ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
Santos, C.L. (IFAL) ; Silva, V.N.T. (IFAL)
Resumo
O presente trabalho teve como objetivo a discussão e análise de aspectos químicos, pertinentes à refratometria aplicadas, sobretudo, na produção de aguardente. Visto que a contextualização de temas no ensino da química constituiu-se em aspecto primordial para a aprendizagem, favorecendo, assim, o entendimento sobre o tema em si abordado, refratometria, e também temas oriundos, como °Brix e fermentação.
Palavras chaves
Refratometria; aguardente; contextualização
Introdução
A aguardente é uma bebida alcoólica fermento-destilada tipicamente brasileira com o teor alcoólico de 38 a 54%, de acordo com o Art. 51 do decreto 6.871, de 4 de Junho de 2009, obtida do mosto fermentado de frutas adocicadas. A técnica analítica de refratometria se baseia na medida do índice de refração. Ou seja, é a relação entre a velocidade do raio incidente e a do raio refratado. Isto pode ser explicado quando um feixe de luz alcança a superfície que separa dois meios, parte do raio incidente é refletido e parte é refratado (Celso Caldas, 2011). O contato direto dos alunos com o refratômetro é uma forma de contextualização de temas do cotidiano para o ensino de química, que de acordo com Luca (2013) constitui-se em um aspecto fundamental para a aprendizagem, principalmente com a possibilidade da realização de atividades experimentais, configurando algo observável e provocador de discussões, favorecendo a produção de conhecimento científico. Assim, o presente trabalho visa relatar a experiência desenvolvida com alunos do Instituto Federal de Alagoas – Campus Maceió com a produção de aguardente a partir das cascas de frutas tropicais, tais como abacaxi, manga, banana e melancia, a qual propôs a abordagem da refratometria de forma prática além de dar um destino sustentável aos resíduos orgânicos dessas frutas, os quais, geralmente, são descartados indevidamente.
Material e métodos
A atividade aqui descrita foi desenvolvida pelo Curso de Extensão “Produção de aguardente a partir de cascas de frutas tropicais”, do Instituto Federal de Alagoas - Campus Maceió. Nesta, trabalhou-se a parte teórica de refratometria e Brix, além de outros temas relativos à disciplina de química envolvidos na obtenção de aguardente. Após isso, desenvolveu-se experimentalmente a verificação do °Brix das cascas coletadas com o refratômetro, equipamento que mede o índice de refração.
Resultado e discussão
Durante todo o processo experimental da obtenção de aguardente os alunos puderam aplicar os conceitos de refratometria, buscando elucidar as etapas do processo. Através deste trabalho foi possível observar o envolvimento dos alunos com a utilização do refratômetro nas analises de °Brix das cascas utilizadas e durante toda a fermentação das mesmas, para a verificação da queda do °Brix, como também o fim da fermentação alcoólica.
Os resultados desse trabalho mostram que houve a contextualização dos conteúdos, no sentido em que foi possível estabelecer inter-relações entre os conhecimentos escolares e fatos presentes no dia-a-dia dos alunos. Vale ressaltar que a metodologia proposta possibilitou tornar os alunos mais motivados, participativos e criativos durante as aulas.
Conclusões
O tema desenvolvido – aguardente – nos possibilitou uma interessante revisão e visualização de refratometria. A metodologia utilizada foi essencial para despertar o interesse dos alunos. Eles conseguiram de forma satisfatória assimilar os conteúdos de °Brix apresentados e relacioná-los com o seu dia-a-dia principalmente porque incentivou a participação destes.
Agradecimentos
Ao IFAL - Campus Maceió e à PROEX, pelo apoio estrutural e financeiro.
Referências
BRASIL. Decreto n. 6.871, de 04 de Junho de 2009. Dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas. In: MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
LUCA, A. G. et al. FERMENTAÇÃO ALCOOLICA: UMA ABORDAGEM EXPERIMENTAL PARA O ENSINO DE BIOLOGIA E QUÍMICA. In: Anais do VI Encontro Regional Sul de Ensino de Biologia, URI, 2013.
CELSO CALDAS. Boas Práticas de Laboratório. Disponível em: <http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CB4QFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.stab.org.br%2FBoasPraticas%2FCelso%2520Caldas%2520-%2520Boas%2520Praticas%2520Laboratoriais%25202011%2520-%2520parte1.pdf&ei=3nPpU8LqHcnG0QW17YDQBQ&usg=AFQjCNG9KyHjhTwOAaowAKzd3VkkCxmBXg>.
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