ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Produtos Naturais
Autores
Morais, F.S. (PPGCTRA - ICET/ UFAM) ; Gonçalves, E.S. (ICET/UFAM) ; Acho, L.D.R. (FCF/UFAM) ; Lima, E.S. (FCF/UFAM) ; Guimaraes, A.C. (PPGCTRA - ICET/ UFAM) ; Takeara, R. (PPGCTRA - ICET/ UFAM)
Resumo
Syzygium cumini (L.) Skeels pertence à família Myrtaceae e sub família Myrtoideae. Estudos demonstram as atividades farmacológicas tais como antidiabética e antioxidante. Entre os mais importantes antioxidantes naturais estão os compostos fenólicos (flavonoides e ácidos fenólicos). Dessa forma, torna-se importante determinar a atividade antioxidante do extrato e frações, além de caracterizar as classes de metabólitos secundários dos extratos e frações por cromatografia em camada delgada. Folhas de S. cumini foram coletadas na estrada AM-010, Km 26, sentido Itacoatiara-Manaus, extraídas com etanol 70% e o fracionamento foi realizado pelo processo de partição liquido-liquido utilizando solventes de polaridade crescente. O extrato e todas as frações foram ativas no ensaio de inibição do DPPH.
Palavras chaves
Syzygium cumini; flavonoides; antioxidante
Introdução
Syzygium cumini (L.) Skeels (S. cumini) pertence à família Myrtaceae e sub família Myrtoideae e foi introduzida em muitos países tropicais na África e América Latina. No Brasil é encontrada em diversos Estados das regiões Sudeste, Nordeste e Norte (ROSS, 1999). Vários estudos demonstram as atividades farmacológicas de S. cumini tais como antidiabética (PATEL et al. 2009), anti- inflamatória (KUMAR et al. 2008b) e antioxidante (KANERIA & CHANDA. 2013). Alguns constituintes químicos de S. cumini já foram identificados tais como, antocianina, quercetina, campeferol, ácido elágico, ácido gálico, ácido oleanólico, alcaloides, vitamina C, taninos, eugenol, saponinas, α-pineno, terpineno (AYYANAR & SUBASH-BABU, 2012). Dentre os vários compostos com efeitos benéficos ao organismo, destacam-se os antioxidantes, que são substâncias com funções que permitem ao organismo combater o excesso dos radicais livres, retardando ou prevenindo a oxidação celular (SUHAJ, 2006). Estudos comprovam a relação entre quantidades de radicais livres e o desenvolvimento de doenças como câncer, doenças cardiovasculares e degeneração muscular, pois radicais livres são moléculas altamente reativas que podem interferir em reações normais do organismo causando alterações (BIANCHI & ANTUNES, 1999). Entre os mais importantes antioxidantes naturais estão os compostos fenólicos (flavonoides, ácidos fenólicos e taninos), compostos nitrogenados (alcaloides, aminoácidos, peptídeos e aminas), carotenoides, tocoferóis e ácido ascórbico (AMAROWICZ et al., 2004). Por isso torna-se importante determinar atividade antioxidante (AA) do extrato e frações de S. cumini além de caracterizar as classes de metabólitos secundários dos extratos e frações ativas por cromatografia em camada delgada (CCD).
Material e métodos
Folhas de S. cumini foram coletadas na estrada AM-010, Km 26, sentido Itacoatiara-Manaus, para preparo de extrato bruto. O material seco e moído foi extraído sob refluxo com etanol a 70%, em seguida concentrado até remoção de todo solvente em evaporador rotatório. O fracionamento do extrato bruto foi realizado pelo processo de partição liquido-liquido utilizando solventes de polaridade crescente obtendo as frações (hexano (FHAZ), clorofórmio (FCAZ), acetato de etila (FAAZ), butanol (FBAZ), Hidro alcóolica (FHAAZ) e Precipitado (FPAZ)), em seguida concentrado até remoção de todo o solvente em evaporador rotatório. O perfil químico foi obtido direcionando-se o protocolo para avaliar a presença de terpenos, alcaloides, fenólicos e flavonoides, usando-se para isso reagentes reveladores como: solução de Difenilborato 1% (solução NP), cloreto férrico, vanilina e Dragendorff (GUIMARÃES, 2005). O teor de fenois totais foi determinado pelo método Folin-Ciocalteu (MC DONALD et al. 2001). O método para determinação do teor de flavonoides foi determinado previamente como descrito na literatura (CHANG, et al 2002) com algumas modificações. O ensaio para avaliação da AA foi feito segundo a metodologia de inibição do radical DPPH (2,2-difenil-picril-hidrazil) conforme descrito por MENSOR (2001).
Resultado e discussão
O extrato das folhas de S. cumini apresentou rendimento de 11,61 % (m/m), na
partição liquido-liquido do extrato, obteve-se uma massa total de frações de
45,44g, onde os percentuais das frações FHAZ, FCAZ, FAAZ, FBAZ, FHAAZ e FPAZ
foram respectivamente, 4,40, 3,65, 68,68, 8,91, 3,48 e 10,87 %. Onde a maior
percentagem em massa está na fração FAAZ, que pode caracterizar a presença de
classes de metabólitos secundários que apresentam substâncias que possuam média
polaridade. A prospecção em CCD indicou a presença de terpenoides, flavonoides
e fenólicos. Os resultados do teor de flavonoides e fenóis totais estão
apresentados na tabela 1(n = 3).
A presença de flavonoides e fenóis totais no extrato bruto e em quase todas as
frações. Indica que tais classes de metabolitos têm de agirem como agentes
antioxidantes devido ao poder de oxidação dos mesmos (BARREIROS, DAVID & DAVID,
2006). AA e IC50 para o extrato bruto e frações é apresentado na tabela 2 (n=3).
Apresentaram AA o extrato e todas suas frações em ordem decrescente FBAZ > FHAAZ
> FAAZ > FPAZ > FHAZ > Extrato bruto > FCAZ. AA do padrão de ácido gálico é
próximo aos resultados obtidos nas frações polares, assim como os resultados
IC50. O valor de IC50 do extrato bruto de S.cumini comparado com resultado
encontrado na literatura (MENSOR et al 2001) do extrato padronizado de Ginkgo
biloba (IC50 = 40,72 ±0,19 µg/mL), este valor é quatro vezes menor o que indica
que é um bom antioxidante. Comparando os resultados da tabela 1 com a tabela 2
pode-se verificar que está AA pode ser devido à presença de fenóis totais e
flavonoides, pois estas classes de metabólitos possuem uma grande capacidade de
sequestrar os radicais livres pelo poder redutor (SOUSA, et al. 2007).
% de fenóis totais e flavonoides no extrato bruto e frações S.cumini.
Atividade antioxidante do extrato bruto e frações S.cumini
Conclusões
O extrato e frações das folhas de S. cumini apresentaram atividade antioxidante e potencial de inibição relevante. A fração FAAZ foi que apresentou um maior rendimento e o melhor resultado de IC50, o que nos possibilita continuar a pesquisa para que seja possível realizar o isolamento e purificação das substâncias presentes nessa fração. Isto apoiará a identificação das classes de metabolitos secundários que são responsáveis pela inibição do radical DPPH.
Agradecimentos
FAPEAM, CAPES e UFAM pelo apoio financeiro e Bolsa de estudo.
Referências
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