ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
Lima, L.L. (IFMT) ; Plattini do Nascimento Eickhoff, A. (IFMT) ; Lima, L.P. (IFMT)
Resumo
O ensino de química no ensino médio enfrenta dificuldades para obtenção de materiais, equipamentos, infraestrutura e capacitação para a realização de experimentos, o que leva a explicações descontextualizadas, abstratas e de difícil entendimento, tornando a química uma das disciplinas menos quistas pelos alunos do ensino básico. O principal motivo do desinteresse apresentado por alguns estudantes, causando desmotivação em relação à química é justamente a ausência de modelos práticos para abordagem dos temas. Em consequência deste problema e objetivando melhorar o ensino de química, surgiu a tendência do uso de materiais alternativos visando levar para as salas de aula, práticas de química que sejam financeira e operacionalmente acessíveis à realidade das escolas públicas (MARQUES, 1992).
Palavras chaves
Educação; Ensino de Química; Materiais Alternativos
Introdução
Um dos principais desafios que atuam como uma espécie de barreira para o ensino de química no Brasil em termos da educação básica é a construção de conceitos basilares entre o que se lê e o observável, estabelecendo ligações entre o que se ensina, o que se aprende e os fenômenos que nos cercam. A apatia no aprendizado e a ausência do que Chassot (2003) chama de alfabetização científica, são os maiores empecilhos para o interesse e o aprendizado de química, aumentando a distância da evolução científica e os conceitos relacionados. A falta de laboratórios nas escolas públicas parece diminuir o interesse de muitos professores na elaboração das aulas práticas, como se a deficiência de uma infraestrutura apropriada fosse um bloqueio ao ensino de ciências, o que de acordo com Galiazzi e Gonçalves (2004) torna a capacitação de professores fundamental, demandando constante atualização e o planejamento de aulas práticas. O planejamento de aulas práticas esbarra na maioria das vezes nessa ausência de laboratórios e espaços apropriados sendo necessária então, a adaptação de atividades práticas que utilizem materiais alternativos, baratos e de baixo ou nenhum risco de manuseio. Visando colaborar com um melhor ensino de química nas escolas da rede pública no município de Confresa–MT, foi elaborado um projeto com o objetivo de proporcionar aos professores já atuantes na área de química uma atualização de conhecimentos, auxiliando para a melhoria de suas aulas através de atividades práticas e explorando os aspectos existentes entre a química básica e a realidade do cotidiano, mostrando aos professores que a química está presente no nosso dia a dia e que a contextualização com práticas simples gera um entendimento de que a química é real e indispensável.
Material e métodos
Visando a atualização de professores de química da educação básica e também capacitação de futuros profissionais da área para o emprego de materiais alternativos em aulas práticas para seus alunos de ensino médio, o projeto foi realizado em etapas distintas, onde conceitos teóricos, revisão bibliográfica e grupos de discussão fizeram atividades conjuntas com os professores organizadores do projeto e bolsistas, organizando as atividades da seguinte forma: 1° Momento – inscrição e seleção de professores da educação básica para participação das oficinas de preparo e uso de experimentos com materiais alternativos para o ensino de ciências/química; 2° Momento – palestra com debates de experiências, recomendação de literatura, discussão da importância da experimentação no ensino de ciências/química e montagem de portfólio de experimentos; 3°, 4º e 5º momento – realizou-se a montagem de equipamentos alternativos e execução dos experimentos selecionados no portfólio. Foi também o momento de testes, aperfeiçoamento e mudanças nos roteiros de práticas utilizando técnicas alternativas; culminando no 6º momento, com a elaboração de avaliação e entrega da cópia dos portfólios de experimentos montados pelos mesmos com auxílio dos professores monitores do projeto. Todos os Momentos tiveram o andamento acompanhado em todo o período, desde o planejamento e redação do portfólio até o fechamento e redação do trabalho final.
Resultado e discussão
A apatia e em muitos casos a própria repulsa no que se refere ao ensino de
química por parte dos alunos, é facilmente explicada pela dificuldade que os
estudantes têm para o entendimento dos conteúdos teorizados. Fenômenos simples e
de ocorrência cotidiana não conseguem ser entendidos devido às dificuldades de
associação entre teoria e prática. Como estratégia para reduzir esse problema,
criou-se este projeto com o intuito de fornecer subsídios para que o ensino de
química na educação básica se torne instigante e desperte o senso de
criatividade e curiosidade de professores, refletindo na abordagem dos conceitos
básicos da química através da construção mútua de conhecimento inerente a
utilização de materiais alternativos no preparo de atividades práticas na
intenção de instigar a criatividade na criação de métodos alternativos,
objetivando despertar maior interesse pelo tema, em alunos da educação básica,
possibilitando que os mesmos possam ter melhor desempenho nas disciplinas da
área de ciências da natureza e em especial, na química. Assim sendo devolver a
comunidade, professores preparados e qualificados para o ensino na prática e com
o emprego de materiais de baixo custo e periculosidade. Para realização das
oficinas, considerou-se apenas materiais de fácil acesso aos professores, para
que fosse possível colocar em prática o conhecimento que lhes foi atribuído
através deste projeto e outros adquiridos durante sua formação inicial.
Conclusões
A intenção maior deste projeto foi devolver a comunidade, professores preparados e qualificados para o ensino dos conteúdos de ciências/química na prática e com o emprego de materiais de baixo custo e periculosidade. Pôde-se perceber, com base nas observações realizadas no âmbito deste trabalho, que bons resultados foram obtidos, pois os professores demonstraram grande interesse por levar as práticas expostas a eles neste projeto, á seus alunos, como também buscar por novos experimentos, e até mesmo criá-los a partir de suas necessidades.
Agradecimentos
Referências
MARQUES, M. O. A formação profissional na educação. Ijuí:Unijuí, 1992.
CHASSOT, A. – Alfabetização Científica: Uma Possibilidade para a Inclusão Social¸ Revista Brasileira de Educação, N. 22, Jan/Fev/Mar/Abr, 2003. pp.89-100.
GALIAZZI, M. C.; GONÇALVES, P. F., A natureza pedagógica da experimentação: uma pesquisa na licenciatura em química. Química Nova, São Paulo, v. 27, n.2, p.326-331, 2004.