ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Produtos Naturais
Autores
da Silva Pinheiro, D. (UFPA) ; Melo da Silva, P.M. (UFPA) ; dos Santos Silva, A. (UFPA) ; Carvalho de Souza, E. (UFRA) ; Celi Sarkis Muller, R. (UFPA)
Resumo
Este trabalho objetivou investigar alguns parâmetros físico-químicos de óleos de copaíba (Copaífera spp) comercializados em Bragança-PA e na feira do Ver-O-Peso, em Belém do Pará. Foram investigados os seguintes parâmetros: pH, cinzas, viscosidade, teor de voláteis, índice de acidez e densidade, realizadas conforme metodologias adequadas. Os resultados obtidos se mostraram de acordo com os constantes na literatura.
Palavras chaves
óleo vegetal; copaíba; Amazônia
Introdução
As copaibeiras são árvores comuns à América Latina e África Ocidental sendo encontradas, no Brasil, nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Amazônica (FRANCISCO, 2005). Da árvore da copaíba é extraído um óleo resina, que tem sido utilizado desde a época da chegada dos portugueses ao Brasil na medicina tradicional popular e silvícola para diversas finalidades, e hoje se encontra como um dos mais importantes produtos naturais amazônicos comercializados, sendo também exportado para Estados Unidos, França, Alemanha e Inglaterra (VEIGA JUNIOR E PINTO, 2002). Neste trabalho se estudou 6 parâmetros (pH, índice de acidez, densidade, viscosidade e teor de voláteis e cinzas) de 7 amostras de óleo de copaíba, sendo 5 provenientes do feira do Ver-O-Peso, em Belém-PA e 2 coletadas em Bragança-PA.
Material e métodos
Foram adquiridas 7 amostras de óleo de copaíba, sendo 5 provenientes da feira do Ver-O-Peso, em Belém-PA e 2 coletadas em Bragança-PA, coletadas entre junho e julho de 2014. As amostras foram levadas para o Laboratório de Controle de Qualidade e Meio Ambiente (LACQUAMA-PA), onde se realizou as determinações de seis parâmetros: pH, determinado usando um pHmetro (PHTEK) calibrado com solução tampão pH 4 e 7; densidade, determinada através da medida de massa de óleo contida em picnômetro de 25 mL; índice de acidez, através de titulação de uma solução de óleo em éter-etanol (2:1) com solução de KOH 0,1 mol L-1 (ADOLFO LUTZ, 1985); viscosidade, aferida através do escoamento em copo Ford e medida do tempo de escoamento, sendo tempo convertido em viscosidade através da equação fornecida com o aparelho; teor de voláteis, determinada se pesando 5 g de óleo em cadinho de porcelana previamente aferido, e sendo o conjunto cadinho mais óleo levado a estufa a 105º C, até eliminação completa da umidade (ADOLFO LUTZ, 1985); cinzas, através da secagem em mufla a 650º C até eliminação completa do carvão (ADOLFO LUTZ, 1985). Todas as determinações foram realizadas em triplicatas e os resultados expressos em termos de média e desvio padrão.
Resultado e discussão
As Tabelas 1 e 2 apresentam os resultados obtidos neste estudo. Os valores médios de pH dos óleos tiveram valores médios de 5,45 e 5,27, para os do Ver-O-Peso e de Bragança, respect (ivamente, que próximos ao obtido por ROCHA (1998) (5,58). A acidez dos óleos se mostrou elevada, com médias de 67,61 e 55,97 g de KOH/100g de óleo para os do Ver-O-Peso e de Bragança, respectivamente, sendo esses valores concordantes com Vasconcelos e Goginho (2002) que encontraram 81,40 g de KOH/100 g de óleo. Estes valores elevados se justificam pelo fato de que o óleo de copaíba ter em sua composição diversos ácidos orgânicos (TAPPIN, 2004). As densidades foram praticamente iguais para os dois grupos de óleos (0,90 e 0,91 kg m-3) que concordam com os valores obtidos por Silva et al. (2012), com média igual a 0,98 kg m-3. O teor de voláteis teve média igual a 19,75% para as amostras do Ver-O-Peso e de 13,74% para as de Bragança. As cinzas tiveram uma média de 0,26% para os óleos do Ver-O-Peso e de 0,18% para os de Bragança. A viscosidade se mostrou bem diferente para os dois grupos, igual a 147,37 cSt (Ver-O-Peso) e 66,72 cSt (Bragança).
Valores médios seguidas do desvio padrão para pH, índice de acidez e densidade dos óleos de copaíba analisados.
Valores de teores de voláteis, cinzas totais e viscosidade para os óleos de copaíba, expressos em média e desvio padrão
Conclusões
Os parâmetros estudados se mostraram concordantes com a pouca literatura existente sobre parâmetros físico-químicos para os óleos de copaíba. O índice de acidez encontrado se mostrou elevado, o que se justifica pelos diversos ácidos orgânicos presentes nos óleos de copaíba.
Agradecimentos
A Universidade Federal do Pará pela infra-estrutura necessária ao andamento deste trabalho.
Referências
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INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. São Paulo, 1985, v.1.
ROCHA, A. F. Avaliaçäo do pH, tempo de presa e atividade antimicrobiana do óleo de copaíba, associado a pós de cimentos odontológicos. Brasília; s.n; 1998. 93 p.. Dissertação de Mestrado da UnB.
SILVA, E. S., MATHIAS, C. S.; LIMA, M. C. F.; JUNIOR, V. F. V.; RODRIGUES, D. P.; CLEMENT, C. R. Análise fisico‑quimica do oleo‑resina e variabilidade genética de copaíba na Floresta Nacional do Tapajós. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.47, n.11, p.1621-1628, nov. 2012
TAPPIN, M. R. R. et al. Análise química quantitativa para a padronização do óleo de copaíba por cromatografia em fase gasosa de alta resolução. Quím. Nova. 2004, vol.27, n.2
VASCONCELOS, A. F. F.; GODINHO, O. E. S.USO DE MÉTODOS ANALÍTICOS CONVENCIONADOS NO ESTUDO DA AUTENTICIDADE DO ÓLEO DE COPAÍBA. Quim. Nova, Vol. 25, No. 6B, 1057-1060, 2002
VIEIRA, L.S. Fitoterapia da Amazônia. 2.ed. São Paulo: Editora Agronômica Ceres, 1992. 347p.