ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
Santos, W.B. (IFPI) ; Santos, W.B. (IFPI) ; Silva, S.R. (IFPI) ; Brito, I.A. (IFPI) ; Brito, J.I. (IFPI) ; Sa, L.C. (IFPI)
Resumo
A Química, como ciência da natureza, é uma das principais contribuintes na construção do mundo contemporâneo, seus conceitos e leis revolucionaram a realidade e o modo de vida dos seres humanos presentes neste momento histórico e nos que virão adiante. Considerando sua importância, este trabalho tem como objetivo, buscar respostas a questionamentos que se referem à influência que base matemática e o senso comum exercem na aprendizagem da Química. Os resultados obtidos demonstraram que grande parte das dificuldades encontradas, na aprendizagem da Química, estão diretamente relacionadas a uma confusão que os alunos fazem entre o conhecimento de mundo que têm e o que é visto na teoria dos livros e também na abstração dos cálculos que são uma grande deficiência dos mesmos.
Palavras chaves
base matemática; senso comum; aprendizagem
Introdução
O papel da ciência na construção do mundo moderno é inquestionável, a forma como seu crescimento influencia a evolução humana em todos os âmbitos, incluindo uma percepção diferenciada da realidade, trouxe e traz a cada dia mais desafios aos pesquisadores e cada vez mais produção de conhecimentos complexos a serem estudados. Devido à vital importância da Química, ela tornou-se um dos principais componentes da grade curricular do ensino médio, sendo ministrada desde a última série do ensino fundamental. O contexto escolar referente a essa disciplina, traz consigo uma péssima visão por parte dos educandos e de grande parte da sociedade como um todo. Ela é tida como incompreensível, “coisa de doido”, só os muito inteligentes conseguem entender, inútil para a realidade do aluno e sem qualquer serventia para além dos processos seletivos utilizados no ingresso a universidade. Estes são comentários que professores, monitores e qualquer pessoa da área da Química ou afins já devem ter se defrontado. Com base nas informações informais adquiridas nas experiências cotidianas, as grandes reclamações envolta dos vários conhecimentos matemáticos necessários a resolução das questões-problema comuns no ensino da Química não são a única dificuldade.Seu senso comum impregnado pelas relações sociais interfere também na formação teórica que embasa certos conceitos químicos, de maneira a causar dificuldade quando se trata da associação com a realidade A temática abordada neste projeto envolve questões relacionadas aos diversos aspectos que compõem as dificuldades dos educandos em aprender Química, baseado nos relatos e na vivência de experiências com alunos do Ensino Médio.
Material e métodos
Conforme esclarecido anteriormente, a pesquisa proposta aponta o diagnóstico da influência que a base matemática, com a qual o educando chega ao ensino médio, enquanto ciência da natureza, em aspectos relacionados à associação, aplicação, visualização de seus fenômenos na realidade e rendimento na disciplina. A pesquisa realizou-se na Escola Normal Oficial de Picos (ENOP), que já fornece serviços educacionais a mais de quatro décadas e cuja política pedagógica está volta à formação do educando como cidadão. Partiu-se da análise da percepção da turma do segundo ano do Ensino Médio contendo 24 alunos, no período da manhã, sobre no encontro com a disciplina, em termos de dificuldade, compreensão e aceitação da mesma. O recurso utilizado para o levantamento dos dados foi um questionário aplicado, no qual o alunado respondeu a todas as questões objetivas, colaborando para a efetivação deste trabalho. A fim de levantar a causa/problema que leve a tomada de providências articuladas para proporcionar aos educandos uma nova abordagem que os interessem nem termos não só de rendimento como também de conhecimento, é necessário primeiro identificar estes problemas, fornecendo base para a formulação de um projeto de ensino, uma vez que: A relação didática se estabelece na escola quando há um projeto de ensino com intenção de aprendizagem. Essa relação é construída por um conjunto de regras implícitas e explícitas, que determinam as obrigações e as responsabilidades que ocorrem entre professor e aluno. (BRASIL, n2006, p. 47) Apesar de ser uma análise delimitada a uma só escola, esta pode sim servir de exemplo e/ou base de referência para demais instituições.
Resultado e discussão
Diante da atual realidade do ensino de química, contatou-se que o mesmo não se
relaciona com a vivência dos alunos. No entanto, de acordo com Vygotsky n(1987),
o conhecimento se forma, por uma combinação específica mental, a partir de
sínteses, traços e símbolos. Isso mostra a importância da contextualização e
comparação dos conteúdos. Assim, com relação ao senso comum, contextualizar a
Química não é promover numa ligação artificial entre o conhecimento e o
cotidiano do aluno. Não é citar exemplos como ilustração ao final de algum
conteúdo, mas que contextualizar é propor “situações problemáticas reais e
buscar o conhecimento necessário para entendê-las e procurar solucioná-las.”
(PCN , p.93). Com base no mesmo, podemos observar que quase uma totalidade
descreve a química como difícil pelo fato de não terem uma base relativamente
boa sobre cálculos. Como procuramos argumentar no início deste trabalho, a forma
de conceber o conhecimento matemático coloca-se como algo preliminar à
aprendizagem da Química. O que parece importante extrair como implicações
didático-pedagógicas deste trabalho diz respeito a uma mudança de postura
epistemológica dos educadores de química em geral com respeito à forma de
apresentar a Matemática nas aulas de Química. Se a matemática é a linguagem que
permite ao cientista estruturar seu pensamento para apreender o mundo, o ensino
da ciência deve propiciar meios para que os estudantes adquiram esta habilidade.
Para uma melhor compreensão dos dados, abaixo pode-se observar o quadro de
questões do questionário respondido pelos alunos, junto com o gráfico.
Questionário de avaliação
Resultado da avaliação
Conclusões
Em suma, pode-se verificar que a base matemática e indispensável, e merece um espaço maior na prática metodológica dos docentes, pois a mesma contribui para a formação dos educandos, assim sendo, é fundamental que os docentes adotem estratégias que auxiliem na construção do conhecimento, tornando o ensino mais compreensível. De forma geral, verificou-se, na escola em estudo, que as dificuldades apontadas para a resolução de problemas estão ligadas diretamente à compreensão dos cálculos matemáticos e sua correlação com o senso comum dos alunos.
Agradecimentos
A Deus, ao IFPI e à CAPES pelo apoio institucional e financeiro para a realização deste trabalho.
Referências
BRASIL. Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias / Secretaria de Educação Básica. – Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. 135 p. (Orientações curriculares para o ensino médio; volume 2).
_______. Ministério da Educação (MEC) - Secretaria de Educação Média e tecnologia (Semtec). PCN+ Ensino médio: orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC/SEMTEC, 2002, p.93.
VYGOTSKY (1987, p. 70) apud FERREIRA, Maria Salonilde.