A UTILIZAÇÃO DE MODELOS DIDÁTICOS NA ABORDAGEM DO SENTIDO QUÍMICO DA GUSTAÇÃO.

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Santiago, J.C.C. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Botelho, D.A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Sousa, R.S.R. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Leder, P.J.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Silva, M.D.B. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Costa, J.J.C. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ)

Resumo

Grande parte dos conceitos químicos é abstrata, dificultando a compreensão dos alunos acerca dos conteúdos abordados. Partindo desse pressuposto, este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa sobre a utilização de modelos didáticos na abordagem do sentido químico da gustação. A pesquisa foi desenvolvida durante a Feira Experimental de Física, Biologia e Química (FEXFIBQ) realizada em junho de 2013 pela Universidade do Estado do Pará. Objetivou-se com esse trabalho investigar nos visitantes a compreensão e assimilação dos conteúdos abordados através do uso de modelos didáticos. Utilizou-se da entrevista para a coleta de dados, verificando-se que os visitantes tiveram a aprendizagem facilitada através desse recurso, por permitir uma melhor visualização do conteúdo exposto.

Palavras chaves

Gustação; Modelos Didáticos; Ensino de Química

Introdução

Os modelos didáticos são representações de estruturas, confeccionadas a partir de materiais concretos. A utilização desse recurso no ensino de química permite a visualização de uma estrutura em três dimensões, podendo facilitar a compreensão e assimilação do conteúdo exposto. Segundo (BALBINOT, 2005), no ensino de ciências, as aulas expositivas caracterizadas pelo professor transmissor e o aluno receptor de informações, podem não alcançar resultados significativos no processo de aquisição de conhecimento do aluno, que muitas vezes não conseguem elaborar conceitos do que se é estudado. Nessa perspectiva (LIMA, 2007) afirma que a elaboração de modelos didáticos tem por objetivo ensinar ao estudante os modelos científicos, portanto, são ferramentas mediadoras entre os modelos elaborados pelos estudantes e o modelo aceito pela comunidade científica. Já os autores (FILHO et al., 2011) mencionam a necessidade de uma renovação no ensino de química, pois enquanto os professores se limitarem aos métodos tradicionais de ensino, não haverá a produção do saber e uma aprendizagem significativa por parte dos alunos. Partindo dessa tendência, o trabalho busca investigar o potencial pedagógico dos materiais didáticos, se este recurso facilita o processo de compreensão e assimilação do conhecimento científico.

Material e métodos

A presente pesquisa foi realizada por meio de uma entrevista feita com alguns visitantes que participaram da FEXFIBQ - 2013. Foram confeccionados modelos didáticos, relacionados à temática “gustação”, com os seguintes materiais: isopor, cola, tesoura, EVA, tecido, tachinhas coloridas, tintas coloridas, fios elétricos, balões e bexigas. Esses modelos representavam as principais partes do sentido químico gustação como: boca, língua, papilas gustativas, botões gustativos, epiglote e vias neurais. Iniciou-se a exposição do conteúdo cujo tema era “Paladar: o sentido dos sabores” subsidiado pela utilização dos modelos didáticos que serviram para demonstrar como as substâncias químicas causam as sensações que podemos identificar a exemplo da concentração dos sais ionizados que provocam o gosto salgado, principalmente pela concentração de íons Na ou o gosto azedo causado pelos ácidos, ou seja, pela concentração do íon H. Com o modelo didático foi possível demonstrar onde agem essas substâncias químicas para provocar aquilo que chamamos de gosto e como elas são processadas no sistema nervoso central. Após a exposição, foram realizadas duas dinâmicas que relacionavam o paladar aos sentidos da olfação e da visão. Cada dinâmica contava com a participação voluntária dos visitantes. O critério utilizado para a escolha do entrevistado foi dado por meio de sua participação nas dinâmicas realizadas, computando assim com 20 alunos entrevistados. A entrevista continha perguntas relacionadas à utilização do material didático na exposição do tema.

Resultado e discussão

De acordo com as respostas dadas pelos entrevistados, verificou-se que todos avaliaram positivamente a utilização de modelos didáticos no ensino de química. Quando indagados se o modelo didático utilizado permitiu uma maior compreensão do conteúdo, 100% disseram que sim como é demonstrado no depoimento de um entrevistado: “Sim! Esses modelos se parecem com os esquemas encontrados nos livros, se não fosse eles, eu não teria compreendido bem o assunto” – Entrevistado A. Em dado momento da entrevista foi perguntado se eles poderiam escolher um modelo didático utilizado na exposição e descrever quais partes estavam representadas nele, 90% responderam de maneira satisfatória: “O botão gustativo, ele está representado pelo balão que é a célula de suporte, a bexiga é a célula receptora e as pontas são os pelos gustativos” – Entrevistado B. A imagem 1.1 mostra o modelo citado pelo entrevistado B, trata-se da representação do botão gustativo, um receptor químico responsável pela identificação dos sabores que é ativado a partir do momento que substâncias químicas específicas o estimulam. Já a imagem 1.2 mostra um modelo didático constituído da gengiva, dos dentes e da língua, as tachinhas coloridas representam as papilas gustativas e marcam as “regiões dos sabores” e os fios elétricos seriam as vias neurais responsáveis pela transmissão dos sinais gustatórios. A entrevista era finalizada pedindo-se que os alunos definissem com uma frase o uso de modelos didáticos no ensino de química, as respostas mais comuns foram: “facilita o ensino” e “torna o tema mais atrativo”. Os resultados da pesquisa confirmam os conceitos apresentados por (FILHO et al., 2011) no qual afirmam que o uso de modelos didáticos podem tornar o ensino mais atrativo.

Imagem 1.1

Modelo didático dos botões gustativos que são as estruturas responsáveis por fornecer a gustação.

Imagem 1.2

Modelo didático que representa a língua, a epiglote e as vias neurais.

Conclusões

A utilização de modelos didáticos para a exposição do tema “Paladar: o sentido dos sabores” apresentou-se como uma ferramenta capaz de despertar no aluno o interesse em aprender química. Além disso, verificou-se que esse recurso didático permite fazer com que o aluno visualize o conteúdo exposto, que muitas vezes apresenta-se como abstrato, de difícil compreensão e assimilação. Conclui-se que a utilização de modelos didáticos permite a abordagem do conhecimento científico de forma interdisciplinar, facilitando o processo de aquisição de conhecimento.

Agradecimentos

Aos professores organizadores Feira Experimental de Física, Biologia e Química (FEXFIBQ).

Referências

BALBINOT, M. C. Uso de Modelos, numa Perspectiva Lúdica, no Ensino de Ciências. 2005. Disponível em: http://ensino.univates.br/~4iberoamericano/trabalhos/trabalho104.pdf Acesso em: 10 de Julho de 2013.

FILHO, F. S. L.; CUNHA, F. P.; CARVALHO, F. S. e SOARES, M. F. C. A Importância do Uso de Recursos Didáticos Alternativos no Ensino de Química: Uma Abordagem Sobre Novas Metodologias. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Goiânia, vol. 7, N. 12; 2011.

LIMA, A. A. O USO DE MODELOS NO ENSINO DE QUÍMICA: Uma investigação acerca dos saberes construídos durante a formação inicial de professores de Química da UFRN. Biblioteca Setorial do CCSA/UFRN. 250 f. Natal, 2007.

Patrocinadores

CNPQ CAPES CRQ15 PROEX ALLCROM

Apoio

Natal Convention Bureau Instituto de Química IFRN UFERSA UFRN

Realização

ABQ