ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
Toledo, T.A. (IF SUDESTE MG) ; Pereira, L.M. (IF SUDESTE MG) ; Nascimento, J.C. (IF SUDESTE MG) ; Dias, F.A.C. (IF SUDESTE MG) ; Barbosa, D.B.A. (IF SUDESTE MG)
Resumo
A articulação do conhecimento teórico com a prática vivenciada em laboratório contribui com a prática pedagógica e abordagem das relações entre ciência, tecnologia e sociedade favorece o aprendizado e proporciona aulas mais dinâmicas e inclusivas. Nesse contexto, a análise de íons cloreto em águas de consumo apresenta-se como diferencial para o ensino e o experimento simples e de baixo custo, pode, facilmente, ser empregado na fixação e elucidação dos conteúdos químicos.
Palavras chaves
Abordagem CTS; Cloretos em água; Água de consumo
Introdução
É senso comum que a experimentação no ensino de Química é deficiente na maioria das escolas brasileiras e, para contornar essa realidade, muitos professores têm investido na abordagem das relações entre ciência, tecnologia e sociedade (CTS) para favorecer o aprendizado e proporcionar aulas mais dinâmicas e inclusivas (GAUCHE et al, 2008; SILVA, MORTIMER, 20102). A articulação do conhecimento teórico com a prática vivenciada em laboratório contribui com a prática pedagógica e auxilia na formação de cidadãos críticos e conscientes (TREVISAN, MARTINS, 2008). Ademais, desperta o interesse dos discentes, o entendimento de conceitos, estimula o raciocínio e a socialização entre os grupos (ASSUMPÇÃO et al, 2010). Nessa perspectiva, a análise de íons em águas de consumo apresenta-se como diferencial para o ensino de conceitos químicos e para a consolidação desse conhecimento pelos alunos da escola média. O íon cloreto (Cl-) é um dos principais ânions inorgânicos em águas naturais e sua concentração em águas tratadas constitui um padrão de potabilidade, como estabelece a resolução nº 357, de 31 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. Sua concentração pode ser determinada pela utilização do método de Mohr e, por ser uma técnica simples e de baixo custo, pode, facilmente, ser empregada na fixação e elucidação dos conteúdos químicos (BESSETT et al, 1981). Abordando conceitos de qualidade da água, poluição ambiental, titulação, indicadores químicos, preparo e padronização de soluções e segurança em laboratório, apresentamos o experimento realizado com alunos do ensino técnico integrado.
Material e métodos
Após contextualização em aula teórica sobre a qualidade da água de consumo e o estabelecimento da relação entre o ser humano e a poluição das águas de rios, mananciais e oceanos, os alunos do curso técnico de metalurgia integrado ao ensino médio, do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais, deram prosseguimento ao estudo com a coleta de amostras de água no campus. Foram coletadas amostras de água dos bebedouros, da torneira e do reservatório de água deionizada. No laboratório, os alunos prepararam as soluções necessárias para a realização da análise pelo método de Mohr (titulação com nitrato de prata) e foi apresentado o princípio do método. As análises foram realizadas em duplicata e foi estabelecimento o valor da amostra controle (branco) com a água deionizada.
Resultado e discussão
No primeiro momento, durante a exposição teórica do assunto, os alunos se
mostraram desmotivados e tímidos ao responder os questionamentos, contudo, com
o avanço da aula, o surgimento de novas questões-problema e a associação com o
cotidiano, a participação melhorou e despertou o interesse desses alunos. De
acordo com Silva et al (2012), a integração do ensino de química a assuntos da
sociedade contribui com a formação de cidadãos conscientes e desenvolve o senso
crítico para a resolução de problemas do dia a dia.
Para a realização do experimento prático, pode-se perceber o entusiasmo e a
curiosidade dos estudantes quanto aos equipamentos e vidrarias do laboratório.
A dificuldade com o manuseio das vidrarias também foi observada, todavia, com a
utilização, esses obstáculos foram superados.
Os resultados encontrados para as amostras estão expressos na tabela 1, que
também apresenta o valor determinado pela resolução do CONAMA.
Teor de cloreto obtido por titulação pelo método de Mohr
Conclusões
A utilização de uma forma alternativa de aprendizado mostrou-se eficaz, pois foram observados maior interesse e participação dos alunos, diálogos e discussões com o professor e a melhor assimilação do assunto. Com os resultados obtidos no experimento, os alunos concluíram que a água dos bebedouros e da torneira apresenta-se dentro dos padrões de potabilidade referente ao teor de cloreto estabelecido. Diante dessa observação, podemos inferir que as aulas práticas auxiliam a visualização e compreensão dos conteúdos, contribuindo para o desenvolvimento da aprendizagem significativa.
Agradecimentos
IF Sudeste MG - Campus Juiz de Fora e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais.
Referências
ASSUMPÇÃO, M.H.M.T.; FREITAS, K.H.G.; SOUZA, F.S.; FATIBELLO-FILHO, O. Construção e adaptação de materiais alternativos em titulação ácido-base. Eclética Química, vol.35, n.4, pp. 133-138, 2010.
BASSETT, J.; DENNEY, R. C; JEFFERY. G. H.E; MENDHAN, J. Análise Inorgânica Quantitativa de Vogel. 4ª ed. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara Dois, 1981. 690p.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. 2005. Resolução Conama nº 357.
GAUCHE, R; SILVA, R.R.; BAPTISTA, J.A.; SANTOS, W.L.P.; MÓL, G.S.; MACHADO, P.F.L. Formação de professores de Química: concepções e proposições. Química Nova na Escola, n. 27, fev 2008.
SILVA, P.S.; MORTIMER, E.F. O projeto Água em foco como proposta de formação no PIBID. Química Nova na Escola, v. 34, n. 4, p. 240-247, nov 2012.
SILVA, R.P.; SILVA, B.S.; LIMA, J.P. Limitações dos licenciandos na participação em atividades de pesquisa sobre o ensino de Química em um curso de licenciatura. In: XVI Encontro Nacional de Ensino de Química (XVI ENEQ) e X Encontro de Educação Química da Bahia (X EDUQUI), Salvador, 2012.
TREVISAN, T.S.; MARTINS, P.L.O. O professor de Química e as aulas práticas. In: Congresso Nacional de Educação, VII, 2008, Curitiba, Anais, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Editora Champagnat, Curitiba, 2008.