ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Produtos Naturais
Autores
Pacheco, L.C. (UFPA) ; Ripardo Filho, H.S. (UFPA) ; Andrade, E.S. (UFPA) ; Bastos, R.R.C. (UFPA) ; Santos Neto, O. (UFPA) ; Cantanhede Filho, A.J. (UFPA) ; Araújo, R.N.M. (UFPA) ; Correa, M.J.C. (UFPA) ; Guilhon, G.M.S.P. (UFPA) ; Santos, L.S. (UFPA)
Resumo
O fungo Penicillium citrinum, isolado como endofítico das folhas de Moutabea guianensis foi cultivado e sua biomassa estudada sob o ponto de vista químico. Para isso, P. Citrinum foi cultivado em arroz durante 28 dias, de onde posteriormente foram obtidos os extratos MeOH 1, hexânico, AcOEt e MeOH 2. Após fracionamento cromatográfico do extrato hexânico algumas frações destacaram-se pela quantidade de óleo obtida. Essas frações foram reunidas e analisadas por RMN de 1H e posteriormente por CG para determinação de sua composição, afim de determinar se óleos obtidos estavam sendo produzidos pelo fungo endofítico ou se somente eram extraídos do arroz utilizado no cultivo.
Palavras chaves
Penicillium citrinum; Óleos; Composição
Introdução
Estima-se que de cada 6 (seis) dos 20 (vinte) medicamentos mais comumente prescritos são de origem fúngica (HAWKSWORTH, 2001), o que revela o potencial desses microrganismos em produzir substâncias bioativas. Com relação aos fungos endofíticos, acredita-se que por sua relação com as plantas, estes podem proporcionar uma excelente fonte biológica de novos compostos ativos (PHOTITA et al, 2001). Asim, cada vez mais estudos estão sendo realizados a partir de extratos obtidos de meios de cultura, afim de, aumentar a proporção destes produtos naturais que possuem as mais variadas classes de substâncias como terpenóides, xantonas, quinonas, cumarinas, etc (SHULZ et al, 2002). Sendo assim, o presente trabalho teve por objetivo identificar os constituintes da matéria lipídica proveniente do extrato hexânico da biomassa fúngica do fungo P. citrinum isolado como endofítico da espécie vegetal Moutabea guianensis.
Material e métodos
O fungo endofítico Penicillium citrinum foi cultivado em arroz durante 28 dias. Um experimento sem o fungo foi utilizado como branco. Após eliminação do fungo com MeOH e posterior filtração obteve-se o extrato MeOH-1. O resíduo foi extraído sequencialmente com hexano (HEX), acetato de etila (AcOEt) e metanol (MeOH-2). O experimento controle (BRANCO) passou pelo mesmo procedimento. O extrato hexânico do fungo foi fracionado em CC e algumas frações apresentaram características de óleo (frações 9-14), que após reunião e análise por RMN de 1H mostraram perfil característico de triacilglicerol. Uma porção desse óleo foi transesterificada com MeOH + BF3 e os ésteres metílicos resultantes foram submetidos à análise por cromatografia gasosa (CG) para determinação da composição dos ácidos graxos (AG). O óleo obtido do extrato hexânico do BRANCO passou por igual procedimento. Após esta análise em CG, a composição do óleo obtido da biomassa fúngica foi comparada com o resultado obtido da amostra em branco.
Resultado e discussão
Foram identificados oito AG no extrato hexânico da biomassa fúngica e 10 AG na
amostra HEX do branco, sendo que sete AG são comuns a ambos os extratos (Tabela
1). Observa-se predominância de AG saturados. O AG Margárico, no extrato do fungo
não se encontra na amostra hexânica do branco. A presença desse ácido graxo pode
ter sido produto do metabolismo do fungo ou de uma cisão da estrutura de AG
maiores provocados por enzimas liberadas pelo mesmo.
Esta tabela contém a composiçã química dos óleos obtidos da biomassa fúngica e da prova em branco.
Conclusões
Os resultados apresentados neste trabalho estimulam estudos cada vez mais aprofundados sobre a produção e composição química de triacilgliceróis produzidos por fungos, ainda não muito explorados, uma vez que atualmente possuem um amplo espectro de aplicações, entre elas podemos destacar a produção de biodiesel.
Agradecimentos
Os autores agradem à PROPESP/UFPA, FADESP/UFPA e CNPq pelo apoio financeiro.
Referências
1. HAWKSWORTH, D.L. The magnitude of fungal diversity: the 1.5 million species estimate revisted. Mycology Research, nº 105, 1422-1431, 2001.
2. PHOTITA, W.; LUMYONG, S.; LUMYONG, P.; HYDE, K.D. Endophytic fungi of wild banana (Musa acuminata) at Doi Suthep Pui National Park, Thailand. Mycology Research, nº 105, 1508-1513, 2001.
3. SCHULZ, B.; BOYLE, C.; DRAEGER, S.; ROMMERT, A.; KROHN, K. Endophytic fungi: a source of novel biologically active secondary metabolites. Mycology Research, nº 106, 996-1004, 2002.