, o Hg é muito
perigoso porque emite fumaças altamente tóxicas. Pode ser explosivo ao ser
combinado com outras substâncias em determinadas condições de temperatura e
pressão (NASCIMENTO; CHASIN, 2001).
Distribuição das respostas dos alunos, Vitória de Santo ANTÃO, 2014.
Conclusões
De maneira geral os alunos acertaram as questões, no entanto ao solicitar explicações a respeito dos motivos que os fenômenos ocorriam, a maior parte não soube justificar. Conclui-se que os conhecimentos que os alunos possuíam sobre as pilhas, correspondiam ao senso comum. No final da aplicação do questionário, os alunos perguntaram onde eles poderiam descartar as pilhas e baterias, sem prejudicar o meio ambiente. Foram informados alguns pontos da cidade onde coletam pilhas e baterias, para posteriormente devolver aos fabricantes.
Agradecimentos
Os autores agradecem à Deus, ao IFPE-Campus Vitória pelo apoio e ao CNPq pelo fomento à pesquisa.
Referências
WOLFF, E. CONCEIÇÃO, S. V. Resíduos sólidos: a reciclagem de pilhas e baterias no Brasil. UFMG, 2001. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2001_TR104_0146.pdf>. Acesso
em: 02 ago 2014.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa Mais Educação passo a passo. 2013.
TENÓRIO, J. A. S.; ESPINOSA, D. C. R. Reciclagem de Pilhas e Baterias. USP, 2008. Disponível em: <http://www.bvsde.ops-oms.org/bvsare/e/proypilas/pilas.pdf>. Acesso em: 02 ago 2014.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR.
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO. Relatório sobre análise em pilhas alcalinas e zinco – manganês.2012. Disponível em: http://xrepo01s.inmetro.gov.br/bitstream/10926/1394/7/pilha.pdf. Acesso em: 02 ago 2014.
NASCIMENTO, E. S.; CHASIN, A. A. M.Ecotoxicologia do mercúrio e seus compostos. Salvador: Centro de Recursos Ambientais, 2001. (Série Cadernos de Referência Ambiental). Disponível
em: <http://www.intertox.com.br/toxicologia/mercurio.pdf>. Acesso em: 02 ago 2014.
NIAZ, M.; CHACÓN, E. A Conceptual Change Teaching Strategy to Facilitate High
School Students’ Understanding of Eletrochemistry. Journal of Science Education
and Technology. v. 12, n. 2, 2003.