CARAVANA DA CIÊNCIA: COMPARTILHANDO EXPERIÊNCIAS, DIVULGANDO CONHECIMENTOS EM UMA CIDADE DO INTERIOR DO AMAPÁ POR LICENCIANDOS EM QUÍMICA DA UEAP.

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Silva, R.C. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ (UEAP)) ; Guedes, J. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ (UEAP)) ; Santos, C.B.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ-UNIFAP)

Resumo

O presente artigo realiza uma descrição crítica da experiência vivenciada pelos acadêmicos de licenciatura em química da Universidade do Estado do Amapá na realização do Projeto Caravana da ciência da SETEC/AP, em um município da zona rural do Amapá, fortalecendo a interação entre os licenciandos, os estudantes das escolas públicas e a comunidade através da socialização do saber científico. fez- se um tratamento qualitativo dos questionários e constatou-se segundo as respostas dos alunos após a ação, maior vontade de realizar pesquisas para contribuírem de maneira positiva para a realidade do município de Laranjal do Jari, além de chegarem a cursar o nível superior de ensino.

Palavras chaves

Experiência; Química; popularização científica

Introdução

Acerca da popularização da ciência, Moreira (2006,p. 11) e Hartmann et al (2008), afirmam que vem sendo um dos objetivos da política brasileira para promoção da inclusão social. A esperança é de que a obtenção de conhecimentos básicos sobre ciência e tecnologia, por meio de atividades educacionais informais, aumente a capacidade das pessoas apreenderem seu entorno. Entende-se que um dos desafios para o ensino das Ciências nas escolas públicas, incluindo a Química nesse processo, é a insuficiência de experiências práticas aliadas ao saber teórico das disciplinas científicas, principalmente em cidades da região amazônica onde os recursos humanos e financeiros ainda são poucos e por falta de politicas públicas efetivas, no que tange a educação. Assim é importante que as atuações dos cursos de licenciatura, em especial nas instituições públicas como a UEAP, estimem pela realização de técnicas experimentais nos variados campos das ciências visando o maior contato do público do ensino médio e fundamental nas escolas de áreas urbanas e rurais da Amazônia, através da pesquisa. Tais ações devem estar subvencionadas a favor do despertar a curiosidade cientifica, o gosto pela exploração das ciências e o desenvolvimento científico, tecnológico e social no estado do Amapá. Uma iniciativa que ilustra o exposto e tem como um dos princípios fundamentais a PC é a Caravana da Ciência, a qual dentre suas ações contemplou uma oficina de Química, com vistas a estimular o espírito pesquisador e auxiliar o aluno a pensar cientificamente, reconhecendo fatores relativos à matéria e à energia, suas propriedades, transformações e aplicações no cotidiano.

Material e métodos

Inicialmente propôs-se a pesquisar, coletar e sistematizar informações acerca da realidade do ensino das cidades do interior do Amapá, através do levantamento do nível de produção científica no Estado. A partir disso vários experimentos foram pesquisados, analisados e escolhidos, em literaturas com foco para o ensino de Química. Em seguida os coordenadores da Caravana da Ciência se dedicaram a divulgação, para seleção e negociação dos espaços-tempo e as condições de atuação junto às escolas públicas, Instituto Federal e população no município de Laranjal do Jari (Lj). O referido municipio foi contemplado com a ação, permitindo assim, que as informações e demonstrações experimentais, pudessem alcançar os alunos do Nível de Ensino básico, seus professores, colaboradores e comunidade geral. Na quarta etapa do Projeto, a Caravana realizou a ação no campus do instituto federal do Amapá em Laranjal do Jari, área rural do estado, onde os licenciandos em Química da UEAP realizaram oficina de experimentos Químicos, que demonstraram reações Químicas e aplicabilidade no cotidiano, utilizando-se técnicas interativas e lúdicas. Por fim houve exposição e divulgação dos eventos científicos em nível regional com vídeos e slides enfatizando a Feira de Ciências e engenharia do Amapá (FECEAP), e, nacional dando ênfase à 10ª Feira Brasileira de Ciência e engenharia (FEBRACE). Por fim orientações sobre postura de pesquisador com uso de técnicas interativas, cômicas e sistemáticas, visando um clima leve e descontraído para a aprendizagem cientifica, assim compartilhando experiências e divulgando conhecimentos diminuindo as fronteiras científicas na Amazônia.

Resultado e discussão

Durante a ação itinerante onde os participantes tiveram acesso às oficinas, cursos, palestras, exposições, exibição de vídeos educativos, mesa redonda, música e lazer, proporcionando ao público presente, atividades lúdicas experimentais das diversas áreas do conhecimento científico e artístico. Destacou-se a Química no cotidiano, como forma de estímulo à curiosidade pela Ciência e a vocação para pesquisar, fortalecendo o interesse e a admiração pela ciência, encorajando os jovens da escola pública da zona rural do Amapá a estudar Química, despertando possíveis vocações científicas. Com aplicação dos questionário aos participantes da “Oficina de Química com materiais alternativos”, constatou-se o êxito da atividade pelo publico, pois fez-se um tratamento qualitativo dos dados e segundo as respostas dos alunos, após a ação. O ensino de química tem um enfoque investigativo, inerente a muitas mentes jovens. Segundo Romanelli (s.n, p.19-20) e Souza (2011 ) os adolescentes ficam inquietos, pois o período que se vive, é de grande quantidade de informações e de poucas condições reais à construção do saber. Geralmente as pessoas compõem apenas usuários do conhecimento e dificilmente construtores e transformadores dos saberes. Sendo assim, atestou-se por meio das respostas dos alunos uma maior vontade de realizar pesquisas, principalmente para contribuir com a realidade do município de Laranjal do Jari, além de estarem motivados a ingressar em um Curso de nível superior de ensino. A maioria mostrou-se interessada seguir carreiras científicas e tecnológicas, o que reforça que os objetivos propostos pelo Projeto, foram alcançados, nessa primeira ação da Caravana da Ciência e sua ação com vistas a disseminação do conhecimento científico como um motor para a sustentabilidade.

Figura 1: exibição de vídeos educativos de Química

Ação itinerante onde os participantes tiveram acesso às oficinas, cursos, palestras temáticas, exposições, exibição de vídeos educativos. (figura 1)

Figura 2:Experimentos científicos com material de baixo custo

Atividades lúdicas experimentais das diversas áreas do conhecimento científico, entre elas a Química no cotidiano (figura 2).

Conclusões

Perante a experiência vivenciada, é possível corroborar a importância de expandir e melhorar a qualidade das ações de divulgação e incentivo à carreira científica em escolas da região Amazônica, fortalecer a cultura da ciência e correto uso da biodiversidade, promovendo o desenvolvimento social e tecnológico. Assim, ao favorecer uma visão mais integrada do social, uma troca de saberes sistematizado, acadêmico e popular, o Projeto contribuiu para formação dos licenciandos em Química da UEAP, na perspectiva de profissional cidadão com vistas ao desenvolvimento científico e sustentável do Amapá.

Agradecimentos

Secretaria de Estado da Educação do Amapá, Secretaria de Ciência e tecnologia do Amapá, Universidade do Estado do Amapá, Instituto Federal do Amapá.

Referências

MOREIRA, I. C. A inclusão social e a popularização da ciência e tecnologia do Brasil. Inclusão Social. Brasília, v., n. 2, p. 11-16, abr./set. 2006.

HARTMANN, Â. M.; ZIMMERMANN, E.; DINIZ, S. S.; O Impacto Da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia Sobre o Conhecimento de Física de Alunos de Ensino Médio. In: Encontro de Pesquisa em Ensino de Física, 11. 2008, Curitiba. Anais... Curitiba, 2008.

ROMANELLI, L. I. (Coordenadora). Proposta Curricular. Conteúdos Básicos Comuns (CBC): Química Ensino Médio. Belo Horizonte, MG: Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG), s.n.

SOUZA, Z. F.; SOUZA, C. H. M.; Iniciação científica: uma análise da sua prática no ensino médio e seus reflexos no ensino superior. Revista científica internacional. Abril –Junho, 2011. ISSN 1679-9844.

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