ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Alimentos
Autores
Barros da Silva, J. (UFRN-EAJ) ; Moura,, M.F.V. (UFRN) ; Barbosa, I.M. (UFRN-EAJ) ; Castro, H. (UFRN) ; Costa da Silva, T.R. (UFRN-EAJ)
Resumo
A caracterização de frutos nativos do Nordeste brasileiro, ainda pouco estudados, pode reflitir as possibilidades do uso em alimentos e outros produtos. O fruto do juazeiro foi caracterizado sob os aspectos físico e físico-químico na tentativa de se avaliar quanto à sua utilização. Conforme técnicas recomendadas pelo Instituto Adolfo Lutz (2005) foram determinados os parâmetros físico-químicos do material analisado. Dentre os resultados observados, o rendimento da parte comestível (91,83%), teor de sólidos soluveis (18,98º Brix), acidez titulável (0,14% em ácido cítrico), pH (5,30) foram compatíveis com o perfil característico das frutas em geral, confirmando, portanto, a potencialidade do seu aproveitamento em processos agroindustriais alimentícios.
Palavras chaves
Ziziphus joazeiro; caracterização; potencial de uso
Introdução
O aproveitamento do potencial representado na biodiversidade do bioma caatinga contribuirá na preservação de espécies vegetais representativas do Semi-Árido, tal qual o juazeiro, cujo conhecimento da natureza física, físico-química e química será indicador da sua potencialidade para a agroindustrialização, impedindo, dessa forma, o extrativismo predatório e ao mesmo tempo em que se conserva esta espécie em seu hábitat natural. Informações já disponíveis sobre a caracterização do fruto do juazeiro fornecem alguns indicativos da possibilidade de diversificação do seu uso na alimentação humana, conforme resultados de Moniz (2002), Oliveira et al. (2009) e Cavalcanti et al. (2011), entretanto, há a necessidade de aprofundamento dos estudos sobre esta espécie frutícola no âmbito da caracterização física e físico-química e em processos de conservação. O presente trabalho teve como objetivo Caracterizar, sob o aspecto físico e físico-químico, o fruto do juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart) nos estádios semi-maduro e maduro.
Material e métodos
Os Frutos do juazeiro (juás), em estádios de maturação semi-maduro (“de vez”) e maduro, foram coletados de árvores existentes na fazenda da Escola Agrícola de Jundiaí /UFRN. Na caracterização física, os frutos foram submetidos à pesagem, medição de diâmetro (longitudinal e transversal), firmeza e determinado o rendimento em polpa. Conforme técnicas recomendadas pelo Instituto Adolfo Lutz (2005), os frutos foram caracterizados sob o aspecto físico-químico.
Resultado e discussão
A Tabela 1 apresentam os resultados da caracterização do fruto do juazeiro
in natura em estádio de maturação semi-maduro e maduro. Testes preliminares
constataram a inadequação do fruto verde em processamento.
O diâmetro dos frutos (Tabela 1) submetidos ao teste de diferença de
médias, ao nível de 5% de significância, evidencia que as médias são
iguais, do ponto de vista estatístico, entre os frutos semi-maduros e
maduros em relação a razão entre DL/DT. Ao contrário do verificado em
relação à sua massa, considerando o mesmo nível de significãncia (5%),
observou-se a diferença entre as médias dos grupos semi-maduro e maduro. De
acordo com Moniz (2002), na fase de desenvolvimento os frutos sofrem
mudanças qualitativas e quantitativas acentuadas, como, mudança na coloração
e acréscimo de açúcares e outros compostos. Quanto à massa comestível do
fruto, pode-se afirmar que não há diferença entre as médias dos grupos semi-
maduro e maduro em relação à massa do fruto.
Os resultados obtidos na caracterização físico-química mostram que os
valores da acidez titulável (AT), em ácido cítrico, 0,14 % no fruto maduro e
0,15% no fruto semi-maduro se aproximam da média dos resultados (0,13%)
obtidos por Silva et al.(2011) em frutos de juazeiro colhidos no município
de Mossoró-RN e superior ao resultado (0,016%) apresentado por Moniz (2002)
analisando amostras de frutos colhidos em Tanquinho-BA.
Os teores de sólidos solúveis totais (SST), na forma de grau Brix
observados em fruto semi-maduro (16,82° Brix) e maduro (18,98° Brix) estão
acima dos valores mínimos definidos na legislação (Brasil, 2000) para a
polpa de abacaxi (11,00º Brix), acerola (5,50º Brix), caju (10,00º Brix) e
goiaba (7,00 ºBrix) e dos valores médios verificados em umbu-cajá (11,25º
Brix), umbu (10,60º Brix), goiaba (8,89 º Brix), respectivamente, por Lira
Junior et al. (2005), Campos (2007) e Silva et al. (2009). Os valores de pH
e a relação SST/AT (112,13), no juá indicam que esta fruta apresenta
características desejáveis para o processamento agroindustrial.
Resultado da caracterização física e físico- química do fruto do juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart)
Conclusões
Os resultados observados, especialmente, o rendimento da parte comestível (91,83%), teor de sólidos soluveis (18,98º Brix), acidez titulável (0,14% em ácido cítrico), pH (5,30) foram compatíveis com o perfil característico das frutas em geral, confirmando, portanto, a potencialidade do seu aproveitamento em processos agroindustriais alimentícios.
Agradecimentos
Referências
CAMPOS, C. O. Frutos de umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda): características físico-químicas durante o seu desenvolvimento e na pós-colheita. 2007. 213 f. Tese (Doutorado em Agronomia). Faculdade de Ciências Agronômicas, Botucatu-SP.
CAVALCANTI et al. Obtenção da farinha do fruto do juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.) e caracterização físico-química Revista Verde (Mossoró – RN – Brasil) v.6, n.1, p. 220 - 224 janeiro/março de 2011. Disponível em: http://www.revista.gvaa.com.br , acesso em: 12 jun. 2013.
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MONIZ, K. L. A. Caracterização morfológica de sementes e frutos e estudos da germinação da espécie Ziziphus joazeiro Mart (Rhamnaceae). 2002. 88 f. Dissertação (Mestrado em botânica) - Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana-BA.
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