ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Produtos Naturais
Autores
Cunha, A.L. (UNEAL) ; Farias, J.C.B. (UNEAL) ; Moura, K.S. (UNEAL) ; Santos, A.F. (UNEAL) ; Sena, T.J.O. (UNEAL) ; Santos, J.A.S. (UNEAL)
Resumo
Nos últimos anos, os centros de pesquisas têm voltado seus estudos para as espécies vegetais como fonte de combate aos radicais. Sendo estas capazes de evitar o estresse oxidativo no organismo humano, e consequentemente o desenvolvimento de doenças crônicas-degenerativas; logo a busca por espécies suscetíveis para o uso terapêutico tem sido cada vez mais relevante. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi evidenciar o potencial de inibição das diferentes partes do caju pelo método FTC (Tiocianato Férrico), para que assim fosse possível estabelecer um comparativo de qual fração etanólica, do caju, possui melhor desempenho no combate as espécies reativas do metabolismo do oxigênio.
Palavras chaves
ERMOs; Antioxidantes; caju
Introdução
O organismo humano tem enfrentado um mal que vem lhe atingindo, constantemente. A produção de radicais livres, pelo metabolismo do oxigênio, tem exigido maior produção de antioxidantes. Porém, o organismo humano não é capaz de produzir uma quantidade suficiente de substâncias que retardem e proteja o organismo contra os efeitos dos radicais. A geração de radicais pode ocasionar a formação de uma reação em cadeia (estresse oxidativo) e assim afetando as células (podendo chegar a óbito) e o DNA (desenvolvendo mutagênese e carcinogênese). (BIANCHI & ANTUNES, 1999) Uma das mais evidentes consequências do estresse oxidativo é a peroxidação lipídica ou lipoperoxidação, a qual é decorrente de uma reação em cadeia no ácidos graxos poli-insaturados das membranas celulares. Deste modo, é relevante o estudo de substâncias que inibam a oxidação, para que assim seja possível controlar os processos oxidativos em alimentos e organismos. (BROINIZI et al., 2008) Portanto, sabendo-se da existência de compostos bioativos em amostras vegetais e frutas; o presente trabalho teve o objetivo de avaliar a capacidade das diferentes partes do caju (folha, casca, fruto verde e fruto maduro) em inibir a lipoperoxidação pelo método FTC (Tiocianato Férrico).
Material e métodos
Foi realizado o preparo dos diferentes extratos etanólicos por rota-evaporação. Após o preparo dos extratos da folha do caju, da casca, do fruto maduro e verde, sucedeu-se o preparo das diferentes amostras para verificar o percentual de inibição pelo método FTC. O teste foi realizado durante cinco dias (de acordo como a literatura descreve). Houve o preparo da solução estoque, a qual continha 4mL da solução teste de cada partição do caju (1,04mg/mL), 4,1mL da solução teste de ácido linoleico 2,51% em etanol 99%, 8mL de tampão fosfato 0,02M e 3,9mL de água destilada; e ficou estocada na estufa a 50ºC. O mesmo procedimento foi realizado com o antioxidante sintético (BHA – 0,2mg/mL). A cada 24 horas foi realizada a leitura, em um espectrofotômetro a 500 nm, retirando-se uma alíquota de 0,1mL da solução estoque da amostra e do BHA; em seguida adicionou-se 9,75mL de etanol 75%, 0,1mL de tiocianato de amônia 30% e 0,1mL de cloreto ferroso 0,02 M em ácido clorídrico 3,5%. Após os cinco dias de teste, os valores das absorbâncias da amostra e do controle foram aplicadas na fórmula: %inibição = (Abs. média final do controle – Abs.média final da amostra) x 100 / Abs. média final do controle.
Resultado e discussão
Após a realização do teste durante os cinco dias, foi possível verificar o
percentual de inibição de cada parte analisada, do caju, onde o percentual de cada
partição foi comparado com o percentual de inibição do antioxidante sintético
(BHA). Assim foi possível perceber que a folha do cajueiro obteve o maior
percentual de inibição comparado com o BHA e com a casca do caju, com fruto verde
e maduro. No primeiro dia a folha apresentou um percentual de inibição médio de
190,99% e no último dia atingiu 26211,90%; enquanto o BHA no primeiro dia atingiu
um percentual de inibição médio de 128,70% e no último dia 19663,19%. Sendo assim
comprovado que algumas partições do caju, possui a capacidade de retardar uma
reação em cadeia.
Conclusões
Diante do que foi exposto, foi possível verificar a importância do estudo sobre amostras vegetais e frutas, especificamente a amostra do caju, a qual foi possível identificar seu potencial de retardar o efeito de radicais livres e de uma reação em cadeia; e assim impedindo a danificação de células e ainda podendo controlar o processo oxidativo em alimentos.
Agradecimentos
CNPq, FAPEAL, GRUPEQ.
Referências
BIANCHI, M. L.; ANTUNES, L. M. G. Radicais livres e os principais antioxidantes da dieta. Revista Nutrição. Vol. 12, nº 2, p. 123-130: 1999.
BROINIZI, P. R. B,; WARTHA, E. R. S. A.; SILVA, A. M. O.; TORRES, R. P.; AZEVEDO, H. M. C.; ALVES, R.E.; FILHO, J. M. Propriedade antioxidantes em subprodutodo pedúnculo de caju (Anacardium Occcidentale L.): efeito sobre a lipoperoxidação e o perfil de ácidos graxos poli-insaturados em ratos. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. Vol. 44, nº4, 2008.