Estudo Fitoquímico de Davilla kunthii A. St. – Hil. (Dilleniaceae)

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Nascimento, L. (UFRR) ; Nascimento, F. (UFRR) ; Rosa, G. (UFRR) ; Prado, S. (UFRR) ; Costa, H. (UFRR)

Resumo

Este trabalho tem como objetivo principal isolar substâncias bioativas aplicando, assim, a metodologia de fitoquímica clássica, como secagem das folhas, obtenção de extrato bruto etanólico, coluna filtrante e colunas cromatográficas com aumento de polaridade dos solventes. Foram isolados e identificados por espectroscopia de RMN de 1H, 13C mono e bidimensional e infravermelho, uma lactona sesquiterpênica, uma mistura de β-Sitosterol e Estigmasterol e o álcool Triacontan-1-ol (Álcool Melíssilico).

Palavras chaves

Fitoquímica; Dilleniaceae; Cromatografia

Introdução

A família Dilleniaceae é composta pelos gêneros Acrotrema, Curatella, Davilla, Didesmandra, Dillenia, Doliocarpus, Hibbertia, Pachynema, Pinzona, Schumacheria e Tetracera com cerca de 310 espécies (BARBOSA, 2011). Os indivíduos pertencentes a esses gêneros são classificados como árvores, arbustos, subarbustos eretos ou escandentes, lianas lenhosas, raramente ervas, apresentando folhas alternas inteiras, peninérveas, sem estípulas e, geralmente, com células epidérmicas impregnadas de sílica o que lhes conferem certa aspereza ao tato (BARBOSA, 2011; SOARES et al., 2005). No Brasil, o grupo está representado por cinco gêneros e cerca de 40 espécies distribuídas nos cerrados e em todo o Nordeste (BARBOSA, 2011). A espécie Davilla kunthii A. St. -Hil, de origem brasileira, é conhecida popularmente como cipó–de–fogo, com ciclo de vida perene, hábito de crescimento liana, reprodução através de sementes, não tóxica, mas com caule cortante (injúria) (MELO; BARBOSA, 2007; MASCARENHAS, 1999). O presente estudo tem como objetivo isolar e identificar os constituintes presentes na espécie Davilla kunthii A. St. – Hil. presente no cerrado da Amazônia. O estudo fitoquímico clássico foi aplicado para obtenção do extrato etanólico, bem como técnicas cromatográficas de separação, isolamento e identificação foram aplicadas seguindo a metodologia descrita por Matos (1988).

Material e métodos

As folhas de D. kunthii foram coletadas no campus Cauamé da Universidade Federal de Roraima. Sua identificação botânica foi feita pela Drª. Andréia Silva Flores, pesquisadora da Fundação Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia (FEMACT), com exsicata depositada no Herbário do Museu Integrado de Roraima (MIRR) sob o nº 10273 e registro para coleta de material botânico no Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (SISBIO) nº 41621-1. O material botânico foi submetido a secagem a temperatura ambiente e pulverizado em liquidificador e, em seguida, extraído exaustivamente com etanol. O extrato etanólico das folhas foi fracionado em coluna cromatográfica com sílica gel utilizando-se como eluente hexano/clorofórmio/acetato de etila/metanol. A identificação estrutural foi realizada por técnicas cromatográficas e espectroscópicas de RMN de 1H e 13C e de infravermelho (IV).

Resultado e discussão

As frações resultantes foram analisadas por CCD e reunidas de acordo com o perfil cromatográfico, resultando no isolamento de uma Lactona que após análise por IV, RMN de 1H e 13C, HSQC, HMBC, foi identificado como Oleanan - 3β – ol – 28, 19 – β – lactone (Figura 1) e mistura de esteróides (Figura 2) de β-Sitosterol (a), Estigmasterol (b) e um álcool Triacontan-1-ol (Álcool Melissílico) (c). Não há informações fitoquímicas sobre a espécie vegetal em estudo, D. kunthii, que possam ser confrontados. Assim, o presente estudo utilizando a técnica de fracionamento cromatográfico das folhas da espécie levou ao isolamento de uma Lactona, e mistura de β – Sitosterol e Estigmasterol e um álcool Triacontan-1-ol. Outras frações cromatográficas estão sob estudo.

Estruras Isoladas da Espécie Davilla kunthii

Oleanan-3β–ol–28,19– β–lactone (Figura 1) e mistura de esteróides (Figura 2) de β-Sitosterol(a), Estigmasterol(b) e um álcool Triacontan-1-ol(c).

Conclusões

A pesquisa realizada trouxe grande contribuição científica inédita, pois não há estudos fitoquímicos relacionados à espécie D. kunthii, contribuindo, portanto, com a identificação estrutural da Lactona, β – Sitosterol e Estigmasterol e do álcool Triacontan-1-ol.

Agradecimentos

CAPES/PROCAD

Referências

BARBOSA, C. S. Avaliação Alelopática e Caracterização Fitoquímica do Extrato em Diclorometano de Folhas de Curatella americana L. (Lixeira). Dissertação de Mestrado, Uberlândia – MG, 2011.

MASCARENHAS, R. E. B. Plantas Daninhas de uma Pastagem Cultivada de Baixa Produtividade na Nordeste Paraense. Planta Daninha, v. 17, n. 3, 1999.

MATOS, F. J. A. Introdução à Fitoquímica Experimental. Fortaleza: UFCE, 1988.

MELO, M.C.; BARBOSA, R.I. Arvores e Arbustos das savanas de Roraima: Guia de campo ilustrado. Boa Vista, PMBV/CONSEMMA, 2007. 36p.

SOARES M.L., REZENDE M.H., FERREIRA H.D., FIGUEIREDO A.D.L., BUSTAMANTE K.G.L., BARA M.T.F., PAULA J.R. Caracterização farmacognóstica de folhas de Davilla elliptica St. Hil. (Dilleniaceae). Rev Bras Farmacogn 15: 352-360, 2005.

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