ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
Batista, M.A. (UFPE) ; Alves de Lima, R. (UFPE) ; Araujo Sa, R. (UFPE)
Resumo
O ensino de química tem passado por momentos de intensa reflexão, pois as aulas são vistas como algo maçante, com memorização de conceitos e fórmulas. A necessidade de utilizar recursos didáticos diferenciados é de suma importância no ensino-aprendizagem. O uso do jogo nas aulas pode ter um impacto maior que um livro ou uma aula expositiva. Este trabalho teve como objetivo mostrar a confecção de um jogo de dominó abordando os grupos funcionais e nomenclaturas de compostos orgânicos. O jogo foi aplicado no PIBID Química, CAA/UFPE, para alunos do 3º ano do Ensino Médio de uma Escola Pública de Caruaru-PE. A atividade lúdica despertou a curiosidade dos alunos, o que tornou a aula mais interessante e dinâmica, além de contribuir para o trabalho em equipe e instigar a aprendizagem.
Palavras chaves
pibid; domino; funções orgânicas
Introdução
O PIBID Química do CAA/UFPE promove a integração entre universidade e escola pública, elevando a qualidade do ensino. Nesta perspectiva, aborda-se o lúdico como material didático para dinamizar o ensino. A Química enfrenta resistência e desinteresse, por parte dos alunos, especialmente quando trabalhada de forma descontextualizada. Assim, os professores são instigados a irem de encontro ao formalismo matemático e a dialogar com disciplinas que apresentem conceitos em comum (NEVES, 2007). Entre os desafios, incluem-se a necessidade de utilizar metodologias que tornem o aprendizado mais agradável (CALLEGARIO E BORGES, 2010). A prática, do ensino de Química Orgânica no Ensino Médio, consiste na transmissão-recepção de conhecimentos que, muitas vezes, não são compreendidos (SOARES et al.,2008). A utilização de jogos didáticos pode ser motivadora para o aprendizado mecânico, pois essa etapa gera rejeição por parte dos alunos, devido transmissão sistemática e não contextualizada de conceitos. Para o aprendizado dos grupos funcionais é preciso o reconhecimento de símbolos e associações com o grupo funcional correspondente (SANTOS e GRECA, 2005). Os jogos são indicados como um tipo de recurso didático que podem ser utilizados em momentos distintos, como na apresentação de um conteúdo, revisão de conceitos. Dessa forma o uso desses jogos possibilita ao aluno construir seu próprio conhecimento, ajudando-o a compreender conceitos científicos que não foram aprendidos durante uma aula teórica (CUNHA, 2012). Objetivou-se mostrar a confecção de um jogo de dominó abordando os grupos funcionais e nomenclaturas de compostos orgânicos, e assim, estimular os alunos ao aprendizado deste tema que é de extrema importância para compreensão da Química Orgânica (SANTOS e GRECA, 2005).
Material e métodos
O jogo dominó das Funções Orgânicas foi elaborado por bolsistas PIBID/ Química, Centro Acadêmico do Agreste da UFPE e aplicado a um grupo de 34 alunos da 3º série do Ensino Médio de uma Escola Estadual da cidade de Caruaru-PE. A atividade lúdica foi confeccionada com pedaços pequenos de madeira, papel adesivo com os grupos funcionais. Apresentaram-se aos alunos as regras do jogo, o qual é semelhante ao jogo do dominó tradicional, contêm vinte e oito peças, cada peça contém de um lado o nome da função e do outro lado a estrutura com o grupo funcional. Para iniciar o jogo, dividiu-se a turma em quatro grupos. As peças foram embaralhadas, em seguida distribuídas sete peças para cada jogador. O primeiro jogador foi escolhido aleatoriamente, onde o professor indica uma peça qualquer e quem estivesse com a peça iria iniciar o jogo, na qual a peça lançada teria que ter o seu encaixe na próxima peça do jogador adversário. Após a atividade foi desenhada uma estrutura no quadro branco e em seguida, solicitada para cada grupo fazer a identificação da mesma. Por fim, foram aplicadas quatro questões subjetivas (Q1 a Q9). Assim, foi realizado o processo avaliativo. Utilizou-se quatro horas/aula neste jogo
Resultado e discussão
O Jogo foi utilizado para revisar os conteúdos relacionados às funções
orgânicas, buscando diferenciá-las através do reconhecimento do grupo funcional.
A partir de aulas expositivas abordando funções orgânicas e as regras de
nomenclaturas, a aplicação do jogo foi significante para os alunos se
familiarizarem com o tema.
Ao iniciar o jogo, os alunos mostravam-se inseguros, diante das
dificuldades que eles tinham em relação às características dos grupos
funcionais. A familiarização das peças levou certo tempo e houve algumas
dificuldades durante o jogo, sendo necessário assessorá-los em alguns momentos,
para ajudá-los na memorização de cada função relacionando ao seu radical e
estrutura a sua nomenclatura, afim de que eles reconhecessem a peça que tinha o
encaixe correspondente.
A partir das imagens desenhadas no quadro branco, observaram-se,
momentos de dúvidas pela semelhança de alguns grupos funcionais, o que
despertavam neles mais curiosidades e debates para que assim fosse possível o
reconhecimento da função solicitada.
Ao analisar as respostas do questionário, foi possível perceber
dificuldades como relacionar a que função os radicais pertenciam, saber a
nomenclatura de algumas moléculas associadas ao um grupo funcional. Observou-se
que 80% dos alunos não gostam das aulas usando apenas livros e quadro branco.
Também 91% afirmaram que o Dominó das Funções Orgânicas, é um recurso prazeroso
para a memorização das funções orgânicas. Pois melhoraram seus rendimentos em
relação à identificação dos grupos funcionais. Ou seja, a atividade lúdica
proporcionou um aprendizado de modo efetivo sobre o conteúdo de funções
orgânicas, fazendo com que os discentes conseguissem aprender o conteúdo de
forma significativa, prazerosa, divertida e consequentemente, motivadora.
Conclusões
A proposta do jogo didático estimulou os alunos, pois tornou a aula mais interessante e dinâmica. Além de estimular o trabalho em equipe, promoveu o estímulo ao estudo, despertou a curiosidade e motivou-os a participarem da construção do próprio conhecimento. Contribuindo, assim, no seu reconhecimento e memorização dos grupos funcionais que é de extrema importância para compreensão da Química Orgânica.
Agradecimentos
A CAPES e ao PIBID Química UFPE/CAA.
Referências
CALLEGARIO, L.J. e BORGES, M.N. Aplicação do vídeo “Química na Cozinha” na sala de aula. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA, 15, 21 a 24 de julho de 2010. Caderno de resumos. Brasília: 2010.
CUNHA, M. B. (2012). Jogos no ensino de química: considerações teóricas para sua utilização em sala de aula. Química Nova na Escola, 34 (2), 92-98.
NEVES, L. O. R. O Lúdico nas Interfaces das Relações Educativas. Leitura e Linguagem: Discursos de Letramentos. 1ª ed. Porto Velho-RO. Editora da Universidade Federal de Rondônia-EDUFRO, 2007, p. 319-330.
SANTOS, F.M.T.;GRECA,I.M. Promovendo aprendizagem de conceitos e de representações pictóricas em Química com uma ferramenta de simulações computacional. Revista Eletrônica de Enseñanza de lãs ciências, v.4, n.1,2005.
SOARES, Márlon. Jogos para o ensino de química: teoria, métodos e aplicações.Guarapari: Libris, 2008.
VYGOTSKI, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1996.