ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE MÉIS DE ABELHAS <i>APIS MELLIFERA</i> PRODUZIDOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Alimentos

Autores

Melo, R.R.F. (UECE) ; Liberato, M.C. (UECE) ; Menezes, M.G.G. (UECE) ; Pinto, F.T.R. (UECE) ; Lima, S. (UECE) ; Albuquerque, V. (UECE) ; Lima, K. (UECE) ; Aguiar, G.M. (UECE) ; Farias, R.A. (UECE)

Resumo

O mel de abelhas é um produto muito apreciado, no entanto, de fácil adulteração com açúcares ou xaropes. Desta forma, é necessário que sejam realizadas algumas análises de controle de sua qualidade para que seja comercializado. Este trabalho teve como objetivo realizar a análise físico-química dos méis de abelha <i>Apis mellifera</i>oriundos do Estado do Rio de Janeiro, a fim de verificar e avaliar a qualidade dos produtos, de acordo com o que preconiza o Ministério da Agricultura e Abastecimento. Analisaram-se as amostras de méis de abelhas africanas com floradas distintas, ambas apresentaram-se resultados similares, não identificando indícios de adulteração do mel,com amido,água e açúcares invertido de acordo com a metodologia do Instituto Adolf Lutz (1985).

Palavras chaves

mel; abelha Apis mellifera; análise físico-química

Introdução

O mel é um produto alimentício produzido pelas Abelhas melíferas, a partir do néctar das flores (mel floral) ou das secreções procedentes de partes vivas das plantas ou de excreções de insetos sugadores que ficam sobre as plantas, que as abelhas recolhem, transformam, combinam com substâncias específicas próprias, armazenam e deixam madurar nos favos da colmeia (mel de melato) (BRASIL, 2000). Conforme citado por Lengler (2008), o mel possui alto valor nutritivo, sendo composto por vitaminas, ácidos e sais minerais, além de apresentar atividades biológicas. De acordo com Silva et al. (2004), a composição físico-química do mel é variável, dependendo das condições climáticas, estágio de maturação, espécie de abelha, processamento, armazenamento e tipo de florada. Este trabalho teve como objetivo realizar análise físico-química dos méis de abelha <i>Apis mellifera</i> oriundos do Estado do Rio de Janeiro, a fim de verificar a qualidade dos produtos, de acordo com o que preconiza o Ministério da Agricultura e Abastecimento.

Material e métodos

O experimento foi realizado na Universidade Estadual do Ceará, utilizando-se Laboratório de Bioquímica e Biotecnologia. Foram analisados dois tipos de méis de floradas distintas de <i>Apis mellifera</i> obtidos no estado do Rio de Janeiro. Para a realização da Reação de Fiehe,foram pesados 5 g de cada mel em béquer de 50mL. Adicionou-se 5mL de éter etílico e agitou-se as amostras vigorosamente. Transferiu-se a camada etérea de cada amostra a um tubo de ensaio, adicionando-se em seguida 8 gotas de solução clorídrica de resorcina. Após 10 minutos observou-se a coloração de cada amostra.O surgimento de uma coloração avermelhada indica uma presença excessiva de hidroximetilfurfural (HMF) (IAL, 1985). Para a Reação de Lugol foi usada a metodologia indicada pelo Instituto Adolf Lutz (1985). Utiliza-se essa reação para detecção de fraude em mel, por adição de glicose comercial. Foram pesados 10 g de cada mel. Misturou-se então a 20mL de água destilada e em seguida foram colocadas as amostras no banho-maria por uma hora, a uma temperatura de 60°C. Posteriormente foram adicionadas 8 gotas de solução de lugol em cada amostra. Considera-se positivo para fraude quando a coloração final for violeta ou azul. A Reação de Lund foi realizada conforme metodologia do Instituto Adolf Lutz (1985). Essa reação baseia-se na precipitação de proteínas naturais do mel pelo ácido tânico. O procedimento foi feito em triplicata. Pesou-se 2 g de amostra e transferiu-se para uma proveta de 50 mL com o auxílio de 20 mL de água. Adicionou-se 5mL de solução de ácido tânico a 0,5%, e completou-se com água até atingir o volume de 40 mL. Agitou-se a mistura. O sistema foi deixado em repouso por 24 h. Na presença de um mel de boa qualidade, observa-se um precipitado de 0,6mL a 3,0mL

Resultado e discussão

Quanto à análise de proteínas pelo teste de Lund,os resultados encontram-se dentro do padrão estabelecido,pois apresentaram-se um precipitado de proteínas que se enquadravam dentro do padrão de 0,6 a 3,0mL para um mel de boa qualidade, de acordo com a metodologia do Instituto Adolf Lutz (1985).Os resultados das reações de Lugol,não houve maiores alterações da coloração do mel,pois os méis não apresentaram-se detecção de adição de glicose comercial e a reação de HMF,não houve a presença de uma coloração vermelho intenso em ambos os méis,tal coloração indica que o produto passou por um aquecimento,estocado em condições inadequadas ou adulterado com xarope de açúcar invertido,ambos os méis encontraram-se dentro dos parâmetros da metodologia do IAL (1985).

Tabela 1

Resultados dos méis analisados do estado do Rio de Janeiro

Conclusões

Os resultados obtidos das análises das amostras de méis de <i>A. mellifera</i>, mesmo sendo com floradas diferentes,não houve indícios de adulteração do mel,com amido,água e açúcares invertido.

Agradecimentos

Referências

1. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa 11, de 20 de outubro de 2000, Regulamento Técnico de identidade e qualidade do mel. Disponível na internet http://www.agricultura.gov.br/sda/dipoa/ anexo_intrnorm11.htm.
2. ABREU, B.; ROMANO, V. P.; RISTOW, A. M.; CAVALLO, E. G. Determinação da umidade em méis não inspecionados comercializados no Estado do Rio de Janeiro. Higiene Alimentar, v. 19, n. 129, p.88-90, 2005.
3. Komatsu, S.S. Caracterização físico-química de méis de Apis mellifera L. 1758 (Hymenoptera: Apidae) de diferentes municípios do estado de São Paulo. 1996, 90f. Tese (Doutorado em Ciências) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996.
4. LANARA. Laboratório Nacional de Referência Animal. Métodos Analíticos Oficiais para o controle de produtos de origem animal e seus ingredientes; – Métodos físicos e químicos. Brasília, DF, 1981. cap.xxv, pag.1-15.
5. LENGLER, S. Inspeção e controle de qualidade do mel. Disponível em: <http://www.sebraern.com.br/apicultura/pesquisas/inspe_mel01.doc>c. Acesso em:3 de julho de 2015.
6. SOUZA, M. Avaliação de méis de abelhas apismellifera produzidos e comercializados no estado da Bahia com base nas propriedades físico-químicas. Disponível em: <http://www.abq.org.br/cbq/2013/trabalhos/4/2473-15837.html>Acesso em: 3 de julho de 2015.

7. INSTITUTO ADOLFO LUTZ (IAL). Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Vol. 1 Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos. São Paulo: IAL, 1985.
8. INSTITUTO ADOLFO LUTZ (IAL). Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 4º ed. Brasília: ANVISA. cap. 7, p. 321- 343. 2005.

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