ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
Araquam, S.N.S. (UFPE) ; Santos, J.D. (UFPE) ; Anjos, J.A.L. (UFPE) ; Lima, B.S.M.C. (UFPE) ; Silva, T.V.M. (UFPE)
Resumo
Realizamos aulas teóricas expositivas dialogadas a cerca do conteúdo reações químicas explorando tanto aspectos descritivos quanto representacionais do conteúdo e em seguida realizamos dois experimentos com a finalidade de consolidar, associar, confrontar e discutir os conteúdos aprendidos ampliando e articulando conceitos e significados. Por fim avaliamos a ação a partir da reflexão decorrente da análise de questionários aplicados aos alunos a respeito da aula teórica e o experimento. Nossos resultados foram satisfatórios visto que os objetivos dos experimentos foram alcançados. Com isso podemos inferir que essa dinâmica de se trabalhar a química foi bastante satisfatória e que esse processo de ensino aprendizado traz bons resultados.
Palavras chaves
ENSINO-APRENDIZADO; EXPERIMENTOS; AVALIAÇÃO
Introdução
Para Marcondes e Carmos (2008) a compreensão do conceito de dissolução em termos de interações entre partículas soluto/solvente exige que o aluno reorganize suas concepções de um nível de cognição menos complexo para um nível mais complexo. Echeveria (1996) relatou nas suas aulas observadas que o professor prioriza os aspectos quantitativos sem priorizar também os aspectos qualitativos. Na perspectiva da construção de uma visão microscópica para explicação do fenômeno, da consideração das concepções prévias dos alunos como ponto de partida do processo de ensino, do emprego de um material alternativo acessível na condução do experimento favorecendo seu mesmo em escolas pouco equipadas como defende Carvalho e Gil-Pérez (2000) abordaremos os conceitos de reações químicas de forma teórica e, prática aplicando dois experimentos simples como elemento consolidador e articulador da aprendizagem. Nossa avaliação se deu através de um questionário semiestruturado, em que orientamos os alunos a responderem através de uma pesquisa nos livros ou com o auxílio do acesso a internet se preciso, pois entendemos que a busca da informação pertinente e sua mobilização para a compreensão do fenômeno ou do conteúdo faz parte do processo de aprendizado. Nesse trabalho visamos contemplar a forma investigativa (GIORDAN, 1999) que compõem a reflexão, discussão e as explicações sobre os conceitos, considerando desse modo às formas diferenciadas dos alunos pensarem e entenderem o mundo por meio da perspectiva da ciência ensinada na escola (FRANCISCO JR., FERREIRA E HARTWING, 2008).
Material e métodos
Este trabalho foi realizado foi realizado numa escola estadual a 1ª série do Ensino Médio no município de Caruaru – PE através do PIBID- UFPE – CAA. No primeiro momento em duas aulas geminadas trabalhamos concomitantemente ao professor regente da disciplina de química do 1º ano do Ensino Médio os conceitos de matéria, reações químicas, equações químicas e substâncias químicas. Noutro momento em 2 aulas geminadas realizamos o experimento junto aos alunos, onde os materiais utilizados foram de baixo custo e acessível contendo uma bexiga, bicarbonato de sódio, uma garrafa de 250 ml, detergente, vinagre e água, a Figura 1 retrata os materiais do experimento e a participação dos alunos na execução dos experimento. O experimento consistia em encher o balão pelo gás formado na reação e também na produção de espumas noutra etapa do experimento simples. Após terminámos os experimentos, aplicamos aos alunos um teste Tabela 1, a fim de saber a evolução das concepções dos alunos nessa dinâmica de trabalhar o conteúdo. Tabela 1. Teste aplicado aos alunos. 1. Quais são as fórmulas dos constituintes químicos do vinagre e do bicarbonato de sódio? 2. O que é produzido quando misturamos o vinagre com o bicarbonato de sódio? 3. O que faz e o que é provocado no enchimento do balão e na produção espumas durante o experimento? 4. Qual a equação química da reação do ácido acético contido no vinagre com o bicarbonato de sódio?
Resultado e discussão
Analisamos a evolução das concepções prévias dos alunos fazendo uma análise das
respostas desses durante a execução de nossas atividades. Durante todo o
processo de ensino e aprendizado os alunos se sentiram motivados, participaram
da aula, do experimento e da resolução do teste. Isto sugere que a perspectiva
investigativa ao se trabalhar um conteúdo seja pelo simples dialogo e
questionamento sobre seus entendimentos e exemplificações (vivenciado na aula
teórica) quanto na possibilidade de experimentar, de testar suas hipóteses, de
questionar e discutir o observado no experimento aumenta o nível de envolvimento
dos alunos e lhes dá segurança para a realização dos questionários.
As respostas dos alunos referentes à primeira questão foram satisfatórias visto
que 67% dos estudantes apresentaram as fórmulas moleculares dos constituintes em
interesse. Para a segunda questão 84% dos alunos responderam que quando o
bicarbonato de sódio entra em contato com o vinagre há liberação de gás
carbônico, o que está de acordo com a resposta. Na terceira questão 100% dos
alunos responderam que o balão enche e a espuma é produzida devido à produção de
gás carbônico na reação química, alguns ainda responderam que com a produção de
gás carbônico na garrafa há um aumento da pressão dentro dessa o que provoca o
enchimento imediato do balão. Para quarta questão 60% dos alunos conseguiram
escrever a equação química da reação do ácido acético do vinagre com o
bicarbonato de sódio gerando o dióxido de carbono, água e o acetato de sódio.
Estes resultados sugerem que os estudantes se mostraram aptos a discutir os
fenômenos a partir dos aspectos atômicos-moleculares (visão microscópica) além
disso souberam utilizar e de maneira adequada a linguagem própria da química na
explicação dos fenômenos.
Conclusões
Percebemos nesse trabalho que atividades diferenciadas e dinamizadas de ensino–aprendizado contribuem numa melhor participação, motivação e questionamento dos alunos. Visto que, nessa atividade todos se engajaram nas aulas e na execução dos experimentos. Concluímos que houve um avanço conceitual a cerca do tema reações químicas, pois os alunos explicaram os fenômenos envolvidos no experimento e associaram o experimento as aulas teóricas. Dessa forma, nossos resultados sugerem que esta atividade foi realizada com êxito e que essa dinâmica de se trabalha a química trouxeram bons resultados.
Agradecimentos
CAPES, PIBID, Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Centro Acadêmico do Agreste – CAA.
Referências
CARVALHO, A.M.P e PÉREZ, D.G. Formação de professores de Ciência:
tendências e inovações. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2000.
CARMO, M. P; MARCONDES, M. E. R. Abordando Soluções em Sala de Aula – uma Experiência de Ensino a partir das Ideias dos Alunos. Química Nova na Escola, n.28, p.37-41, 2008.
ECHEVERRÍA, A. R. Como os Estudantes Concebem a Formação de Soluções. Química Nova na Escola, n. 3, maio, 1996.
GIORDAN, M. O papel da experimentação no ensino de ciências. Química Nova na Escola, n. 10, p. 43-49, 1999.
JÚNIOR, W. E.F.; LUIZ, H. F.; HARTWING, D. R. Experimentação Problematizadora: Fundamentos Teóricos e Práticos para a Aplicação em Salas de Aula de Ciências. Química Nova, n.30, novembro, 2008.
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