AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DE CHÁS DE CASCAS DE COPAÍBA (Copaífera spp)

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Ferreira de Moraes Junior, E. (UFPA) ; dos Santos Silva, A. (UFPA) ; Carvalho de Souza, E. (UFRA) ; de Araújo Tortola, D. (UFPA) ; Celi Sarkis Muller, R. (UFPA)

Resumo

Este trabalho objetivou investigar alguns parâmetros físico-químicos de chás de cascas de copaíba (Copaífera spp) vendidas em supermercados e drogarias, provenientes de uma empresa especializada em drogas vegetais e situada em Belém do Pará. Foram investigados os seguintes parâmetros: pH, condutividade elétrica (CE), teor de extrativos, acidez e densidade, realizadas conforme metodologias propostas pela Farmacopéia Brasileira (2010). A caracterização físico-química de chás é escassa na literatura, principalmente de produtos como a copaíba, de origem amazônica. Assim, este trabalho procurou contribuir para diminuir esta lacuna.

Palavras chaves

droga vegetal; Amazônia; Copaíba

Introdução

As copaibeiras são árvores comuns à América Latina e África Ocidental sendo encontradas, no Brasil, nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Amazônica (FRANCISCO, 2005). A parte mais usada pela população é o óleo-resina, mas suas folhas, sementes e cascas também são amplamente utilizadas e indicadas para diversos fins, farmacológicos ou não. As cascas de óleo de copaíba são usadas em Belém do Pará para o preparo de chás, que, conforme conhecimento popular, servem para combater a inflamação do útero, próstata, e tétano. Elas são livremente vendidas em feiras livres (cascas in natura) e em supermercados (cascas provenientes de uma única empresa paraense que trabalha com diversas drogas vegetais). Neste trabalho se estudou cinco parâmetros (pH, condutividade elétrica, densidade, acidez e teor de extrativos) de seis amostras de cascas de copaíba de uma empresa paraense especializada no comércio de drogas vegetais da Amazônia.

Material e métodos

Foram adquiridas seis amostras de cascas de copaíba, nos meses de junho e julho de 2014, de uma única empresa paraense especializada no comércio de drogas vegetais medicinais da Amazônia. As amostras foram levadas para o Laboratório de Controle de Qualidade e Meio Ambiente (LACQUAMA-PA), onde foram lavadas e se realizou as determinações de cinco parâmetros: pH, determinado usando um pHmetro (PHTEK) calibrado com solução tampão pH 4 e 7; densidade, determinada através da medida de massa de chá de copaíba contida em picnômetro de 15 mL; teor de extrativos, realizado através da pesagem de 1 g da amostra e sua dissolução em 100 mL de água destilada fervente, deixando ferver por 10 minutos e após este tempo se processou a filtração com papel de filtro qualitativo, depois se retirou uma alíquota de 20 mL levada para secar em chapa aquecedora e, por fim secagem completa em estufa a 105º C por 3 h; condutividade elétrica, feita com o emprego de condutivímetro portátil (INSTRUTHERM, CD 880) calibrado com solução padrão de condutividade 146,9 μS/cm; e acidez, através de titulação com solução de NaOH 0,1 mol L-1 . Todas as metodologias usadas são da Farmacopéia Brasileira (2010). Todas as determinações foram realizadas em triplicatas e os resultados expressos em termos de média e desvio padrão.

Resultado e discussão

Na Tabela 1 estão presentes os resultados obtidos neste estudo para todos os parâmetros analisados, expressos em termos de média e desvio padrão, referentes a análises em triplicata. Os valores médios de pH dos chás tiveram valores médios de 5,14. Este valor está dentro da faixa encontrada para a tintura de barbatimão, entre 3,81 e 5,75 (FONSECA e LIBRANDI, 2008) e a faixa de tintura de guaco (ALVARENGA et al., 2009), 5,77 e 6,34. A condutividade elétrica dos chás se mostrou muito baixa, com média de 0,06 mS/cm. A acidez dos chás foi muito baixa, de apenas 0,06%, em média. A densidade dos chás teve média de 0,97 kg m- 3, que está dentro da faixa de densidade encontrada para a tintura de barbatimão, entre 0,90 e 0,97 kg m-3 (FONSECA e LIBRANDI, 2008) e a faixa de tintura de guaco (ALVARENGA et al., 2009), entre 0,89 e 0,97 kg m-3. O teor de extrativos dos chás ficou na média de 9,99% resultado esse inferior aos registrados na literatura para chás de outras drogas vegetais: 27,65% para Calendula officinalis L. (SOUZA et al., 2010).

Tabela 1- Resultados para o chá de casca de copaíba.

Legenda: C.E. = condutividade elétrica; T. de Ext. = teor de extrativos

Conclusões

Os parâmetros estudados se mostraram concordantes com a pouca literatura existente sobre parâmetros físico-químicos para chás e outros produtos a base de drogas vegetais. Desta forma, os resultados obtidos no presente trabalho serviram para diminuir a lacuna existente na literatura sobre parâmetros físico-químicos de chás, mesmo que de forma modesta.

Agradecimentos

A Universidade Federal do Pará pela infra-estrutura necessária ao andamento deste trabalho.

Referências

FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 5ª ed. São Paulo: Atheneu, 2005.
FONSECA, P.; LIBRANDI, A. P. L. Avaliação das características físico-químicas e fitoquímicas de diferentes tinturas de barbatimão (Stryphnodendron barbatiman). Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences vol. 44, n. 2, abr./jun., 2008
FRANCISCO, S.G. Uso do óleo de copaíba (Copaifera officinalis) em inflamação ginecológica. Femina, v.33,n.2, p.89-93, 2005.
SOUZA , A. P. T. B.; BARNI, S. T.; FERREIRA , R. A.; COUTO , A. G. Desenvolvimento Tecnológico de Soluções Extrativas Hidroetanólicas das Flores de Calendula officinalis L. Empregando Planejamento Fatorial Lat. Am. J. Pharm. 29 (1): 13-21 (2010).
ALVARENGA, F. C. R.; GARCIA, E. F.; BASTOS, E. M. A. F.;GRANDI, T. S. M.; DUARTE, M. G. R. Avaliação da qualidade de amostras comerciais de folhas e tinturas de guaco. Brazilian Journal of Pharmacognosy. 19(2A): 442-448, Abr./Jun. 2009

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