ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Produtos Naturais
Autores
Duarte, B.H.S. (UFPA) ; Cascaes, M.M. (UFPA) ; Guilhon, G.M.S.P. (UFPA) ; Andrade, H.H.A. (UFPA) ; Zoghbi, M.G.B. (MUSEU PARAENSE EMILIO GOELDI)
Resumo
Myrcia rufipila pertence a família Myrtaceae, uma das mais importantes do ponto de vista econômico no Brasil e no mundo. O presente trabalho trata da primeira investigação química dos compostos fixos das folhas de M. rufipila, sobre a qual não há registros de estudos anteriores. Métodos cromatográficos e espectrométricos foram utilizados no isolamento e identificação das substâncias, respectivamente. O estudo químico de M. rufipila levou a identificação da mistura dos triterpenos α- amirina e β-amirina e da mistura dos ácidos gálico e galato de metila. O trabalho encontra-se em andamento e as substâncias identificadas até o me acordo com estudos realizados com outras espécies de Myrcia.
Palavras chaves
Myrcia rufipila; Myrtaceae; Componentes fixos
Introdução
Myrtaceae é uma das mais importantes famílias do ponto de vista econômico no Brasil e no mundo, compreendendo cerca de 100 gêneros e de 3.500 espécies que se distribuem por todos os continentes, à exceção da Antártica, mas com nítida predominância nas regiões tropicais e subtropicais do mundo. No Brasil, representa uma das maiores famílias com 23 gêneros e aproximadamente 1.000 espécies. O gênero Myrcia é um dos mais representativos com cerca de 300 espécies, ocorrendo desde a América Central até o norte da Argentina. Estudos químicos com espécies de Myrcia levaram à identificação de substâncias pertencentes às classe dos taninos, flavonoides, terpenoides e alcaloides.O presente trabalho envolve a investigação química dos compostos fixos das folhas de Myrcia rufipila, sobre a qual não há registros de estudos anteriores.
Material e métodos
Um espécime de M. rufipila foi coletado no nordeste do Pará e identificado no herbário do Museu Paraense Emílio Goeldi (Belém – PA). O material vegetal (folhas) seco e moído foi submetido à extração por maceração com metanol. A solução resultante foi submetida à concentração e partição com hexano, diclorometano, acetato de etila e n-butanol; as soluções resultantes foram concentradas sob vácuo. A fase hexânica foi submetida à cromatografia em coluna em sílica gel utilizando-se misturas de hexano, acetato de etila e metanol em gradiente crescente de polaridade como eluentes.
Resultado e discussão
Até o momento, foi identificada a mistura dos triterpenos de α-amirina e β-
amirina. A fase acetato de etila foi submetida à cromatografia em coluna de
maneira similar à descrita acima e levou à identificação da mistura de ácido
gálico e galato de metila. As substâncias identificadas tiveram as estruturas
determinadas com base nos dados de RMN e também por comparação com dados
encontrados na literatura.
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Estrutura dos triterpenos identificados das folhas de Myrcia rufipila.
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Estrutura identificada das folhas de Myrcia rufiplia
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Estrutura identificada das folhas de Myrcia rufipila
Conclusões
O estudo químico de M.rufipila encontra-se em andamento. As substâncias identificadas, até o momento, estão de acordo com os estudos realizados com outras espécies de Myrcia.
Agradecimentos
A CAPES pela bolsa de mestrado (CASCAES, M. M.) e a UFPA.
Referências
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