ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Produtos Naturais
Autores
Fontes, D.C. (UEMA) ; Ferreira, A.M.P. (UEMA) ; Aroucha, C.A.M. (UEMA) ; Bezerra, F.B. (UEMA) ; Silva, M.V.V. (UEMA) ; Silva, R.S. (UEMA) ; Santos, V.B. (UEMA) ; Vasconcelos, A.F.F. (UEMA)
Resumo
Esse trabalho foi realizado por alunos do curso de Química Licenciatura da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e tem como objetivo mostrar à extração do óleo das sementes de abóbora (Cucúrbita Moschata) e produção de sabão. Se utilizando de um solvente polar a acetona se fez a extração do óleo da semente de abóbora e logo após deu-se inicio a produção do sabão utilizando uma solução de potassa alcoólica. O resultado foi uma solução opalescente de sais de potássio de ácidos graxos e glicerol. Neste experimento foi possível produzir e a partir dos testes de abaixamento da tensão superficial, precipitação de ácidos graxos, precipitação de sabões de cálcio e precipitação por excesso de eletrólitos, comprovar que o produto final do experimento era sabão.
Palavras chaves
Extração; Sabão; Sementes de abóbora
Introdução
O óleo da semente de abóbora é composto de ácidos graxos mono e polinsaturados, sendo os representantes principais os ácidos oleico e linoleico que são denominados de triacilglicerídeos que são ésteres de ácidos graxos e glicerol que possuem cadeias carbônicas grandes sendo insolúveis em água (BORSATO et al., 2004). Uma vez que o óleo é um éster ele sofre reação de hidrólise básica ou ácida. A reação de hidrólise básica do óleo da semente de abóbora produz o glicerol e os sais de ácidos graxos, esses sais são os sabões e esta reação é denominada de saponificação. O sabão diminui a tensão superficial da água, fazendo com que a limpeza aconteça assim o sabão se misturar com óleo, gordura e água, ajudando a limpar a sujeira (AZEVEDO et al., 2014). A agitação do sabão com a água forma um sistema coloidal contendo agregados denominados micelas. Numa micela, as cadeias de carbono ficam voltadas para o centro e as partes com carga ficam em contato com a água. Quando uma gota de óleo é atingida pelo sabão, a cadeia hidrocarbônica do sabão penetra nos globos oleosos e as extremidades polares ficam na água, o que arrasta a gota de gordura envolta por sabão e água em forma de micela (NETO et al., 2014). Quando se esfrega uma roupa suja com sabão, a sujeira é quebrada e fica dentro das micelas formadas pelo sabão. A sujeira entra nas micelas porque as gorduras se misturam no seu interior, junto com a parte da molécula do sabão que é apolar, porque as gorduras são formadas por cadeias de carbono sem carga (apolar). Nesse trabalho se deu o processo experimental da produção de sabão a partir do óleo da semente da abóbora (Cucúrbita Moschata).
Material e métodos
As sementes de abobora foram obtidas junto a uma feirante no município de São José de Ribamar-MA. Logo depois foi feito a lavagem e secagem das sementes. Após a secagem fez-se o descascamento separando a casca da semente a amostra a ser utilizada. Em um Becker de 100ml colocou-se 10g de sementes de abobora previamente moídas com a ajuda do gral e pistilo, Adicionou-se 25ml de Acetona P.A e agitou-se por aproximadamente 5 minutos. Através da filtração simples, filtrou-se para uma capsula de porcelana. Lavou-se por duas vezes o resíduo com 10ml de acetona, foi levado o filtrado em banho-maria (figura 1/1.1) com a temperatura de aproximadamente 50° C sobre constante agitação até a eliminação total da acetona. Obteve-se um resíduo oleoso e utilizou-se desse óleo para fazer o sabão e os testes. Para o processo de saponificação (hidrólise alcalina) de triacilglicerídeos (TAG’s), colocou-se em um tubo de ensaio grande 15 gotas do óleo de abóbora e 5 ml de solução de potassa alcoólica(1 volume hidróxido de potássio a 40%+1 volume etanol a 95%), em seguida aqueceu-se em banho-maria durante 30 minutos. Nesse período se fez um teste onde utilizou um bastão de vidro o qual era posto em contato com a amostra em seguida com água, onde foi possível observar a difusão da amostra na água, esse teste comprova que o óleo foi saponificado, obtendo-se uma solução opalescente de sais de potássio de ácidos graxos (sabões) e glicerol (figura 1/1.2). Para comprovar se o resultado obtido era sabão, foi feito uma solução de sabão e dividiu-se em quatro tubos de ensaio e realizados os seguintes testes: A) Abaixamento da tensão superficial; B) Precipitação de ácidos graxos; C) Precipitação de sabões de cálcio; D) Precipitação por excesso de eletrólitos.
Resultado e discussão
Com a utilização da acetona foi possível extrair o óleo da semente da abóbora
(Cucúrbita Moschata) o tempo necessário para toda etapa da extração foi de
aproximadamente 35 minutos e para a produção de sabão foi de 20 minutos. Foi
possível comprovar que o produto do experimento era sabão a partir da realização
dos testes: A) Abaixamento da tensão superficial, onde se agitou o tubo de
ensaio e se verificou a formação de espuma, Tubo de ensaio indicado pela tetra P
(figura 2/tubo de ensaio padrão); B) Precipitação de ácidos graxos foi
adicionada gota a gota de ácido acético concentrado e verificou-se o surgimento
de um precipitado branco de ácidos graxos, (figura 2/tubo de ensaio 1); C)
Precipitação de sabões de cálcio foi adicionado gota a gota de cálcio a 10% e se
observou um precipitado de sabões de cálcio, (figura 2/tubo de ensaio 2); D)
Precipitação por excesso de eletrólitos adicionou-se solução satura de cloreto
de sódio um volume igual ao da amostra do tubo de ensaio e se percebeu a
formação de um precipitado de sabão por excesso de eletrólitos, (figura 2/tubo
de ensaio 3). Os tubos de ensaio 1, 2, 3, foram comparados ao tubo de ensaio
indicado pela tetra P (tubo de ensaio padrão). Esses testes foram satisfatórios
para comprovar que o produto do experimento é sabão.
Filtrado em banho-maria (figura 1.1) e solução opalescente de sais de potássio de ácidos graxos (sabões) e glicerol (figura 1.2).
Resultado dos testes A;B;C e D e comparação com a solução padrão (P).
Conclusões
Diante do experimento realizado foi possível comprovar que é sabão o produto produzido a partir do óleo da semente de abóbora (Cucúrbita Moschata), pois foi feito os testes de abaixamento da tensão superficial, precipitação de ácidos graxos, precipitação de sabões de cálcio e precipitação por excesso de eletrólitos e todos os resultados foram satisfatório para a comprovação.
Agradecimentos
A Universidade Estadual do Maranhão, aos colaboradores desse trabalho.
Referências
AZEVEDO, Otoniel de Aquino; RABBI, Michel Adriano; COELHO NETO, Dorval Moreira; HARTUIQ, Michel Honório. Fabricação de sabão a partir do óleo comestível residual: conscientização e educação científica. Disponível em: http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xviii/sys/resumos/T0805-1.pdf. Acesso em: 25/07/2014.
BORSATO, Dionísio; MOREIRA, Ivanira; GALÃO, Olívio Fernandes. Detergentes Naturais e Sintéticos, Um Guia Teórico. Londrina: Eduel, 2ª Edição. 2004.
NETO, Odone Gino Zago; PINO, José Claudio Del. Trabalhando a química dos sabões e detergentes. Disponível em: http://www.iq.ufrgs.br/aeq/html/publicacoes/matdid/livros/pdf/sabao. Acesso em: 25/07/2014.