Ambientes Virtuais de Aprendizagem e Experimentação no Ensino de Química

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Kafer, G.A. (IF FARROUPILHA/UNIVATES) ; Wyrepkowski, C.C. (IF FARROUPILHA) ; Silva, C.M. (IF FARROUPILHA) ; Barros, I.M. (IF FARROUPILHA) ; Marchi, M.I. (UNIVATES)

Resumo

Uma forma de abordagem de conceitos químicos, que pode ser adotada no Ensino Médio, é a utilização da experimentação juntamente com os ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs). Neste trabalho as atividades experimentais juntamente com a exploração do AVA PBwork, foram utilizadas para complementar a aprendizagem sobre o tópico de Soluções, em uma turma de 2º ano de ensino médio. Os resultados deste estudo possibilitaram observar que, as experimentações e o AVA podem ser instrumentos facilitadores no processo de ensino e de aprendizagem, substituindo ou potencializando eficazmente métodos utilizados tradicionalmente.

Palavras chaves

Ambiente Virtual; PBwork; experimentação

Introdução

O aprendizado de química pelos alunos do Ensino Médio implica na compreensão das transformações químicas que ocorrem no mundo físico de forma abrangente e integrada. Esse aprendizado deve possibilitar ao aluno a compreensão tanto dos processos químicos, quanto da construção de um conhecimento científico em estreita relação com as aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas (MENEZES, 2001). Assim, o desenvolvimento de experimentos apresenta-se como possibilidade para que o aluno consiga estabelecer relação entre a teoria e a prática (ROSITO, 2008). Além de aulas experimentais, outras metodologias podem ser utilizadas no ensino de química. Nesse sentido, os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA’s), podem contribuir para melhoria da qualidade do processo educativo, porém, dependem do envolvimento do aprendiz, da proposta pedagógica, dos materiais veiculados, professores, monitores e equipe técnica, assim como das ferramentas e recursos tecnológicos utilizados no ambiente (PEREIRA, et al., 2007). Neste modelo de aprendizagem, as possibilidades de interação envolvem todas as maneiras possíveis de comunicação, troca de informação e conhecimentos existentes em um ambiente virtual de aprendizagem (ALONSO, 2008; COUTINHO; FARBIARZ, 2010). Nesta perspectiva, entende-se que os AVAs apoiam diferentes organizações do ensinar e aprender, flexibilizando percursos e trajetórias de estudos podendo suportar, simultaneamente diferentes modelos pedagógicos e perfis de alunos (SCHLEMMER, 2005). Assim, esta proposta pedagógica teve por objetivo investigar nos alunos a construção, reconstrução e as inter-relações de conceitos de Soluções, usando a experimentação e o PBwork para contribuir na melhoria dos processos de ensino e aprendizagem.

Material e métodos

Esta proposta pedagógica foi realizada durante o 1º semestre do ano letivo de 2014 (junho/julho de 2014), com a turma de 2º ano do Ensino Médio Técnico Integrado – Curso de Informática, no Componente Curricular de Química, no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus de Alegrete, RS. A turma é constituída de 12 alunos, com faixa etária de 15 a 18 anos. A necessidade de reunir uma sequência que melhor desenvolvesse o interesse e a busca do conhecimento nos educandos, fez com que se procurasse diversificar as aulas de química. Inicialmente foi implementado um AVA, o PBwork, e realizado o cadastro dos alunos. Após, o ambiente foi apresentado aos estudantes. Para complementar as aulas teóricas e ampliar os conhecimentos dos alunos uma aula experimental sobre soluções foi realizada (solubilidade de sais e gases em líquidos). Os alunos foram divididos em três grupos. Depois da aula experimental, os alunos postaram suas considerações sobre os conceitos abordados no ambiente virtual. Todos os grupos tiveram acesso e puderam comentar as postagens uns dos outros, contribuindo para uma possível construção e/ou reconstrução de conceitos. Os assuntos foram comentados por todos alunos da turma.

Resultado e discussão

Os conceitos de soluções foram trabalhados em sala de aula, laboratório e no Ambiente Virtual PBwork. A aula prática no laboratório de química despertou nos alunos o interesse pelo assunto estudado, pois muitas reações ocorrem no cotidiano e passam despercebidas por eles (Figura 1). Além disso, ampliou os conhecimentos sobre Soluções. O Cmap Tools foi utilizado para construção de mapas conceituais sobre o assunto. Os mapas foram posteriormente postados no ambiente PBWork, que foi uma ferramenta importante para alunos. Neste ambiente virtual os alunos trabalharam conceitos de química sobre soluções e puderam discutir os conceitos e resultados da aula prática. A participação extraclasse dos alunos foi ótima (Figura 2). A atividade experimental desenvolvida no laboratório e a interação no AVA, ajudaram os alunos a entender a importância, características e demais conceitos relacionados a Soluções. O mapa conceitual e uma avaliação aplicada em aula posterior demonstraram, de maneira geral, boa compreensão sobre os conceitos de soluções.

Figura 1.

Aula experimental de solubilidade de sais e gases em líquidos.

Figura 2

Alunos trabalhando no PBwork. Postagem sobre soluções e comentários de um grupo.

Conclusões

A confecção dos mapas conceituais e avaliação no final das atividades evidenciaram bons conhecimentos dos conceitos relacionados ao conteúdo de soluções, demonstrando que as metodologias utilizadas (aula expositiva, experimento de laboratório e PBwork) proporcionaram uma aprendizagem significativa. Todos os alunos se envolveram nas metodologias utilizadas de maneira positiva e surpreendente. Com base nos resultados deste estudo, foi possível observar que, os Ambientes Virtuais de Aprendizagem podem ser instrumentos de aprendizagem, potencializando eficazmente métodos utilizados tradicionalmente.

Agradecimentos

IF Farroupilha

Referências

ALONSO, K.M. 2008. Tecnologias da informação e comunicação e formação de professores: sobre redes e escolas. Educação & Sociedade, 29: 747-768.

COUTINHO, M.S.; FARBIARZ, A. 2010. Redes sociais e educação: uma visão sobre os nativos e imigrantes digitais e o uso de sites colaborativos em processos pedagógicos. 3º Simpósio de Hipertexto e Tecnologia da Educação. Acessado em: http://www.nehte.org/simposio, 05 de julho de 2014.

MENEZES, L. C. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio). Parte III: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias.Brasília, 2001.

PEREIRA, A.T.C.; SCHMITT, V.; DIAS, M.R.A.C. 2007. Ambientes Virtuais de Aprendizagem. In: PEREIRA, Alice T. Cybis. (orgs). AVA - Ambientes Virtuais de Aprendizagem em Diferentes Contextos. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda. P. 04-05.

ROSITO, B. A. O Ensino de Ciências e a Experimentação. In: MORAES, R. (org.). Construtivismo e Ensino de Ciências: Reflexões Epistemológicas e Metodológicas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008.

SCHLEMMER, E. 2005. Metodologias para a Educação a Distância no Contexto de Comunidades Virtuais de Aprendizagem. In: BARBOSA, R.M. Ambientes virtuais de aprendizagem. Porto Alegre: Artmed.

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