ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
Oliveira, J.B. (IFRN) ; Silva, F.E.G. (IFRN) ; Oliveira, J.G.O. (IFRN) ; Pereira, L.F. (IFRN) ; Anderson, B.S. (IFRN) ; Ribeiro, M.E.N.P. (IFRN)
Resumo
A tecnologia vem crescendo de forma acelerada nos últimos anos e com esse crescimento os costumes mudam, os jovens estão trocando livros por tabletes e jogos de tabuleiro por jogos de computador, se os interesses mudam a forma de buscar o interesse desses jovens também deve mudar, será possível para um professor que não tem conhecimento em linguagem de programação ou edição de imagem conseguir elaborar algo que seja educativo e de igual forma divertido para assim chamar a atenção dos alunos. O objetivo deste trabalho é apresentar o software “RPG Maker VX Ace” como ferramenta de desenvolvimento de jogos educativos.
Palavras chaves
Jogo; lúdico; TIC
Introdução
O jogo foi feito seguindo o pensamento de Cunha (2000), para o qual o jogo é representado como uma ferramenta de auxilio educacional, que está atrelada a diversão e ao prazer, facilitando o processo de inclusão e adotando um caráter educativo para ampliação do conhecimento, sendo que este tipo de método também auxilia na relação do professor com o aluno e deste último com outro aluno. Desta forma o conteúdo tende a se espalhar naturalmente entre os jovens que gostam deste tipo de tecnologia, o game foi feito com um cuidado especial para equilibrar tanto o conteúdo educativo e a função lúdica seguindo a ideia de Kishimoto (1994), o jogo, considerado um tipo de atividade lúdica, possui duas funções: a lúdica e a educativa, as quais devem estar em equilíbrio, pois, se a função lúdica prevalecer, o jogo será apenas um jogo; e, se a função educativa predominar, o jogo será apenas um material didático. Como podemos perceber a ideia da ludicidade não é nova já se tem conhecimento de suas vantagens a bastante tempo, mas estamos no século XXI onde a tecnologia está incluída na vida de todos principalmente dos jovens, ai que o professor fica em desvantagem quando cria um jogo lúdico usando apenas dados e cartolinas, claro que jogos de tabuleiro quando bem elaborados são muito proveitosos, mas os adolescentes vêm aquilo como algo pouco interessante e dificilmente recriam ou recomendam o jogo para outros colegas.
Material e métodos
Foi desenvolvido um pequeno jogo intitulado "pesadelo" onde você controla o personagem chamado Gabriel. Ele é um aluno do primeiro ano do ensino médio que se deu mal na última prova de Química e precisa estudar bastante para recuperara sua nota, tendo toda essa pressão encima dele ao dormir ele sonha que vai para uma grande biblioteca onde fica preso e só conseguira acordar após responder a questão desafio proposta pelo fantasma de seu sonho. Para responder essa questão ele tem acesso a o livro de conteúdo e nesse livro existe um pequeno resumo do conteúdo abordado que neste caso foi estrutura atômica na biblioteca também é possível encontrar charadas químicas e puzzles para divertir. Para a criação do game foi utilizado um computador doméstico, o software “RPG Maker VX Ace” em sua versão gratuita que pode ser baixado com o pacote de RTP que são gráficos, cenários, sons e tudo o que seja necessário para desenvolver o jogo que estão disponíveis para download no próprio site do desenvolvedor; Existe a possibilidade de criar seus próprios gráficos ou de baixar mais algum e anexar ao projeto, os tilesets nos permitem criar mapas de inúmeras formas, não foi utilizado nem um evento ou sistema complexo. Todos eles podem ser vistos na aba de eventos do programa e não é necessário conhecimento em linguagens de programação. Foi utilizado também o material didático elaborado pelo professor Mauricio Monteiro disponível no seu blog, na biblioteca criada no mundo virtual do game também contém parte do conteúdo didático do livro didático. Há a possibilidade de interagir com outros personagens nesse tipo de jogo lúdico.
Resultado e discussão
Com alguns dias de dedicação e trabalho conseguimos explorar grande parte das
ferramentas oferecidas pela Engine “RPG Maker VX Ace” aprendemos a usar
ferramentas suficientes para elaborar um jogo simples no estilo RPG (Role
Playing Game) e relativamente curto, que é ao mesmo tempo tanto educativo quanto
lúdico, ainda existem várias outras ferramentas que podem ser exploradas
posteriormente para um trabalho futuro dando possibilidade de elaborar algo mais
complexo, com mais tempo de trabalho pode se criar um mundo inteiro que não
aborde apenas um único tema educativo mas vários outros.
Para esse trabalho foi abordado o conteúdo estrutura atômica, pois o
jogo vem a ser aplicado numa turma do primeiro ano do ensino médio, nada impede
que outros temas venham a ser utilizados, a possibilidade de simular um mundo
virtual nos permite abordar temas com experimentos perigosos ou inviáveis como
radioatividade.
O game foi aplicado numa turma do primeiro ano da Escola Estadual Capitão Mor
Galvão, a turma contendo 32 alunos onde todos conseguirão chegar até o final
proposto, alguns com mais dificuldade que outros. Após a aplicação foi
respondido um questionário com algumas perguntas relacionadas a aceitação e
dificuldade do jogo, que foi medido com estrelas onde zero estrelas significaria
péssimo ou nunca e cinco estrelas seria ótimo ou sempre, no quesito diversão ele
teve média de 4 estrelas, dificuldade do conteúdo 3 estrelas, gráficos 3
estrelas, jogabilidade 4 estrelas, se recomendaria o jogo a um colega 4
estrelas, se gostaria de testar um novo game 4 estrelas.
O jogador numa grande biblioteca falando com um fantasma em seus sonhos
O jogador em seu quarto consultando seu caderno antes de dormir
Conclusões
Sabe-se que a ludicidade é importante como uma ótima ferramenta para auxiliar na aprendizagem do aluno, mas ela deve acompanhar o desenvolvimento da tecnologia para que não perca seu principal objetivo: a busca do interesse dos alunos. Este trabalho demostra que não é necessário ser um perito nem um programador para desenvolver um jogo eletrônico com as fermentas certas e um pouco de imaginação é possível fazer algo que consiga competir na atenção dos alunos até mesmo com jogos eletrônicos modernos.
Agradecimentos
PIBID/CAPES, IFRN.
Referências
CUNHA, M.B. Jogos didáticos de Química. Santa Maria: Grafos, 2000.
KISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1994.