ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
Santana, G. (UFAM) ; R, M. (UFAM) ; Orleans, T. (UFAM) ; Borges, D. (SEDUC-AM)
Resumo
A Alfabetização Cientifica é uma ferramenta importante para a compreensão do mundo. A Revista Química Nova na Escola foi utilizada para alfabetizar cientificamente alunos do ensino médio de uma escola publica de Manaus, Escola Estadual Inspetora Dulcineia Varela Moura. Para isso, foram utilizadas aulas experimentais de conteúdo ensinado em turmas do 1⁰ ano do ensino médio. A avaliação da alfabetização foi realizada com o uso de jogos lúdicos em que os alunos correlacionavam o seu cotidiano com os conhecimentos científicos.
Palavras chaves
Jogos Lúdicos; Cotidiano; Revista Cientifica
Introdução
Uma das preocupações no meio acadêmico é o ensino contextualizado. A maior preocupação de todo professor é se ele está formando futuros cientistas ou futuros cidadãos. Um professor de química ao ensinar um assunto qualquer, por exemplo, Leis dos Gases Ideais, será que seus alunos conseguem relacionar esses gases com situações recorrentes do seu dia a dia? Será que esse aluno consegue observar a ciência estudada no seu dia a dia e aplicar seus conhecimentos para resolver ou formar opiniões de problemas reais sem estar tendo que rever seu material? O uso de revista de periódico cientifico é uma ferramenta importante para a Alfabetização Cientifica (GUIMARÃES, 2009). Sendo até considerado um movimento que auxilie o aluno a ter um conhecimento básico cientifico na literatura. Chassot (2003) afirma que a Alfabetização Científica é ensinar a ler e interpretar a linguagem construída pela humanidade para explicar o nosso mundo. Os conhecimentos científicos e tecnológicos abordados devem propiciar o desenvolvimento do individuo em sua vida diária e a tomada de consciência das complexas relações entre ciência e sociedade; auxiliar a resolver problemas e necessidades de saúde e sobrevivências básicas; e considerar a ciência como parte da cultura atual(FURIÓ e VILCHES,1997). A Alfabetização Cientifica Laboratorial é um instrumento fundamental para ensinar a interpretar o conteúdo proposto nas escolas de ensino médio juntamente com a linguagem utilizada pelo aluno para explicar o mundo a sua volta. Evidentemente que não é necessário ter uma base cientifica e sim ter no mínimo conhecimento científico básico. Este trabalho teve como objetivo diferenciar o ensino de Química com ajuda da Alfabetização Cientifica laboratorial criando no aluno um censo critico na ciência do cotidiano.
Material e métodos
1. Conhecimentos prévios: Foi elaborado um breve questionário sobre o assunto, a fim de diagnosticar os conhecimentos prévios dos alunos. 2. Aulas teóricas dinâmicas: As aulas foram elaboradas em base a iniciação no laboratório de química, sendo dividas em três assuntos: Segurança no laboratório, Vidrarias e materiais e Iniciação do Laboratório. As aulas foram direcionadas para duas turmas do 1° ano. Na aula de Segurança no Laboratório, a lousa escolar ficou dividida em pontos centrais de tópicos sobre o assunto e os alunos tinham que ajudar a preencher as lacunas com o incentivo do professor. Na aula de Iniciação dos Laboratórios, não havia como preencher lacunas, já que seria algo novo para eles. 3.Experiências de fácil acesso: Cada turma teve os alunos divididos em quatro grupos, em cada grupo havia um representante que participava de perto do experimento, enquanto o restante do grupo foi proposto um dia antes trazer algo de casa. 4. Aplicação do conhecimento: A aplicação dos jogos foi um meio de avaliação dos resultados propostos, em sequência os jogos aplicados a cada turma. 1° Jogo: Quis químico - Objetivo: responder perguntas relacionadas sobre segurança no laboratório. 2° Jogo: O que você esta vestindo? – Objetivo: Relacionar usando imagens, qual vestimenta se pode usar em um laboratório e quais não. 3° Jogo: O que tem em casa? - Objetivo: Relacionar vidrarias de laboratório com utensílios presentes na cozinha de sua casa.
Resultado e discussão
Os efeitos do uso da literatura científica teve um aumento de rendimento no
desempenho dos alunos nas competições realizadas nos jogos. Esse resultado
mostra uma diferenciação entre o ensino tradicional baseado em aulas expositivas
e conceituais. Notou-se que os alunos começaram a relacionar as vidrarias e
reagentes com produtos usados no seu cotidiano. Os alunos a partir de então
passaram discutir fatos que ocorrem no seu cotidiano mais cientificamente. Em
depoimento de um aluno observamos esse quesito: -“Sim, nos ajudou a ter mais
cuidado com o contato com produtos químicos que podemos encontrar em casa, como
também o extintor de incêndio caseiro (um dos experimentos proposto) que é muito
pratico de ser feito”. Essa resposta revela que o aluno passou a relacionar o
que ele aprendeu em seu cotidiano. Não há duvidas de que houve resultados
positivos dentro dessa proposta, com o objetivo relacionado; ou seja, a busca de
um aluno critico e pensante foram alcançados. Evidentemente que o tema
Laboratório de ciências é muito visto como algo aplicável somente à escola. Na
maioria das respostas dos alunos que preencheram os questionários antes da
aplicação das revistas científica, eles não conseguiam relacionar seu cotidiano
com questões científicas. No questionário inicial, percebe-se que a maioria dos
alunos já conhecia o laboratório de ciências, pelo uso excessivo dos professores
da escola. No entanto, os questionários mostraram que mais de 80% dos alunos não
conheciam os materiais e nem as suas normas de utilização.
Conclusões
O uso de literatura científica, aulas dinâmicas juntamente com jogos como instrumento de avaliação são ferramentas importantes para tornar o aluno um ser pensante e critico seu cotidiano. As aulas experimentais, por sua vez, ajudaram o aluno a correlacionar a prática do laboratório com o seu cotidiano. Essa afirmação colabora com o trabalho de Chassot (2003), que defende a alfabetização Cientifica como forma de fixação de temas científicos que são esquecidos depois de uma avaliação. UFAM/PIBID
Agradecimentos
Referências
CHASSOT, A. Educação conSciência. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2003a.
______. Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social. Revista Brasileira de Educação, n. 22, p. 89-100, 2003b.
FURIÓ, C. e VILCHES, A. Las actitudes del alumnado hacia las ciencias y las rela¬ciones ciencia, tecnología y sociedad. In: CARMEN, L. (coord.). La enseñanza y el aprendizaje de las ciencias de la naturaleza en la educación secundaria. Barcelona: Horsori. 1997. p. 47-71.
GUIMARÃES, C. C. B Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. Química Nova na Escola. V. 31, n. 3, p. 198-202, 2009.