PREPARAÇÃO DE MEMBRANAS DE QUITOSANA COM REVESTIMENTO METÁLICO DE Cu/Ni

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Química Orgânica

Autores

dos Santos, Z. (UFERSA) ; Pereira da Silva, G. (UFERSA) ; Andrade Castelo Branco, F.A. (UFERSA)

Resumo

A quitosana é um biopolímero que apresenta grande aplicabilidade nas áreas farmacêutica, alimentícia, cosmética e tratamento de efluentes. A eletrodeposição é uma técnica de revestimento de grande eficiência, pois pode apresentar boa homogeneidade sobre o substrato, e com alto grau de pureza. Diaz (1979) foi o primeiro a preparar polímeros condutores aplicando polimerização eletroquímica à base de polímeros aromáticos. A metalização na superfície de quitosana foi feita a partir da eletrodeposição por corrente impressa, obtendo o filme de quitosana e Ni metálico. Suas caracterizações foram: massa molecular, grau de desacetilação, Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Energia Dispersiva de Raios-X (EDX); obtendo informações referente a topografia e composição do filme de quitosana-Ni.

Palavras chaves

Quitosana; Eletropolimerização; Níquel

Introdução

A quitosana é um biopolímero que apresenta grande aplicabilidade nas áreas farmacêutica, alimentícia, cosmética e tratamento de efluentes. A eletrodeposição é uma técnica de revestimento de grande eficiência, pois pode apresentar boa homogeneidade sobre o substrato, e com alto grau de pureza. Diaz (1979) foi o primeiro a preparar polímeros condutores aplicando polimerização eletroquímica à base de polímeros aromáticos. A metalização na superfície de quitosana foi feita a partir da eletrodeposição por corrente impressa, obtendo o filme de quitosana e Ni metálico. Suas caracterizações foram: massa molecular, grau de desacetilação, Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Energia Dispersiva de Raios-X (EDX); obtendo informações referente a topografia e composição do filme de quitosana-Ni.

Material e métodos

Inicialmente, a quitosana foi sintetizada a partir da casca do camarão seguindo a metodologia adotada por CAMPANA FILHO (2001). A quitosana apresentou grau médio de desacetilação 77,29%, determinado por titulação condutimétrica seguindo a metodologia descrita por Santos (2009). A viscosidade intrínseca foi determinada ([η]= 1,57 dL g-1) e, consequentemente, a massa molar viscosimétrica média foi encontrada (¯M v = 6,04 x 104 g mol-1), pela equação de Mark-Houwink-Sakurada. As membranas de quitosana foram preparadas dissolvendo-se uma determinada massa de quitosana em solução de ácido acético a 20 g L-3, de forma a se obter uma concentração de quitosana de 10 g L-3. O sistema ficou sob agitação por 24 h. Em seguida, a solução resultante foi filtrada usando um filtro Millipore de 41 µm. Posteriormente, 50 mL desta solução foram colocados em suportes de vidro e levadas para evaporação do solvente em uma estufa a 40 oC por 24 h. Após este tempo, as membranas foram cuidadosamente removidas do suporte de vidro sem que aja danos a amostra. A membrana foi recortada em pedaços de aproximadamente 1 cm2. Em seguida, foi aplicada uma fina camada de cobre metálico em pó na superfície das membranas, e, posteriormente, foi adicionado 3 gotas de solução de quitosana de mesma concentração para a fixação do cobre. Em seguida, a membrana foi levada a estufa a temperatura de 40ºC para secagem por 24 h. A eletrodeposição do cobre na superfície do filme de quitosana se deu por uma aplicação de densidade de corrente de 20 mA cm-2 e a uma tensão de 3,2 V, durante o intervalo de 4 minutos, onde foram utilizados dois eletrodos, sendo o auxiliar (ânodo) de platina, e o de trabalho de cobre.

Resultado e discussão

A Figura 1 é uma micrografia obtida por MEV, onde é possível observar um deposito sobre a superfície da membrana polimérica de quitosana. A Figura 2 mostra de forma mais específica uma região com deposição preferencial. A Figura 3 mostra o mapeamento dos metais, feito através da técnica de EDX, onde os metais depositados são representados por diferentes clorações. A Figura 4 mostra um espectro de EDX típico para os metais Cu e Ni na forma de revestimento sobre a quitosana. Pode-se observar a presença de oxigênio, carbono, cobre, níquel, cloro, enxofre e sílica. A presença de oxigênio e carbono estão relacionados com a própria estrutura da quitosana, que aparece ao redor dos grupos metálicos. A presença do cobre e níquel pôde ser confirmada no filme de quitosana, e os compostos cloro, enxofre e sílica foram atribuídos a impurezas contidas na amostra. As análises de EDX mostram um teor de cobre (63,6%) mais elevado do que o do níquel (3,9%). Estes resultados retratam bem o aparato experimental utilizado, pois o cobre metálico foi adicionado ao sistema, enquanto que o níquel foi inserido ao sistema por eletrodeposição.

Figura 1 e 2

Imagens do MEV das membranas de quitosana revestidas de níquel metálico.

Figura 3 e 4

leitura do EDX referente as imagens do MEV da membrana de quitosana revestida de níquel metálico.

Conclusões

A quitosana pôde ser sintetizada a partir da casca do camarão, onde suas caracterizações mostraram um grau de desacetilação de 77,29% e massa molecular média de 6,04x10-4 g/mol. A confirmação do processo da eletrodeposição no filme de quitosana se deu através dos ensaios MEV e EDX. O MEV descreveu a topografia da superfície metálica da quitosana, revelando os grupos metálicos de Ni e Cu. Já o EDX, revelou que cobre sofreu maior deposição (63,6%), no qual o teor de níquel depositado sobre o cobre pelo foi de 3,9%. A presença do cobre e níquel pôde ser confirmada no filme de quitosana.

Agradecimentos

Aos professores e colaboradores da Universidade Estadual Rio Grande do Norte, pela ajuda prestada para o desenvolvimento da pesquisa. Ao CNPq, por ter possibilitado e

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