ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
Silva, R.O. (CES/UFCG) ; Santos, C.S. (CES/UFCG) ; Freitas, J.C.R. (CES/UFCG) ; Freitas, L.P.S.R. (CES/UFCG)
Resumo
Este trabalho teve por objetivo realizar um levantamento das ideias prévias de estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental sobre o conceito de Ligações Química com o auxílio dos mapas conceituais. A pesquisa foi realizada na escola pública estadual André Vidal de Negreiros, localizada na cidade de Cuité/PB. O momento de investigação das ideias prévias dos estudantes, evidenciadas pelos mapas conceituais, colaborou para que eles tivessem um contato prévio com os conteúdos, despertando nos mesmos não só a curiosidade como também a exploração do seu potencial cognitivo. A construção dos mapas conceituais além de ajudar a evidenciar as concepções prévias dos estudantes sobre o conceito em estudo, estimulou o pensamento reflexivo tornando a aprendizagem dos mesmos mais significativa.
Palavras chaves
Ligações Químicas; Mapas Conceituais; Concepções
Introdução
Apesar do tradicionalismo ainda predominar, hoje, muitas estratégias didáticas veem sendo utilizadas para facilitar o ensino-aprendizagem de conceitos científicos, principalmente de conceitos ligados à área das Ciências Exatas, devido os estudantes geralmente atribuem às mesmas um grau de dificuldade muito alto. O desenvolvimento de novas estratégias de ensino tem se mostrado bastante contundente na tentativa de despertar nos estudantes o interesse pelo estudo das Ciências Naturais, uma vez que muitas dessas estratégias tem possibilitado a facilitação do entendimento do aluno. Nesse contexto, os mapas conceituais, tem sido reportado na literatura como uma vantajosa estratégia de ensino- aprendizado, e apontados como instrumentos bastante versáteis, possibilitando seu uso em várias situação de ensino; permitindo que docente deixe pra traz o modelo tradicional de ensino-aprendizagem, que se caracteriza pela transmissão- recepção. Criados pelo educador Joseph D. Novak, trata-se de um diagrama que apresenta uma organização hierárquica entre conceitos mais amplos a conceitos mais específicos, interligados por palavras de ligação, formado uma teia de conceitos. Segundo Moreira (2010) os mapas conceituais, como instrumento de avaliação da aprendizagem, podem ser usados para se obter uma visualização da organização conceitual que o estudante atribui a um dado conhecimento, por se tratar de uma técnica de avaliação que busca informações sobre os significados e relações significativas entre conceitos-chave da matéria de ensino segundo o ponto de vista do aluno. É mais apropriada para uma avaliação qualitativa, formativa, da aprendizagem.” Com base nesses pressupostos, este trabalho teve por objetivo realizar um levantamento das ideias prévias de estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental sobre o conceito de Ligações Química com o auxílio dos mapas conceituais.
Material e métodos
A pesquisa foi realizada em uma turma com 22 estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental da Escola pública estadual André Vidal de Negreiros, localizada na cidade de Cuité pertencente a região do Curimataú paraibano. O trabalho teve seu desenvolvimento em dois momentos. No primeiro momento foi feita uma exposição para os estudantes sobre a definição dos mapas conceituais, seu processo de elaboração, seus elementos e suas características. No segundo momento com a introdução da aula sobre ligações químicas, foi feita uma apresentação de um vídeo com simulação gráfica em 3D através do PowerPoint sobre o conceito de Ligações Químicas (Figura 1), em seguida foi solicitado aos estudantes que individualmente elaborassem um Mapa Conceitual sobre o conceito mostrado no vídeo, para tanto, foi entregue a cada um dos alunos, uma folha padronizada contendo palavras-chaves ligadas ao conceito de ligações químicas. Os estudantes foram orientados para utilizarem essas palavras para a elaboração do mapa. Esse momento, teve o intuito de identificar através dos mapas que concepções prévias esses estudantes possuíam sobre o conceito de Ligações Química.
Resultado e discussão
Após a apresentação do vídeo, com a ajuda dos mapas conceituais foi possível
fazer as seguintes inferências acerca das concepções desses estudantes sobre o
conceito de ligações químicas: apesar dos estudantes, naquele momento, estarem
entrando em contato com o conceito pela primeira vez, a maioria, conseguiu
estabelecer de forma adequada a relação entre o conceito de ligações químicas e
os tipos de ligações. Entretanto, a maioria apresentou uma certa confusão ao
relacionarem os conceitos que definiriam cada tipo de ligação, a diferença entre
ligações metálicas, covalentes e iônicas não eram claras para eles, apesar do
vídeo com a simulação em 3D da forma como cada tipo de ligação se processava,
para eles essa diferença ainda era confusa. Essa situação mostra que o docente
deve ter cuidado ao planejar o estudo de um conceito a ser trabalhado em sala de
aula, lembrar que a sua sala de aula é heterogênea, e que os conceitos podem não
ser tão presumíveis assim para os estudantes. Outras relações foram feitas
adequadamente pela maioria deles, de forma intuitiva com base no senso comum,
porém, o momento de discussão oportunizou os estudantes a exporem o raciocínio
de como essas relações foram idealizadas por eles. Um dos mapas elaborado por um
dos estudantes é mostrado, como exemplo, na Figura 2. Esse momento de
investigação das ideias prévias dos estudantes, evidenciadas pelos mapas
conceituais, colaborou para que eles tivessem um contato prévio com os
conteúdos, despertando nos mesmos não só a curiosidade como também a exploração
do seu potencial cognitivo. Para Silva e Núñez (2007) “quando os estudantes
constroem mapas conceituais explicitam a organização que os conceitos vão
ganhando nas suas estruturas cognitivas como processo de negociação dos sentidos
negociados”.
Conclusões
A construção dos mapas conceituais além de ajudar a evidenciar as concepções prévias dos estudantes sobre o conceito em estudo, serviu para estimular o pensamento reflexivo, despertando a curiosidade, uma vez que durante a construção dos mesmos, os estudantes se envolveram de forma ativa no processo de aprendizagem, superando a passividade, levando os alunos a perceberem a relevância dos conteúdos estudados para um planejamento do professor de uma aula de fato significativa.
Agradecimentos
Os autores agradecem a Secretaria de Educação da Paraíba e a Universidade Federal de Campina Grande campus Cuité.
Referências
MOREIRA, M. A. Mapas Conceituais e Aprendizagem Significativa. São Paulo: Centauro, 2010.
SILVA, M. G. L. da, NÚÑEZ, I. B. Os mapas conceituais e a aprendizagem de conceitos. Controle da edição de materiais - SEDIS/UFRN, 2007. Disponível em: http://www.agracadaquimica.com.br/quimica/arealegal/outros/194.pdf.