ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
Santos, F.A.C. (UFCG) ; Santos, J.C.O. (UFCG) ; Araújo, F.M. (EEEM PROFESSOR LORDÃO)
Resumo
O processo de ensino/aprendizagem em Química, por muitas vezes, tem se encontrado de forma fragmentada, de difícil compreensão e entendimento pelo seu alto nível de abstração e linguajar empírico e tecnicista. Sob tais considerações, o presente trabalho apresenta uma série de observações oferecidas por respostas de 214 alunos do 1° ao 3° ano do Ensino Médio na E.E.E.M. Professor Lordão, em Picuí–PB. Através de um estudo exploratório procuramos identificar os fatores que motivam os alunos e as possíveis dificuldades encontradas pelos mesmos durante a aplicação de conceitos químicos.
Palavras chaves
Motivação; Dificuldades; Ensino Inovador
Introdução
A aprendizagem de Química por tais alunos implica diretamente a compreensão das transformações químicas que ocorrem no mundo físico e a construção de um conhecimento científico com relações de aplicação tecnológica e implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas é válido salientar sua importância na perspectiva de uma Educação Básica. Embora, este ensino esteja sendo reduzido à mera transmissão de informação, repetição de fórmulas e vagas memorizações de conceitos sem qualquer ligação com a complexa interlocução dos conceitos químicos e sua vivência cotidiana, é imprescindível que o corpo docente, de tais escolas, esteja comprometido com a necessidade no diálogo mediador de construção do conhecimento e a objetiva contribuição para uma visão mais ampla do mesmo, que possibilite uma compreensão real do universo de objetos – o mundo – além de sua construção cidadã que faça sentido e possa se integrar, de forma dinâmica e afetiva, à vida do aluno. Sob esta consideração é possível assinalar que a compreensão que justifica e motiva o ensino da química, “poderá ser alcançado abandonando-se as aulas baseadas na simples memorização de nomes e fórmulas, tornando-as vinculadas aos conhecimentos e conceitos do dia-a-dia do alunado” (CARDOSO et al, 2000). Este trabalho insere-se no âmbito escolar experienciado pelos alunos de Ensino Médio do 1° ao 3° ano focalizando o aluno e sua subjetividade no processo ensino/aprendizagem na disciplina de Química. Para isto, foi realizado um estudo exploratório procurando identificar os fatores que motivam os alunos e as possíveis dificuldades encontradas pelos mesmos durante sua aplicação.
Material e métodos
Objetivando acessar um universo amplo de estudantes, preparamos um questionário respondido por 214 alunos, contendo 10 perguntas objetivo-discursivas envolvendo aspectos sociais e escolares, aonde vamos, neste trabalho, nos focar em apenas dois quesitos que melhor responde aos objetivos nele proposto. Tendo por objetivo principal a avaliação motivacional e possíveis fatores que permeiam as principais dificuldades encontradas no decorrer da disciplina de Química na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professor Lordão, em Picuí – Paraíba. O questionário foi respondido por alunos distribuídos entre as séries de 1° ao 3° ano do EM, na referida escola, onde cerca de 70 alunos eram do 1° ano letivo, que estavam iniciando o estudo da química, devendo ter um conhecimento e opinião proveniente do ano anterior (9° ano do fundamental) e de suas relações sociais experienciadas; 77 alunos do 2° ano; e 67 eram alunos do 3° ano letivo, logo, os mesmo por terem uma visão da química não só do contexto social, mas também escolar, confirmariam possíveis estratégias de ensino onde posteriormente seriam analisadas e executadas.
Resultado e discussão
A maioria dos alunos do 1°ano (61%) não tem motivação para a disciplina. Os
fatores que percorrem tais respostas podem estar associados a pouca visualização
dos conteúdos de Química no ano anterior, ou seja, no 9° ano do fundamental. A
maioria dos alunos sente dificuldades no aprendizado de Química, fato este que
podemos associar as aulas tradicionais de pouco atrativos mencionados pelos
alunos no quesito anterior que, por sua vez, valida a intencionalidade deste
trabalho. A maioria dos alunos do 2°ano (55%), afirmou que se sente motivada
para a disciplina, tal resposta pode-se estar associada à jornada de estudo que
estes foram adquirindo durante o ano anterior. Foram observadas que as
justificativas, tanto para a motivação e desmotivação no ensino de química,
estão associadas às metodologias fragmentadas e tradicionais apresentadas por
alguns professores e também uma intensificação de motivações vocacionais
subjetivas de alguns alunos. Apesar de que a maioria dos alunos estarem sendo
motivados com ensino, a maioria ainda sente dificuldades no aprendizado de
Química, fato este que podemos associar aos conceitos programáticos do ano
letivo e sua abstração que dificulta a aprendizagem do mesmo. A maioria dos
alunos do 3° ano afirma que se sente motivada com a disciplina. Observa-se que a
grande maioria já não tem dificuldades em aprender os conceitos químicos, o que
se mostra de grande valia, uma vez que, com uma motivação mais acentuada os
esforços se tornam cada vez mais atenuantes. Podemos identificar que existe uma
distinção de professores que lecionam este ano letivo, como nos demais anos pode
ser observado, apesar de que ainda assim, com o aumento gradual de motivação
através dos anos letivos.
Conclusões
Percebe-se que existe um fator condicional, observado em todos os anos, que seria as aulas tradicionais que não atraem a atenção dos alunos o que torna o ensino desgastante e oneroso. Apesar de ser identificado um aumento gradual de motivação no decorrer dos anos letivos o mesmo ainda estaria condicionado às metodologias que se encerram em abstração dos conceitos químicos e dificultam ainda mais o aprendizado, fator este observado nos 48% dos alunos do 3° ano que atribuíram suas dificuldades na disciplina pelo nível de abstração do conteúdo.
Agradecimentos
PIBID/CAPES/UFCG
Referências
CARDOSO, S.P. Explorando a motivação para estudar Química. Química Nova, nº 3, p. 401-404, 2000.
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