MODELOS MOLECULARES: UM RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE GEOMETRIA MOLECULAR DE COMPOSTOS ORGÂNICOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA DE QUÍMICA

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Duarte, M. (UFRPE)

Resumo

Desenvolvida no âmbito do PIBID-UFRPE, essa pesquisa esteve centrada na análise da importância do uso de modelos moleculares no ensino de conceitos de química orgânica. Seu objetivo principal foi investigar a importância do uso destes modelos para a compreensão da geometria dos compostos orgânicos,tendo em vista a dificuldade dos alunos em visualizar tridimensionalmente as moléculas.Os sujeitos participantes da pesquisa eram estudantes do terceiro ano do ensino médio de uma escola púbica do estado de Pernambuco.Os estudantes foram divididos em grupos para a construção de moléculas.Estes grupos identificariam qual molécula e qual geometria molecular estava sendo representada. Percebeu-se que a atividade estimulou o interesse dos dos participantes em compreender o conteúdo ministrado.

Palavras chaves

Modelos moleculares; Ensino de química; Geometria Molecular

Introdução

Com o objetivo de promover o entendimento conceitual de química em estudantes do ensino médio tem-se buscado várias alternativas com a finalidade de facilitar a aprendizagem dos alunos. Os materiais didáticos tem se tornado instrumentos cada vez mais importantes para a efetivação destas políticas, visando à qualidade de ensino (FISCARELLI, 2008). A fim de facilitar a visualização tridimensional do conhecimento químico, os modelos moleculares surgem como um simples e importante material didático. Uma das funções dos materiais didáticos é dinamizar a aula e causar curiosidade no aluno (FREITAS, 2007). Os modelos moleculares consistem em sistemas de representação tridimensional de entidades químicas por intermédio de esferas, varetas e outros elementos de diferentes cores que se ligam entre si segundo os ângulos teóricos das ligações químicas. Estes modelos contribuem para visualização das ligações químicas existentes entre os núcleos atômicos que compõe uma molécula, como também possibilita desenvolver no estudante a percepção do arranjo espacial destas. Isto se torna relativamente importante quando se sabe que grande parte dos alunos não consegue conceber ideias no espaço tridimensionalmente, o que dificulta consideravelmente o aprendizado. Além da possibilidade de transmissão errônea de que o estudo de química é meramente decorativo. Levando em conta estas considerações, este trabalho traz os resultados de uma pesquisa desenvolvida no âmbito do PIBID-UFRPE, cuja ênfase reside na análise da importância da utilização de modelos moleculares como agente favorecedor da compreensão da geometria molecular para compostos orgânicos. Analisando ainda sua contribuição para uma aprendizagem mais significativa por parte dos alunos.

Material e métodos

A atividade foi desenvolvida junto a uma turma de 20 estudantes do 3º ano do ensino médio da Escola Lions de Parnamirim, uma escola pública estadual, localizada na cidade do Recife, Pernambuco.Os momentos didáticos ocorreram dentro das aulas regulares da turma.A abordagem ocorreu em duas aulas de 50 minutos cada, sendo dividida em 2 momentos, após ministração por parte da professora de química do conteúdo referente a ligações intermoleculares na química orgânica, seguida da resolução de exercícios. A partir disto notaram-se dificuldades na identificação da geometria molecular de compostos orgânicos. Inicialmente os alunos foram divididos em 2 grupos, sendo cada um deles responsável pela construção de moléculas representantes das diferentes geometrias moleculares. Antes destas construções, foi demonstrada a construção da molécula do propeno, visando explicar aos estudantes como se usar o modelo molecular, definindo as cores que representariam cada átomo e a possibilidade da existência de variadas ligações a partir dos bastões. No 1º momento os alunos tiveram 30 minutos para trabalharem em grupo na construção das 5 moléculas propostas pela pibidiana e na identificação da geometria molecular de cada uma. Enquanto que no 2º momento, cada grupo seria responsável pela escolha e construção de moléculas representantes de cada uma das geometrias. Para finalizar, as moléculas foram trocadas entre os dois grupos e cada um teria que identificar a qual composto cada uma fazia referência, citando ainda sua geometria Registros das observações foram realizados em caderno específico. Os pontos escolhidos para análise foram: i) interesse dos alunos ii) uso de recursos na identificação da geometria da molécula iii) quantidade de acertos nas identificações da geometria.

Resultado e discussão

A disputa em grupos para a identificação das geometrias proposta pela pibidiana gerou um forte interesse na turma. Ambos os grupos se envolveram e os seus componentes participaram do jogo. No 1º momento, os dois grupos fizeram uso de anotações contidas nos cadernos e livro didático, com o objetivo de identificar as referentes geometrias. Notou-se dificuldades na identificação das geometrias, embora a construção das moléculas tenham sido feitas sem maiores dificuldade. Apesar das dificuldades, o dois grupos identificaram corretamente as 5 estruturas moleculares. No 2º momento, os alunos construíram com o auxilio do livro didático novas moléculas diferentes das já citadas e a apresentaram para o outro grupo que deveria identificar, desta vez sem o uso do livro e cadernos, a qual geometria cada uma fazia referência. Os resultados foram positivos, visto que um dos grupos não identificou corretamente apenas uma das moléculas, enquanto que o outro identificou corretamente as cinco estruturas moleculares. Por fim, analisou a prova aplicada pela professora no final do semestre constatando-se um rendimento satisfatório pelos alunos no conteúdo em questão. A imagem 01 expõe o momento em que os alunos trabalhavam na construção das moléculas.

Construção de molélulas

Elaboração de compostos orgânicos a partir do uso de modelos moleculares.

Conclusões

Com esta experiência de aprendizagem, os conceitos químicos já vistos anteriormente em sala de aula, alcançaram uma dimensão mais lúdica e concreta, saindo da esfera imaginária para serem mostrados nos modelos moleculares. Auxiliando ainda na identificação das dificuldades em torno da temática “geometria molecular” e de possível método para eliminá-la.

Agradecimentos

AGRADECIMENTO PIBID-CAPES-UFRPE

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Parecer 17/2001 (2001). Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/parecer17.pdf
BROWN, T. L., LEMAYER, H. E., BURSTEN, B. E. JR., BURDGE, J. A. Química, a ciência central, Tradução da 9ª Edição americana, Printice Hall, 2005.
FERREIRA, P. F. M. e JUSTI, R. da S. Química Nova Na Escola 2008, 28.
SOUZA, V. C. A.; JUSTI, R. da S. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências 2010, 10, 1.
LIMA, M. B., LIMA-NETO, P. de. Quím. Nova 1999, 22, 903.

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