ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
Silva, A.M. (UECE) ; Lopes, A.F. (UECE)
Resumo
Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise da situação dos graduados e graduandos em Licenciatura em Química da Universidade Federal do Ceará - UFC, em relação ao uso de TIC’s (Tecnologia de informações e Comunicações) em sala de aula. O trabalho tem a função importantíssima de contribuir para uma melhor qualificação dos professores, de forma que eles possam estar preparados a trabalhar com tecnologias e fazer com que os alunos se sintam mais atraídos pela Química. Ao questionar os graduandos e graduados em Química, com a aplicação do questionário, foram colhidas informações quanto ao incentivo ao uso de recursos educacionais desde a universidade até sua aplicação na prática docente e, comparando as respostas obtidas, algumas conclusões foram alcançadas.
Palavras chaves
Ensino de Química; Tecnologia de Informações; Tecnologia Educacional
Introdução
A função do professor é modificar o perfil da sociedade, considerando que um docente bem qualificado impacta diretamente na formação dos discentes. Os cursos de licenciatura têm o objetivo de preparar seus alunos para atuarem em sala de aula de forma satisfatória. Atualmente, têm-se discutido bastante a cerca do ensino de Química. Segundo Tavares, Souza e Correia (2013), o desenvolvimento tecnológico dos dias atuais está discernindo muitos jovens e isso causa um impacto direto na educação. Muitos artigos e projetos são lançados para usar artifícios que torne a Ciência mais atraente. Lima e Moita (2011), afirmam que ciência química é uma forte aliada para a essência da vida. Os alunos reclamam por não conseguirem associar o conteúdo com o dia a dia, acham o conteúdo bastante abstrato e requer muita concentração. Para tanto, existe um desafio de mudar essa realidade, trazendo para sala de aula novos recursos educacionais à base de tecnologia, já que é uma realidade dos alunos. Fomenta-se expectativa que com essa prática ficará mais fácil trabalhar com o Ensino de Química, pois os alunos afirmam que é mais prático e rápido aprender com jogos virtuais, simulações e uso de wiki em geral. Nesse trabalho foi elaborado um questionário e aplicado aos alunos e ex-alunos da Universidade Federal do Ceará do curso de Licenciatura em Química. No processo de aplicação foi possível observar que a maioria dos entrevistados sente interesse em aprender a utilizar recursos de multimídias, como: hipertextos, simulações, filmes de curta-metragem, lousa digital e outros. A proposta aqui exposta é fazer uma revisão do ensino de Química no Brasil quando ao uso de TIC (Tecnologia da Informação e da Comunicação) nas aulas e contribuir para a melhoria do ensino.
Material e métodos
Foi realizada uma pesquisa com 50 pessoas (graduados e graduandos) em Licenciatura em Química da Universidade Federal do Ceará. Eles responderam a um questionário de 12 perguntas diferentes acerca do uso de tecnologias nas aulas de Química. Além do questionário aplicado, as conversas com os entrevistados foram muito importantes, pois complementaram as respostas dos questionários. Depois de colhida as informações necessárias, foi feita uma análise estatística entre as respostas obtidas, posteriormente, foram distribuídas em gráficos para que fosse fácil a interpretação dos dados. As perguntas realizadas no questionário pretendeu analisar se os graduandos estão sendo preparados na universidade quando ao uso de TIC’s, se eles consideram que essas práticas podem facilitar o aprender/ensinar de Química e como está sendo feita a inserção das mídias nas escolas. Conforme Benite e Benite (2008), há uma nova era de informação, em que o conhecimento flui a velocidades inimagináveis, consequentemente a educação é um dos setores mais atingidos causando uma reforma do perfil do professor.
Resultado e discussão
O gráfico 1 apresenta as respostas à questão da participação do professor de
química de alguma formação para utilização dos recursos de tecnologias de
informação. Os resultados mostram que 40% dos entrevistados não receberam
qualquer tipo de treinamento para o uso de TIC’s e 60% receberam, ou seja, estão
preparados para trabalhar com as novas tecnologias. O gráfico 2 está relacionado
com a seguinte questão: se participou de formações, onde ocorreram? 24%
receberam formação para o uso de TIC’s nas escolas em que lecionam, 26%
receberam formação na universidade e 10% em cursos fora do campo acadêmico. 40%
não participaram de nenhuma formação. Esses resultados refletem uma necessidade
urgente de realizar mudanças na universidade, pois os alunos alegam receber
instruções em cursos procurados por eles fora da universidade ou foram induzidos
na escola em que trabalham. As pessoas que foram entrevistadas afirmaram que
acham interessante o uso de TIC’s no ensino de Química, mas falta incentivo por
parte da universidade em capacitar seus alunos. Quase todas as escolas fazem uso
de recursos tecnológicos para aplicação do conteúdo, embora algumas vezes não
são usados porque os professores alegam que não aprenderam o manuseio de tais
recursos na universidade. Na parte final dos questionários os alunos da UFC
fizeram alguns comentários: “Devido ao avanço tecnológico é necessário buscar as
tendências tecnocientíficas para novas abordagens educacionais”; “O curso de
Química precisa de uma reforma que inclua na grade curricular disciplinas que
preparam os alunos quanto ao uso de TIC’s”; “As apresentações dos conteúdos com
auxílios de meios computacionais ou de baixo custo tornam as aulas de Química
mais interessantes".
Participação do professor de química em alguma formação para utilização dos recursos de tecnologias de informação
Ocorrência da formação dos professores entrevistados em TIC’s. 40% não participaram de nenhuma formação.
Conclusões
Ao final da aplicação dos questionários e das conversas com os alunos da UFC, percebeu-se que a maioria tem interesse em utilizar tecnologias em sala de aula, como simulações, jogos digitais e outros, para tornar suas aulas mais interessantes e prender a atenção dos alunos. Os professores acreditam que os alunos sentirão mais curiosidade e terão ansiedade em associar com o cotidiano. Segundo Mathias, Bispo e Amaral (2009), diante do avanço tecnológico, a escola deve mudar a metodologia pedagógica para modernizar suas práticas.
Agradecimentos
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ e UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Referências
BENITE, A. M. C; BENITE, C. R. M; O computador no ensino de química: Impressões versus Realidade. Em Foco as Escolas Públicas da Baixada Fluminense. Universidade Federal de Goiás (UFG). Goiânia. Goiás. Brasil. 2008. Disponível em:
http://www.portal.fae.ufmg.br/seer/index.php/ensaio/article/viewArticle/153. Acesso em: 22 nov. 2013.
LIMA, E. R. P. O; MOITA, F. M. G. S. C. A tecnologia e o ensino de química: jogos digitais como interface metodológica. Scielo Livros, Eduepb, Esperança-PB, 2011. Disponível em: http://books.scielo.org/id/6pdyn/pdf/sousa-9788578791247-06.pdf. Acesso em: 20 nov. 2013.
MATHIAS, G. N; BISPO, M. L. P; AMARAL, C. L. C. Uso de Tecnologias de Informação e Comunicação no Ensino de Química no Ensino Médio. VII ENPEC. Florianópolis-SC. 2009.
TAVARES, R; SOUZA, R. O. O; CORREIA, A. O; Um estudo sobre a “TIC” e o Ensino da Química. Simpósio Internacional de Inovação Tecnológica. Vol. 1/n. 1/ p. 657-669. Aracaju-SE. 2013.