ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
Paz de Melo, A.N.G.S. (UFRPE/UAST) ; Diniz, M.A.C. (UFRPE/UAST) ; Santos, D.K. (UFRPE/UAST) ; Silva, J.R.R.T. (UFRPE/UAST)
Resumo
Uma das maiores dificuldades que são encontradas em escolas públicas do interior de Pernambuco é a falta de professores de química formados na área. Nesse trabalho foi realizado uma análise da formação de sete dos professores de Química de três escolas do Ensino Médio na cidade de Petrolândia, Sertão pernambucano. A investigação se deu através de questionários e entrevistas. Nos resultados percebemos o quanto é grande a falta de professores formados na área nessa região e o quanto é importante a realização de cursos de formação continuada para esses docentes que são de outras áreas e atuam no ensino de química.
Palavras chaves
Ensino de Química; Formação Continuada; Escolas Públicas
Introdução
Um dos grandes desafios para as universidades públicas está na formação de professores para o nível de educação básica, ou seja, profissionais que vão atuar no ensino fundamental e médio, contribuindo para que os nossos jovens exerçam conscientemente a sua cidadania, no que diz respeito a sua formação técnico-científico-cultural. Nesse sentido, torna-se fundamental o desenvolvimento de pesquisas sobre a formação de professores. Importante destacar nossa concordância com o defendido por Freire (2000): “na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática” (p. 43). Nas ações de formação inicial e continuada de professores, a partir do seu contexto de trabalho, naturalmente surge a necessidade de discussão de estratégias de ensino e de recursos didáticos. Nesse sentido, uma questão preocupante é o significado do ensinar e do aprender e as implicações para as estratégias de ensino adotadas pelos professores. Diante disso, esse trabalho teve como objetivo investigar o perfil profissional dos professores de química que atuam na cidade de Petrolândia-Pe, para identificar dificuldades de formação e propor possíveis ações de formação continuada.
Material e métodos
A metodologia deste trabalho está baseada numa perspectiva qualitativa, em que categorizados respostas de professores de Química que atuam no município de Petrolândia-PE, para, a partir da análise, diagnosticar possíveis problemas da formação inicial e/ou continuada. Participaram dessa pesquisa sete professores de química em três escolas do ensino médio Para coleta de dados foi elaborado um questionário com 8 questões, o qual 3 eram sobre a formação inicial e 5 sobre formação continuada. Também realizamos uma entrevista, registrada em áudio, que buscou investigar seus conhecimentos químicos, o motivo que na qual leciona a disciplina de química e sua satisfação do seu exercício. Para a análise da entrevista, usamos as categorias propostas por Lacerda (2008). Tais categorias foram classificadas em RS (Resposta Satisfatória) quando os professores apresentaram respostas simples e claras tanto para questões conceituais de química quanto as que abordavam o exercício de sua profissão, RPS (Resposta Pouco Satisfatória) quando os professores não explicaram claramente tais conceitos abordados, e RI (Resposta Insatisfatória) para aquelas respostas que não respondia a pergunta.
Resultado e discussão
De acordo com a busca investigativa através dos questionários, observamos que os
professores entrevistados possuem um curso superior de licenciatura, mas nenhum
é formado em Licenciatura em Química. Dos sete professores investigados, apenas
uma respondeu que leciona porque gosta, os outros professores lecionam por falta
de opção, pois existe uma carência de professores na área. Estes relatam que o
fato de terem feito graduação nas áreas de exatas faz com que lecionem química.
Através dos questionários, com perguntas básicas relacionadas a assuntos
cotidianos de química, verificamos em suas respostas que ha dificuldades
conceituais. Um professor, por exemplo, ao responder sobre “Transformação
química e física..” afirmou que “Física altera o estado da matéria e a química
altera a massa de moléculas” o que foi classificado como uma categoria RI de
acordo com Lacerda (2008). Outras classificações encontradas foram: “Tudo que
tem massa e ocupa lugar no espaço” (RS); “Transformação física desfaz o processo
e química não desfaz o processo” (RPS). Consideramos que essas dificuldades se
dão pelo fato de não conhecer a área que atuam em sala de aula e pela falta de
cursos de formação continuada, que os capacitem o mínimo possível para atuarem
no ensino de química. No decorrer do questionamento os professores apresentaram
sugestões para melhoria do ensino como cursos de formação continuada e
laboratórios bem estruturados. Assim, foi possível perceber que os professores
que atuam na rede de ensino médio no município de Petrolândia têm uma visão
crítica a respeito do seu exercício docente e que necessitam de melhorias para
execução do seu trabalho em sala de aula.
Conclusões
Constatamos que os professores que atuam nessas escolas investigadas estão precisando de melhorias para o exercício de sua profissão como cursos de formação continuada, materiais para desenvolver os conceitos químicos em sala, melhorias na estrutura de laboratórios etc. Isso ficou evidente quando os professores apresentaram suas dificuldades e apresentaram essas diversas sugestões como cursos de formação, recursos e instrumentos didáticos.
Agradecimentos
A UFRPE-UAST, aos professores e as escolas que nos receberam.
Referências
SANTOS,W.L.P. et al, Formação de Professores: Uma nova proposta de pesquisa a partir da Reflexão sobre a pratica docente, v.8,n1,julho 2006.
LACERDA, C. C. A Contribuição de uma Situação-problema na Construção dos Conceitos de Misturas e Substâncias. Recife, 2008. 137 p. Dissertação (Mestrado em Ensino das Ciências). Departamento de Educação, Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2008.