ENERGIA EÓLICA NO ENSINO MÉDIO DE QUÍMICA: Proposta metodológica com o uso de Ilha Interdisciplinar de Racionalidade

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Costa Filho, J. (IFPI) ; Rocha Silva, A. (IFPI)

Resumo

Estudo de natureza qualitativa, cujo objetivo foi aplicar metodologia interdisciplinar no ensino de Química como proposta de desenvolvimento curricular globalizado, visando a Educação Científica e Tecnológica através da elaboração de Ilha Interdisciplinar de Racionalidade sobre a noção de Energia Eólica. Realizou-se com estudantes do 3º ano do Ensino Médio de uma escola Pública e consolidou-se em etapas evolutivas, caracterizadas no modelo proposto por Gerard Fourez. Através de articulação de conhecimentos preexistentes na estrutura cognitiva dos estudantes, construção de mapas panorâmicos, ensino com pesquisa e elaboração de conhecimentos desenvolveu-se esta proposta na qual se obteve resultados significativos na ampliação dos conhecimentos dos estudantes sobre a noção de Energia Eólica.

Palavras chaves

interdisciplinaridade; energia eólica; ensino de química

Introdução

A sociedade tecnológica atual exige da escola uma abordagem curricular globalizada, que permita aos estudantes perceberem criticamente relações entre a tecnologia, a sociedade e o ambiente. A educação científica e tecnológica consiste em proporcionar novos modos de ver e se relacionar com a sociedade tecnológica, contribuindo para a formação de cidadãos capazes de compreenderem os desafios, problemas e soluções do mundo atual. Propõe-se para o Ensino Médio, a formação geral, em oposição à formação específica; o desenvolvimento de capacidades de pesquisar, buscar informações, analisá-las e selecioná-las; a capacidade de aprender, criar, formular.(BRASIL, 2008, p.16) O conceito de energia é essencial para a ciência, porque pode explicar o grande número de processos físicos, químicos e biológicos que ocorrem diariamente. E seu estudo é importante para sensibilizar e trazer ações concretas sobre o uso racional de fontes de energia. Há, cada vez mais, uma preocupação na busca de ações mais intensas para que formemos profissionais que tenham uma efetiva consciência de cidadania, independência de pensamento e capacidade crítica, que devem adquirir ao longo da escolarização. Temos de formar cidadãs e cidadãos que não só saibam ler melhor o mundo onde estão inseridos, como também, e principalmente, sejam capazes de transformar este mundo para melhor (CHASSOT, 2011, p. 101). Na perspectiva de alcançar um modelo de desenvolvimento curricular globalizado,adotou-se uma epistemologia que contempla a construção de conhecimentos a partir de princípios articuladores do pensamento dos estudantes em torno da temática de Energia Eólica. Para tanto, desenvolveu-se a elaboração de uma (IIR)Ilha Interdisciplinar de Racionalidade , como estratégia de construção de conhecimento.

Material e métodos

Este estudo, de cunho qualitativo, foi realizado com estudantes do ensino médio de uma escola da rede pública estadual, da cidade de Teresina-PI. Com o objetivo de aplicar e avaliar as possibilidades do uso de Ilha Interdisciplinar de Racionalidade para a construção de conhecimento sobre Energia Eólica. A pesquisa foi desenvolvida durante 04 encontros de 50 minutos, durante os quais foram vivenciadas as etapas de elaboração da IIR. Participaram desse estudo exploratório 40 estudantes da terceira série. O trabalho foi desenvolvimento, conforme as etapas descritas abaixo. Etapas: 1-Fazer um Clichê da Situação Estudada Esta etapa visou levantar as ideias preexistentes no grupo de estudantes, sobre a temática da Energia Eólica. 2-Panorama Espontâneo Nesta etapa buscou-se aumentar o clichê através da formulação, pelo professor e pelos estudantes, de outras questões relevantes e que não foram levantadas na etapa do clichê. 3-Consulta aos Especialistas e as Especialidades Nesta etapa os estudantes consultaram os especialistas para esclarecimento das dúvidas estabelecidas. 4-Indo a prática Nesta etapa os grupos partiram para a pesquisa junto aos especialistas por meio da consulta a internet, para esclarecimento das dúvidas. 5-Abertura aprofundada de algumas caixas pretas e descoberta de princípios disciplinares que são base de uma tecnologia Nesta etapa foi o momento da proposta que os estudantes puderam trabalhar outras áreas do conhecimento. 6-Esquematização global do projeto Esta etapa constituiu-se, especialmente, na elaboração de uma síntese do objeto da Ilha Interdisciplinar de Racionalidade. 7-Produção discursiva da síntese da Ilha de Racionalidade Nesta etapa, os estudantes sintetizaram oralmente, e através de um resumo escrito seus conhecimentos.

Resultado e discussão

Na perspectiva de alcançar um modelo de desenvolvimento curricular globalizado, adotou-se uma epistemologia que contempla a construção de conhecimentos a partir de princípios articuladores do pensamento dos estudantes em torno da noção de Energia Eólica, permitindo o estabelecimento de relações entre os campos do saber, que permitiram a unificação de várias áreas do saber e o resgate de um ensino significativo. De início foram coletadas informações prévias dos estudantes sobre Energia Eólica, às quais foram expressas verbalmente e através de produções escrita. Constatou-se que 60% das produções evidenciaram apenas a tênue relação entre as ideias de energia e ventos, sem qualquer elaboração de outras relações ou questões envolvendo a temática. Os demais participantes apresentaram pequenas ampliação no modo de pensar sobre o tema, evidenciando a relação com o tema das transformações de energia. Após essas informações se aplicou e se desenvolver a IIR em sala. E foi possível notar que a temática em questão abriu um leque onde apreciou várias áreas do conhecimento como mostra o Quadro 1. Em seguida, foram definidas especialidades para esclarecimento das dúvidas estabelecidas, e, a partir da exploração do material especializado sobre o tema, os estudantes puderam ampliar seu repertório de ideias sobre a questão da Energia Eólica. [...] Considerando que a aptidão para contextualizar e integrar é uma qualidade fundamental da mente humana, que precisa ser desenvolvida, e não atrofiada (MORIN, 2012). Para tanto, a experiência mostrou que a execução deste trabalho assumiu importantes posições na definição do desenvolvimento da capacidade de pesquisar, buscar informações, analisá-las e selecioná-las; a capacidade de aprender, criar, formular e criticar.

Quadro 1

Mapa conceitual da etapa panorama

Conclusões

Pelos resultados conferidos através de observações, durante o desenvolvimento desta metodologia, acredita-se que a construção de Ilhas de Racionalidade é uma possibilidade de melhoria para o ensino de Química. Pois através da observação da postura dos estudantes frente às atividades realizadas em sala de aula, podemos afirmar que a construção de IIR diminuiu o distanciamento entre o conteúdo programático e a experiência dos estudantes. Também possibilitou a integração dos diferentes conhecimentos e proporcionou ao aluno ser um participante efetivo do processo de elaboração do conhecimento.

Agradecimentos

Referências

BRASIL. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Média e tecnologia (Semtec). PCN + Ensino Médio: orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciencias da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC; Semtec, 2008.

CHASSOT, Attico. Alfabetização Científica: questões e desafios para a educação. 5° ed., ver. - Ijuí: Ed Unijuí, 2011.

MORIN, E. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento; tradução Eloá Jacobina, 20ª ed. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 2012, 128 p.

PINHO-ALVES, J.; SOUZA, F. N. Analisando os padrões de questionamento presentes na ilha interdisciplinar de racionalidade de Fourez. In: Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, 7, 2009, Florianópolis. Anais. Florianópolis: ABRAPEC, 2009.

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