ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
Oliveira, M.S.C. (UECE) ; Oliveira, D.V. (UECE)
Resumo
A educação profissional passou a se reconfigurar a partir de 1996 com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394 a qual, em seu artigo 36, parágrafo 2º, seção IV, possibilitou que o aluno concludente do Ensino fundamental pudesse obter formação técnico-profissional integrada ao Ensino Médio. A pesquisa foi realizada em duas escolas da rede pública estadual de ensino:EEFM Michelson Nobre da Silva e a EEEP Ícaro de Souza Moreira, ambas em Fortaleza-Ceará. Os sujeitos da pesquisa foram 10 alunos de cada escola.Os alunos da escola profissional foram questionados quanto ao fato de permanecerem o dia todo na escola e 90% deles respondeu que sim. Quanto ao fato de optarem pelo curso profissionalizante eles responderam que pretendem se preparar para o mercado de trabalho.
Palavras chaves
EDUACAÇÃO; ENSINO DE QUÍMICA; ESCOLAS PROFISSIONALIZANT
Introdução
Os primeiros aprendizes de ofício da então colônia portuguesa foram os índios e os escravos, aos quais eram destinados os trabalhos pesados e as profissões manuais (FONSECA, 1961, p. 68, apud GARCIA, 2000). A industrialização do Brasil foi consolidada entre as décadas de 1930 e 1940 exigindo, a partir daí, mudanças no ensino profissional. A educação no país foi remodelada nos anos de 1942 e 1943 através da Reforma de Capanema a qual tornou de nível médio o ensino Profissional, regulou o ensino industrial, criou o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), (CANALI, 2010). Em 1978, as Escolas Técnicas Federais e Escolas Agrotécnicas Federais dos Escolas do Paraná, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro foram transformadas em Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs). A partir daí, são atribuídas a essas instituições formar engenheiros de operação e tecnólogos. Em 1994, a Lei Federal nº 8.984 transformou as demais Escolas Técnicas Federais em CEFETs ao instituir o Sistema Nacional de Educação Tecnológica no país (BRASIL, 2010). Nos anos de 1980 e 1990 foi criado um conjunto de escolas de tempo integral no Rio de Janeiro, os Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs). O projeto criado e coordenado por Darcy Ribeiro sofreu grande influência da obra teórica e prática de Anísio Teixeira, no Governo Leonel Brizola (COSTA e ROSA, 2010. A Medida Provisória n° 251, de 14 de junho de 2005 instituiu o Programa Escola de Fábrica com a finalidade de prover formação profissional inicial e continuada a jovens de baixa renda, mediante cursos ministrados em espaços educativos específicos, instalados no âmbito de estabelecimentos produtivos urbanos ou rurais. As EEEPs do estado do Ceará funcionam em regime integral.
Material e métodos
O trabalho foi desenvolvido nas seguintes etapas: levantamento bibliográfico para dar relevância à pesquisa; aplicação de questionário individualizado, e por último desenvolveu-se a análise, a discussão e a conclusão dos dados coletados. Local e população de Estudo A pesquisa foi realizada em duas escolas da rede pública estadual de ensino: EEFM Michelson Nobre da Silva, localizadas no bairro Granja Lisboa, e a EEEP Ícaro de Souza Moreira, localizada no bairro Santa Cecília, ambas na cidade de Fortaleza-Ceará. Os sujeitos da pesquisa foram 10 alunos de cada escola, totalizando 20 alunos.
Resultado e discussão
Todos os alunos que responderam os questionários cursam o 1º ano do ensino
médio. Os da escola normal estudam no período da manhã e têm entre 14 e 19 anos
de idade. Os alunos da escola profissionalizante estudam em período integral
sendo que pela manhã cursam as disciplinas referentes ao ensino médio e a tarde,
as do curso profissionalizante, nesse caso, enfermagem. A faixa etária destes
últimos variam entre 15 e 16 anos. O primeiro questionamento feito aos alunos
foi se eles gostam de ir à escola e todos responderam que sim. Os Gráficos 1 e 2
apresentam a auto avaliação dos estudantes quanto à assimilação dos conteúdos
ministrados. 60% dos estudantes da escola profissional consideram que assimilam
bem os conteúdos, valor que ultrapassa um pouco os alunos da escola normal, em
que 50 % dizem compreender de forma satisfatória o que é ministrado pelos
professores. O Gráfico 3 mostra a preferência dos alunos da escola profissional
entre as disciplinas referentes ao ensino médio e as do curso profissional.
Quanto a isso, 50 % dos estudantes disseram gostar de ambas as disciplinas pelo
fato, 30 % preferem as disciplinas do curso profissional, 10% afirmaram preferir
as tradicionais e 10% confessaram não ter interesse por nenhuma disciplina.
Os alunos da escola profissional foram questionados quanto ao fato de
permanecerem o dia todo na escola e 90% deles respondeu que sim, enquanto que
10% disse que às vezes é agradável. Outra variável analisada se referiu ao que
mais interessa os alunos na escola. As principais respostas dadas pelos alunos
da escola profissional foram o interesse pelas aulas, pelo método de ensino e
pelo curso profissional que segundo um dos alunos é uma boa oportunidade de ser
um diferencial no mercado de trabalho.
Conclusões
# Concluímos que as escolas tradicionais ainda requerem tratamento adequado aos seus alunos, para que estes tirem melhor proveitos de suas aulas. # A criação de novas escolas profissionalizantes arrebatou um grande números de adolescentes, que teriam um tempo livre nas ruas. # A escola profissionalizante não só ensina as disciplinas educativas normais, mas também uma profissão,os alunos participantes desse projeto tem então mais chances no mercado de trabalho. # Acreditamos que essa iniciativa do Governo é o começo para a melhoria da educação no Brasil.
Agradecimentos
Agradecemos as escolas EEFM Michelson Nobre da Silva e EEEP Ícaro de Souza Moreira.
Referências
BRASIL. Centenário da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Ministério da Educação, 2009. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/centenario/historico_educacao_profissional.
pdf>. Acesso em: 13 out. 2012.
BRASIL. Decreto-lei nº 2.208, de 17 de abril de 1997. Regulamenta o § 2 º do art. 36 e os arts. 39 a 42 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2208.htm>. Acesso em 22 nov. 2012.
CANALI, Heloisa Helena Barbosa. Trabalho e educação: o papel da Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará como certificadora da qualificação profissional na Amazônia Paraense. 2010. 160 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências da Educação, Belém, 2010. Programa de Pós-Graduação em Educação.Disponível em: <http://repositorio.ufpa.br/jspui/bitstream/2011/2750/1/Dissertacao_TrabalhoEducacaoPapel.pdf>. Acesso em 29 nov. 2012.
COSTA, V. L.; ROSA, A. V. N. Políticas Públicas de Ampliação da Jornada Escolar: Estudo de Programas e Projetos na Educação Brasileira. In: VIII Encontro de Pesquisa em Educação da Região Sul- ANPED SUL, 2010, Londrina/PR. Anais do VIII Encontro de Pesquisa em Educação da Região Sul Anped Sul, 2010. v. 1. Disponível em <http://www.portalanpedsul.com.br/admin/uploads/2010/Educacao_Basica/Trabalho/08_34_08_POLITICAS_PUBLICAS_DE_AMPLIACAO_DA_JORNADA_ESCOLAR_ESTUDO_DE_PROGRAMAS_E_PROJETOS_NA_EDUCACAO_BRASILEIRA. PDF>. Acesso em 05 nov. 2012.
GARCIA, Sandra Regina de oliveira. “O fio da história: a gênese da formação profissional no Brasil”. In: Trabalho e Crítica. São Leopoldo: Ed. UNISINOS, 2000. Disponível em:<http://coaçchingwayconsultoria.com.br/resources/HIST%C3%93RIA
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