ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Iniciação Científica
Autores
Robério Leal de Lacerda, J. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ/CAMPUS ALTAMIRA) ; Pereira Reis, R. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ/CAMPUS ALTAMIRA) ; dos Santos, M.A.B. (UEPA/CAMPUS IX-ALTAMIRA)
Resumo
O objetivo central deste estudo foi demonstrar que é possível usar equipamentos simples do cotidiano para a realização de experimentos como instrumentos nas aulas de química na turma do 3º ano do Ens. Médio da Escola Polivalente Altamira–Pa. A sala de aula serviu de laboratório para a experimentação. O mesmo envolveu em sua abordagem o educador e os educandos na identificação de substâncias orgânicas de âmbito medicinal existentes na Alfavaca (Ocimum basilicum). A metodologia por meio da experimentação e descoberta torna a aprendizagem do ensino de Ciências mais significativa. Este trabalho apresenta os resultados sobre experimentação com cunho pedagógico, por isso, apostamos em desenvolver pesquisas nas aulas que favoreçam o diálogo e a partir dele enriquecimento de teorias curriculares.
Palavras chaves
Aprendizagem; Experimentação; Ensino de Química
Introdução
A Região Amazônia é rica tanto em termos de fauna e flora, a mesma apresenta uma grande variedade de espécies utilizadas tanto para as áreas medicinais como para as áreas de cosméticos. Entretanto, apesar da Amazônia ser uma região rica em biodiversidade no mundo, apenas uma fração dessa biodiversidade é conhecido. A riqueza da flora compreende aproximadamente mais de 30.000 espécies, cerca de 10% das plantas de todo o planeta, que é escassa em países desenvolvidos, tem na atualidade valor econômico. Utilizado em várias atividades, é na área de desenvolvimento de novos medicamentos e essências que reside sua maior potencialidade. Algumas espécies de plantas do gênero Ocimum basilicum (Alfavaca) estão sendo estudadas fotoquímica e farmacologicamente e, com isto, muitas substâncias são isoladas e identificadas. Assim, diferentes classes de substâncias orgânicas de interesse medicinal existentes nessas espécies são relatadas, incluindo, flavonóides, terpenóides, esteróides, triterpenos, taninos e quinonas. Neste trabalho, experimentos demonstrativos didáticos com produtos naturais da região do Xingu, foram aplicados no ensino de química em uma turma do 3º ano do Ensino Médio da Escola Polivalente, Altamira – Pará.
Material e métodos
Em aula dialogada, prática e participativa foram introduzidos os conceitos facilitadores na aprendizagem das substâncias químicas orgânicas, conhecidas como óleos essenciais, caracterizando – as como alquenos terpenóides. No decorrer da aula concomitantemente com a explicação os alunos tiveram a oportunidade de manusear através do tato e olfato, diferentes odores e textura presentes em plantas, óleos e perfumes para efeito comparativo. Para alcançar esses objetivos utilizou – se os produtos naturais da região do Xingu para contextualizar as aulas. Na experiência adicionou-se 200,19 g de folhas e inflorescências de Alfavaca (Ocimum basilicum) em 1.200 ml de água filtrada no extrator artesanal para o processo de hidro destilação. O experimento consistiu na montagem artesanal de um extrator caseiro, utilizando materiais do cotidiano como garrafa pet, panela de pressão, mini fogão industrial, botijão de gás, mangueiras cristais traçadas, e amianto grafitado. A Figura 01 ilustra o extrator artesanal de óleos essenciais.
Resultado e discussão
Os alunos participaram na preparação do processo, separando folhas e flores
de Alfavaca adicionando-as a panela de pressão (Figura 02). A constituição a
montagem e funcionamento do extrator passo a passo foi continuadamente
explicada paralelamente ao seu funcionamento. Após alguns minutos o
destilado começou a se formar no recipiente coletor, permitindo observar uma
mudança de coloração da agua antes límpida, adquiriu um aspecto turvo
fornecendo indícios da presença de outras substâncias além da água. Os
alunos foram convidados a emitir sua opinião, uma vez que, comparando-se a
agua normal e o destilado obtido apresentavam colorações diferentes. O aroma
espalhou-se no ambiente, ressaltamos como uma das características de um óleo
essencial a volatilidade. Uma reação com uma solução diluída de permanganato
de potássio (KMnO4) foi realizada para confirmar a presença do eugenol na
solução aquosa obtida (Figura 02), que na adição de algumas gotas de
permanganato de potássio assume uma coloração castanho indicando a presença
de alcenos.
Extrator Artesanal dos óleos essenciais montado na sala de aula no dia da experimentação.
Participação dos alunos na separação das folhas para a experiência. Resultado do teste qualitativo com a solução de KMnO4.
Conclusões
Neste trabalho conseguimos aplicar a metodologia experimental através da extração dos óleos essenciais. Observamos que os alunos sentiram – se motivados. Durante a execução da atividade experimental os alunos tiveram participação ativa, pois auxiliaram na preparação do equipamento e tratamento da folha da Alfavaca. Pela análise da experimentação, podemos concluir que o processo foi eficaz para a percepção dos alunos da existência de substâncias químicas aromáticas em plantas, além da experimentação ser um instrumento de motivação nas aulas de química.
Agradecimentos
A Diretoria da Escola Polivalente, Altamira - PA, pela oportunidade concedida. Ao Professor Erlon di Fran, e ao nosso Orientador Doutor Marcos Antônio Barros dos Santos.
Referências
AMORIM, Maria do Carmo et. Al. Rendimento do óleo essencial da alfavaca (Ocimum gratíssimum L.) em diferentes parte do planeta. ISBN 978 – 85 – 62830 – 10 – 5.
BRATTEN, per Christian. Aprendizagem mecânica e aprendizagem significativa no processo de ensino-aprendizagem de Química. Diretor Acadêmico da União de Ensino Superior de Viçosa, professor aposentado do Departamento de Química –Universidade Federal de Viçosa. REVISTA EIXO n. 1, v. 1, 2012.
GUIMARÃES, C.C. Experimentação no ensino de química: caminhos e descaminhos rumo à aprendizagem significativa. Química Nova na Escola, v. 31, n. 3, 2009.
GUIMARÃES, Pedro Ivo Canesso et. Al. Extraindo óleo essenciais de plantas. Química nova na escola, Maio de 2000.