ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
R. da S. Filho, L.C. (IFRJ) ; R. P. de Almeida, C. (IFRJ) ; A. de Oliveira, C. (IFRJ) ; G. Barbosa, H. (IFRJ) ; A. de C. Mendes, C. (IFRJ) ; Veloso Machado de Almeida Vilela, G. (IFRJ)
Resumo
O projeto PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) possui como intuito melhorar o rendimento dos alunos do ensino médio. Entre 2009 e 2012 teve atividades realizadas no curso Técnico de MSI (Montagem e Suporte de Informática) da modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos) do IFRJ campus Duque de Caxias, local onde os bolsistas do projeto também cursam Licenciatura em Química. Os bolsistas que participaram do projeto no IFRJ inicialmente realizaram práticas com três turmas de MSI, com aproximadamente 20 alunos por turma, totalizando um quantitativo de aproximadamente 60 alunos utilizando o laboratório de química básica do campus, planejadas com materiais de baixo custo.¹,² Atrelado a este contexto, os licenciados também ministraram aulas de reforço (monitoria).
Palavras chaves
Ensino de Química; EJA; PIBID
Introdução
No início do projeto as aulas práticas eram desvinculadas da teoria abordada em sala de aula pela professora titular das turmas, o que provocou o desinteresse dos alunos. Pelo curso técnico ser de MSI, os alunos não entendiam a importância da química para sua formação. Com a implantação do projeto nas turmas, aulas práticas passaram a ser ministradas regularmente, para que houvesse uma complementação da teoria e uma maior motivação por parte dos alunos. Os bolsistas em conjunto com a professora das turmas atendidas pelo projeto planejaram e executaram atividades práticas para serem executadas no laboratório de química básica do Instituto Federal, a partir do que se percebeu um aumento no interesse dos alunos4.
Material e métodos
Para a realização das aulas práticas foram utilizados materiais de laboratório como béquer, tubos de ensaio, pipetas, bastão de vidro e provetas, porém, sempre que possível procuramos empregar materiais adaptados como copos de plástico, potes, conta gotas, colheres. Assim como nos materiais de laboratório também buscamos utilizar reagentes alternativos e que fossem de fácil acesso tais como vinagre, limão, sal, açúcar, água sanitária, detergente, afim de que as práticas pudessem se aproximar ao máximo do cotidiano daqueles alunos¹. Antes das aulas práticas começarem a ser efetivamente ministrado, o coordenador do projeto junto a Coordenação Técnico-Pedagógica do campus Duque de Caxias disponibilizou os horários vagos para que fossem realizadas as aulas nos laboratórios, onde as turmas foram apresentadas ao projeto e tiveram o primeiro contato com os alunos bolsistas do PIBID. As práticas foram realizadas quinzenalmente (quando a professora fechava o conteúdo). Na semana em que não havia prática, os bolsistas realizavam monitoria para correção de exercícios propostos pela professora, mas também reforço de conteúdos importantes em que se apresentava maior dificuldade de assimilação por parte da turma. Como método de avaliação, a cada prática era solicitado à realização de um relatório em grupo, onde eles descreviam a prática, os materiais e reagentes utilizados, uma pequena discussão dos resultados e uma conclusão sobre o experimento. Os relatórios eram corrigidos pelos bolsistas em conjunto com a professora, assim então entregues e debatidos pontos importantes nas aulas de monitoria, afim de que fosse mais uma ferramenta de aprendizado para os alunos.
Resultado e discussão
Ao início das atividades os alunos foram apresentados ao laboratório de química básica e tiveram uma aula sobre o funcionamento e normas de um laboratório de química.
Algumas das atividades práticas desenvolvidas e executadas com os alunos ao longo do projeto foram “O método científico”, “Compreender o teste do bafômetro”, “Condutividade elétrica de soluções” e “Separação de líquidos e sólidos”.²
Após a introdução das aulas práticas, os alunos mostraram muito mais interesse nas aulas teóricas. Quando os alunos bolsistas começaram a pedir relatórios referentes às aulas experimentais, ficou mais evidente que os alunos estavam realmente com uma melhor assimilação do conteúdo teórico trabalhado pela professora³. No início os alunos apresentaram relatórios de baixa qualidade e com dificuldade de escrita, mas apesar das dificuldades encontradas, os relatórios dos alunos melhoraram significativamente com o decorrer das aulas de monitoria onde também eram discutidos os relatórios dos grupos.
Foi fundamental inclusão das atividades no laboratório para a turma, pois foi possível observar não apenas a melhora dos alunos nas avaliações feitas pela professora, mas também um grande desenvolvimento científico individual, assim como a evolução dos trabalhos em grupo, contribuindo para a formação de indivíduos com senso crítico científico. No final do projeto alcançamos um total em torno de 200 alunos que puderam participar das atividades realizadas em laboratório e que se beneficiaram das experiências propostas pelo grupo do PIBID.
Conclusões
O projeto foi de suma importância para ajudar os alunos a entender o conteúdo da disciplina de Química, pois com o projeto foi possível realizar experimentos que tornavam visíveis as teorias vistas em sala de aula, fazendo uso de materiais presentes no dia a dia dos próprios alunos, assim eles começaram a perceber a importância da Química no cotidiano e também aumentaram significativamente suas notas nas avaliações realizadas pela professora.
Agradecimentos
Ao IFRJ campus Duque de Caxias pelo espaço e incentivo e a CAPES pelo apoio financeiro.
Referências
FELTRE, Ricardo - Fundamentos da Química (4ª edição), São Paulo - 2005 (Ed. Moderna).
VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo, Martins Fontes, 1991.
GONÇALVES, Susana. Teorias da Aprendizagem e Praticas de Ensino. ESEC. 2001